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Estado de Minas ESTADOS UNIDOS

Republicanos influentes pressionam Donald Trump a aceitar derrota para Biden

Lideran�as do partido reconhecem a derrota e deixam Trump cada vez mais isolado; senadores governistas pedem repasse de dossi�s de intelig�ncia ao democrata


13/11/2020 10:11

(foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP)
(foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP)
O Partido Republicano come�a a apresentar fissuras importantes, enquanto o presidente norte-americano, Donald Trump, aferra-se ao poder e resiste em admitir a vit�ria do democrata Joe Biden nas elei��es de 3 de novembro. O governador do estado de Ohio, Mike DeWine, e o estrategista pol�tico Karl Rove, duas figuras influentes na legenda, exortaram o magnata a aceitar a derrota e a parabenizar o sucessor. “Acho que n�s precisamos considerar o ex-vice-presidente como presidente eleito”, declarou DeWine � emissora CNN. “Olha, estou preocupado com este v�rus (causador da covid-19), n�o estou olhando quais os m�ritos do caso. Parece que Joe Biden ser� o pr�ximo presidente dos EUA”, acrescentou.

Os governadores Larry Hogan (Maryland) e Charlie Baker (Massachusetts), tamb�m republicanos, engrossaram o coro dos que reconhecem Biden como o novo comandante em chefe da na��o. O ex-presidente George W. Bush chegou a felicitar o democrata e a declarar que “o povo americano pode ter a confian�a de que a elei��o foi fundamentalmente justa, de que sua integridade foi preservada, e de que o resultado � claro”. Rove escreveu um artigo no Wall Street Journal em que reconhece que o resultado do pleito n�o ser� revertido, mesmo com a ofensiva de Trump nos tribunais.

V�rios senadores do partido tamb�m instaram a Casa Branca a fornecer a Biden acesso aos relat�rios ultrassecretos de intelig�ncia. “Acho que � do nosso interesse nacional que o presidente eleito receba informa��es”, disse Mitt Romney, ex-candidato � Presid�ncia dos EUA. “Isso talvez seja a parte mais importante da transi��o”, ponderou a senadora Susan Collins, que cobrou celeridade no repasse dos dossi�s. James Lankford, membro do Comit� de Seguran�a Interna do Senado, avisou que, caso isso n�o ocorra hoje, far� uma interven��o.

Por sua vez, Biden alavanca o processo de transi��o, de olho na posse prevista para 20 de janeiro. Depois de nomear Ron Klain, 59 anos, para a chefia de gabinete da Casa Branca, o presidente eleito conversou com os primeiros-ministros Yoshihide Suga (Jap�o) e Scott Morrison (Austr�lia) e com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in. Biden e Moon falaram-se por 14 minutos e concordaram em reunir-se dias depois da cerim�nia de juramento.

Trump fez nova den�ncia, ontem, contestada pelo Twitter. “Relato: a Dominion (empresa que faz softwares para a vota��o) apagou 2,7 milh�es de votos em Trump em todo o pa�s. A an�lise de dados descobriu que 221 mil votos passaram do presidente Trump para Biden; e 941 mil votos de Trump foram deletados. Os estados usando os sistemas de vota��o Dominion trocaram 435 mil votos de Trump para Biden”, escreveu o magnata republicano. Mais uma vez, autoridades eleitorais dos EUA refor�aram que “n�o h� evid�ncias” de votos perdidos ou adulterados.

Hesita��o

Professor de ci�ncia pol�tica da Universidade Estadual de Ohio, Paul A. Beck admitiu ao Correio que lideran�as do Partido Republicano come�am a reconhecer publicamente a realidade da apura��o dos votos. “A maioria dos estados ainda n�o relatou os resultados oficiais da vota��o, mas eles come�ar�o a faz�-lo em breve, embora apenas alguns deles por vez. Eles ter�o at� 8 de dezembro para reportar os resultados oficiais da corrida presidencial — em tempo para a vota��o do Col�gio Eleitoral em cada estado. Assim que os resultados oficiais forem informados, espero que mais figuras republicanas admitam a derrota”, afirmou. “Por enquanto, muitas delas est�o hesitantes, pois temem a ira de Trump e de seus seguidores, uma parte consider�vel da base republicana.”

Beck acredita que Trump, provavelmente, jamais ceder� a aceitar os estertores de seu governo, mas ficar� isolado. “As suas for�as desistir�o, assim que as apura��es tornarem-se oficiais e os processos na Justi�a n�o forem bem-sucedidos. Nenhuma das a��es reverteu a contagem dos votos, e espero que tal resultado prossiga”, comentou. Segundo o especialista, Biden mant�m foco na transi��o, apesar das barreiras impostas pela Casa Branca e pelos departamentos executivos que controla. “A resist�ncia de Trump n�o pode mudar a agenda e o resultado das elei��es.”

Colega de Beck no Departamento de Ci�ncia Pol�tica da Universidade Estadual de Ohio, Richard Gunther disse � reportagem que n�o h� evid�ncia cr�vel de irregularidades nas elei��es. Ele explicou que o fato de os votos enviados pelos correios terem sido contabilizados dias depois do in�cio da apura��o reverteu a aparente vantagem de Trump na apura��o. “Isso foi usado como base para falsas alega��es de que a elei��o foi ‘roubada’ por Biden e pelos democratas”, comentou.

» Palavra de Especialista
Petul�ncia e infantilidade

“O presidente Donald Trump tem feito v�rias alega��es falsas de que ganhou a elei��o e que a fraude eleitoral � generalizada. N�o h� evid�ncia para apoiar suas afirma��es. As elei��es s�o administradas estado a estado, e em muitos deles (como Ohio e Ge�rgia), os secret�rios de Estado republicanos (que supervisionam a vota��o e o processo de apura��o) contradizem, categoricamente, as afirma��es de Trump. Os chamados fact checkers (‘verificadores de fatos’) documentaram cuidadosamente mais de 23 mil mentiras que Trump publicamente proferiu desde que assumiu o cargo, em 2017. As acusa��es de fraude eleitoral s�o consistentes com esse padr�o de comportamento desonesto e antidemocr�tico.

O presidente Trump tem feito virtualmente tudo o que pode para interromper o processo de transi��o para o governo Biden. Isso inclui lhe negar o financiamento e o espa�o de escrit�rio tradicionalmente dado a todos os presidentes rec�m-eleitos, suspender correspond�ncias de l�deres mundiais parabenizando-lhe pela vit�ria e se recusando a permitir que o democrata tenha acesso a briefings de seguran�a nacional. Tais comportamentos n�o t�m precedentes e surtem um impacto negativo sobre a transi��o para a nova administra��o, al�m de amea�arem a seguran�a nacional. Trata-se de um comportamento infantil e petulante, que representa grave desafio � legitimidade democr�tica.”

Richard Gunther, professor de ci�ncia pol�tica da Universidade Estadual de Ohio.


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