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Estado de Minas PANDEMIA

Viol�ncia dom�stica e confinamento: uma experi�ncia diferente para mulheres e homens

Pioneira do feminismo afirma que a pris�o de v�rias semanas ou meses tem sido "dram�tica" para mulheres, porque o lar � o epicentro do fen�meno


08/06/2020 10:55 - atualizado 08/06/2020 11:16

Imagem de protesto na Albânia contra a violência sexual que atinge mulheres e minorias
Imagem de protesto na Alb�nia contra a viol�ncia sexual que atinge mulheres e minorias (foto: Gent SHKULLAKU / AFP)

O confinamento contra a COVID-19 mudou, pelo menos temporariamente, os h�bitos de milh�es de seres humanos, embora de maneira diferente para homens e mulheres, que n�o experimentam esse per�odo de isolamento em casa da mesma maneira.


"O confinamento tem significados diferentes para um homem e para as mulheres, que est�o confinadas h� s�culos", disse Florence Thomas, a franco-colombiana pioneira do feminismo em entrevista � AFP.


Mas a pris�o de v�rias semanas ou meses tem sido "dram�tica" para muitas, porque o lar � frequentemente o epicentro da viol�ncia contra elas, acrescenta a professora de Psicologia Social e ex-diretora da Faculdade de Psicologia da Universidade Nacional de Bogot�.


Na Col�mbia, a linha de emerg�ncia para denunciar casos de viol�ncia dom�stica recebeu 175% mais liga��es desde o in�cio do confinamento, em 25 de mar�o, "quase tr�s vezes mais que os 1.595 casos relatados no mesmo per�odo de 2019", de acordo com a vice-presid�ncia, respons�vel pelas quest�es de g�nero.


Escritora e fundadora, em 1985, do Grupo de Mulheres e Sociedade para defender a causa feminista na Col�mbia, onde vive desde 1967, Thomas sustenta que "para os homens (o isolamento) tamb�m deve ser muito dif�cil, porque � novo".


Mas essa m�e de dois homens, "filha simb�lica" de Simone de Beauvoir e "cavaleira" da Legi�o de Honra, v� "efeitos positivos" na quarentena, especialmente porque gerou "consci�ncia" sobre a import�ncia do trabalho dom�stico n�o remunerado.


Abaixo est�o os principais trechos de sua entrevista.


- Qual o impacto do confinamento para as mulheres?


Transformou muito a vida das mulheres, dos homens tamb�m, mas (...) o confinamento tem significados diferentes para um homem e para mulheres, que est�o confinadas h� s�culos.


Quando come�amos a sair, quando conquistamos a rua, o bar, a noite etc., eles nos dizem: "N�o, para dentro!". Obviamente, era absolutamente necess�rio que nos confin�ssemos, mas h� um sentimento diferente quando retornamos � esfera dom�stica, ao interior.


As mulheres de 77 anos (como eu) tamb�m sabem um pouco menos sobre tecnologia. Voc� n�o pode imaginar o que eu sofro! Eu ensino estudantes de Medicina (...) para mim � uma prova��o falar, por esses meios, em uma tela. Espero que n�o seja o mundo do futuro!


- � mais dif�cil para elas do que para os homens?


Para os homens tamb�m deve ser muito dif�cil, porque � novo. Os homens "possu�ram" o exterior a vida inteira. Ao contr�rio das mulheres, os homens s�o os que falam, os que ouvem e os que est�o nas ruas. Claro que h� mulheres que n�o foram confinadas. Mas quantas? H� Helo�sa de Abelardo, ou Maria Madalena do Evangelho. H� mulheres que foram desobedientes como (...) Simone de Beauvoir, que � a mulher por excel�ncia do mundo externo: ela escrevia em bares.


E quando hoje come�amos a ter vozes, com o #MeToo, por exemplo, quando nos ouvem um pouco mais, nos dizem novamente: "Calem a boca e fiquem quietas dentro!" Talvez nem todas as mulheres sintam isso como eu, mas sou de uma gera��o que lutou para estar na rua, que lutou para ter uma voz, que lutou para ser capaz de sair para festejar sem ter que ser acompanhada por um homem.


- O confinamento tem outros efeitos negativos?


Para as mulheres, o fato de terem muito menos acesso a coisas absolutamente essenciais para elas no campo da sa�de, como (...) o aborto, tem sido dram�tico.


Mas talvez, antes do aborto, a viol�ncia: a viol�ncia dom�stica triplicou. N�o houve pol�ticas, pedagogia para as mulheres entenderem que deveriam continuar a ter os mesmos direitos em rela��o � sua sexualidade, em rela��o a gesta��es indesejadas.


- Mas a sociedade pode esperar consequ�ncias positivas?


Certamente haver� algumas coisas positivas, como quando vemos, por exemplo, que os homens tiveram que entender o que significa a economia do cuidado: a entrega de horas n�o remuneradas � limpeza do mundo, ao bem-estar do mundo, aos cuidados dos outros, das outras.


As mulheres gastam seu tempo limpando o mundo (...) h� s�culos! E acho que os homens se tornaram um pouco conscientes disso. At� meu filho Nicol�s, que, no terceiro dia de confinamento, me ligou e disse: "M�e, como voc� limpa um banheiro?" Eu acho que sim, h� coisas positivas!

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