
Dois meses de portas fechadas e confinamentos em todo o mundo para conter a dissemina��o do novo coronav�rus causaram um golpe devastador �s empresas, principalmente nos setores de com�rcio, viagens e turismo.
No entanto, o mercado financeiro teve um dia mais tranquilo, com Wall Street subindo 2,49%, para 24.995,11 pontos, no retorno das atividades na Bolsa de Nova York, que desde o final de mar�o operava virtualmente.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende a reabertura econ�mica no pa�s com mais mortes pela pandemia no mundo, comemorou no Twitter: "O mercado de a��es sobe MUITO, o DOW (Jones) cruzou 25.000 (pontos) O S&P 500, mais de 3.000. Os estados devem abrir o mais r�pido poss�vel. A transi��o para a grandeza come�ou mais cedo do que o previsto".
Trump pressiona os governadores a reverterem suas medidas de bloqueio, apesar de o n�mero de mortos no pa�s pelo novo coronav�rus ter chegado a 98.875, entre 1.680.301 contaminados, os �ndices mais alto do mundo.
Outras economias da �sia e da Europa j� passaram pelo pior da epidemia, com a morte de cerca de 349.000 pessoas, mas ainda est�o saindo lentamente do confinamento.
- Cont�gios aumentam na Am�rica Latina -
At� as 21H00 (de Bras�lia) desta ter�a, o n�mero global de casos da COVID-19 chegou ao total de 5.584.091 milh�es, dois ter�os na Europa e nos Estados Unidos, segundo uma contagem da AFP de fontes oficiais.
O Brasil se tornou o sexto pa�s do mundo com mais mortes por COVID-19 (24.512) e o segundo com os casos mais confirmados (391.222), atr�s somente dos Estados Unidos.
No Brasil, assim como no Peru e no Chile, a transmiss�o da doen�a "ainda est� acelerando", alertou a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas) nesta ter�a-feira, pedindo que os pa�ses n�o relaxem as medidas para conter a pandemia na regi�o.
A Argentina teve que recuar nas medidas de desconfinamento, e nesta ter�a fechou lojas n�o essenciais na capital, Buenos Aires, antes do aumento de infec��es.
A crise da sa�de e a paralisia econ�mica tamb�m est�o gerando um aumento da tens�o na popula��o nesta parte do mundo e afetando gravemente as empresas.
A LATAM, a maior companhia a�rea da Am�rica Latina, entrou com pedido de fal�ncia nesta ter�a nos Estados Unidos, devido � queda dr�stica de sua atividade. Antes da pandemia, voava para 145 destinos em 26 pa�ses e fazia cerca de 1.400 voos di�rios.
Suas a��es ca�ram na bolsa de Santiago, fechando com uma queda de 36%, e o governo chileno anunciou que est� avaliando "a conveni�ncia e a oportunidade" de um resgate.
No M�xico, o presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador estimou que a crise econ�mica causada pela pandemia causar� a perda de um milh�o de empregos em 2020.
- Dirigentes questionados -
O v�rus tamb�m teve um imenso impacto pol�tico, e n�o apenas nos Estados Unidos, onde Trump � questionado em meio � campanha de reelei��o em novembro, e cada vez mais prejudica o relacionamento com a China, onde a doen�a foi detectada pela primeira vez em dezembro.
O governo do primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, tamb�m est� em crise. Um ministro renunciou depois que o assessor-chefe da Downing Street, Dominic Cummings, se recusou a se desculpar por circular com sua fam�lia pelo pa�s, apesar do confinamento recomendado.
O Brasil tamb�m n�o est� muito atr�s. Nesta ter�a-feira, a Pol�cia Federal brasileira invadiu a resid�ncia oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, no meio de uma investiga��o sobre um suposto esquema de desvio de dinheiro na constru��o de hospitais de campo devido � pandemia.
Witzel, um forte oponente do presidente Jair Bolsonaro, negou sua participa��o no crime e o acusou de ser o foco de uma "persegui��o pol�tica".
- Pol�mica sobre a cloroquina -
As pol�micas tamb�m se concentraram nos testes para encontrar uma solu��o. Apesar da decis�o da OMS de suspender os ensaios com hidroxicloroquina, os Estados Unidos e o Brasil mantiveram a recomenda��o de usar a medica��o.
Trump promoveu fortemente o uso da hidroxicloroquina como um tratamento potencial para o novo coronav�rus, e at� alegou que estava tomando o medicamento para evitar o cont�gio.
Jair Bolsonaro tamb�m promove seu uso. O presidente brasileiro � um forte opositor das medidas de confinamento e, assim como Trump, minimizou a gravidade do novo coronav�rus.
A decis�o foi tomada pela OMS ap�s um estudo publicado na revista The Lancet constatar que a cloroquina e seus derivados s�o ineficazes e at� contraproducentes no tratamento contra o Sars-Cov-2.
Segundo a pesquisa, essas mol�culas aumentam o risco de morte e de arritmia card�aca.
- Com ilus�o, mas sem turistas -
A abertura de alguns dos destinos mais visitados e simb�licos do mundo contribuiu com otimismo nesta fase de gradual desconfinamento.
Em Bel�m, a Bas�lica da Natividade, onde os crist�os acreditam que Jesus nasceu, reabriu ap�s mais de dois meses.
Na It�lia, que foi o epicentro mundial de cont�gios, as ru�nas da cidade romana de Pompeia tamb�m foram reabertas. O local atraiu quatro milh�es de visitantes no ano passado. Agora, apesar da reabertura, os estrangeiros ainda est�o proibidos de viajar para a It�lia at� o pr�ximo m�s.
"Somos apenas n�s, os guias e os jornalistas", suspirou Valentina Raffone, 48 anos, que disse sentir "um vazio" no local semideserto.
O ministro das Rela��es Exteriores da It�lia, Luigi di Maio, disse que trabalha com colegas da UE para fixar em 15 de junho a data para os Estados-membros reabrirem suas fronteiras e regi�es tur�sticas.
Outros pa�ses como a R�ssia ainda n�o sentem al�vio. Nesta ter�a-feira, o pa�s registrou seu maior n�mero de mortes di�rias por coronav�rus, com 174, apesar de ter relatado que mais de 12.000 pessoas tamb�m haviam se recuperado nas �ltimas 24 horas. No total, a R�ssia soma 3.807 mortes e 362.342 casos, o terceiro maior n�mero de infec��es no mundo.