
Dezenas de milh�es de americanos comparecem �s urnas nesta ter�a-feira, 3 de novembro, para escolher entre o presidente Donald Trump e o candidato democrata Joe Biden, em elei��es que marcam a divis�o e a polariza��o nos Estados Unidos, pa�s abalado pela pandemia de COVID-19 e a crise econ�mica.
O pa�s tamb�m se prepara para elei��es marcadas pela incerteza, j� que o elevado percentual de votos emitidos por correio devido � pandemia do coronav�rus dificultam o an�ncio do resultado ainda na ter�a-feira � noite e o presidente j� afirmou que seus advogados est�o prontos para uma disputa judicial.
�s 6h00 (8h00 de Bras�lia), os centros de vota��o foram abertos em Nova York e tamb�m em pontos em outros estados como New Jersey, Connecticut, Maine e Virginia.
Dixville Notch, um vilarejo de doze habitantes no nordeste dos Estados Unidos, j� havia cumprido sua tradi��o de ser a primeira cidade a abrir as urnas � meia-noite.
Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama e tem 77 anos, lidera as pesquisas e espera conquistar a Casa Branca para os democratas.
O presidente republicano, de 74 anos, demonstrou uma grande energia nos �ltimos dias e seguiu um ritmo fren�tico de campanha. Ele promete voltar a surpreender e contrariar as pesquisas, como fez em 2016.
"Vamos ter outra vit�ria maravilhosa", afirmou Trump para simpatizantes em Grand Rapids, Michigan, mesmo local em que encerrou a campanha h� quatro anos.
No fim de sua campanha em Pittsburgh, Biden afirmou que o objetivo ser� "curar o pa�s" e pediu a todos que "se levantem e recuperem" a democracia.
A disputa eleitoral foi marcada pela pandemia de covid-19, que provocou mais de 231.000 mortes no pa�s.
Biden acusa o presidente - que foi hospitalizado depois de contrair a covid-19 - de "propagar" o v�rus em seus com�cios e Trump respondeu com a alega��o de que o rival pretende "fechar" o pa�s.
- Mais quatro anos de Trump? -
"N�o posso suportar mais quatro anos de Trump", declarou � AFP em Pittsburgh Jane Perry, uma aposentada que compareceu a um evento de campanha de Biden apresentado pela cantora Lady Gaga.
Do lado do presidente, Lara Schmidt, 42 de anos, repetiu com fervor as acusa��es do presidente sobre a vota��o antecipada. "Se os votos por correspond�ncia acontecem de maneira ilegal, vou ajoelhar e rezar", disse.
Quase 100 milh�es de americanos votaram de maneira antecipada para evitar as aglomera��es em um momento de acelera��o dos casos da covid-19.
Em alguns estados, os votos emitidos pelo correio podem chegar v�rios dias ap�s as elei��es, o que antecipa uma apura��o complicada.
- Advert�ncias do FBI -
Diante da incerteza, v�rias cidades, incluindo Washington e Nova York, blindaram estabelecimentos comerciais e pr�dios como prote��o a eventuais dist�rbios.
O FBI advertiu para potenciais confrontos em Portland, cidade que virou um s�mbolo da divis�o nos Estados Unidos e cen�rio de protestos contra o racismo.
Este foi um dos temas que marcaram a campanha ap�s as grandes manifesta��es em junho, motivadas pela morte de um cidad�o negro por um policial branco.
Para Trump, a mensagem se concentrou em repetir o mantra de "lei e ordem" e acusar o rival de ser "socialista", com a advert�ncia de que sob mandato democrata os Estados Unidos poderiam virar Cuba ou Venezuela.
Os democratas - que tentaram sem �xito um julgamento pol�tico contra Trump por abuso de poder - alertaram para as consequ�ncias potencialmente devastadoras de um segundo mandato do republicano.
Duas vis�es em confronto. De um lado o presidente, com o lema "Estados Unidos em primeiro lugar" e que, apesar de ter passado quatro anos como governo em Washington, continua se apresentando como um 'outsider' pol�tico.
Do outro lado est� um veterano da pol�tica, que passou 36 anos no Senado e oito como vice-presidente. Biden venceu as prim�rias com uma mensagem simples: vencer Donald Trump, que chamou de "pior presidente" da hist�ria.
- Um plano para os "hispano-americanos" -
As elei��es contam com 32 milh�es de latinos registrados para votar, mas h� quatro anos apenas 47,6% do grupo compareceram �s urnas.
Desta minoria - que pode se crucial em alguns estados -, as pesquisas apontam que 69% apoiam Biden e 26% Trump.
Consciente do peso deste eleitorado, Trump tuitou em espanhol na segunda-feira seu plano para os "hispano-americanos", que prev� incluir na economia 500.000 neg�cios de latinos e criar dois milh�es de novos empregos.
Nesta ter�a-feira, os olhares est�o voltados para a Fl�rida, um dos grandes estados pendulares que pode ser uma das regi�es decisivas para a conquista da Casa Branca. Em 2016 Trump venceu no estado, mas agora as pesquisas apontam uma leve vantagem de Biden, mas dentro da margem de erro.
Outro local que concentrar� a aten��o � a Pensilv�nia, estado natal de Biden, onde as inten��es de voto apontam a vantagem do democrata, mas tamb�m dentro da incerteza da margem de erro.
Twitter e Facebook marcaram como "enganosa" uma mensagem postada na segunda-feira pelo presidente, na qual ele afirmava que a vota��o por correio na Pensilv�nia levaria � fraude "desenfreada" e � viol�ncia nas ruas.
A Suprema Corte provocou um rev�s para a campanha de reelei��o de Trump na semana passada, quando permitiu que os votos emitidos pelo correio neste estado sejam contados at� tr�s dias ap�s a noite da elei��o.
