Voo da United (UA238) teve que fazer um pouso de emerg�ncia em Denver porque uma das turbinas estava se desfazendo em pleno ar. Peda�os cairam em uma cidade pr�xima. Felizmente ningu�m saiu ferido. pic.twitter.com/x4qNnmzSwm
— Andr� Fran (@andrefran) February 21, 2021
A "fadiga do metal" � agora a pista preferida das autoridades para explicar o incidente ocorrido no s�bado em um voo da United Airlines nos Estados Unidos, que levou � imobiliza��o de parte da frota mundial dos Boeing 777.
Um Boeing 777-220 da companhia a�rea americana United Airlines que havia acabado de decolar no s�bado de Denver (Colorado) para Honolulu (Hava�) com 231 passageiros e 10 tripulantes sofreu um inc�ndio na turbina direita e os pilotos precisaram realizar um retorno de emerg�ncia.
O avi�o conseguiu dar a volta e pousar no aeroporto, mas pe�as met�licas da fuselagem ca�ram sobre uma �rea residencial dos sub�rbios de Denver. Ningu�m ficou ferido.
A fabricante americana de avi�es recomendou na noite de domingo a suspens�o de voos dos 128 avi�es em todo o mundo equipados com um motor semelhante, e um porta-voz confirmou � AFP na segunda-feira que todos foram imobilizados.
Deles, 69 estavam em servi�o, incluindo 24 da United Airlines, 13 da Japan Airlines (JAL), 19 da All Nippon Airways (ANA), 7 da Asiana e 6 da Korean Air. Os outros 59 estavam guardados separadamente.
An�lise preliminar
Nos Estados Unidos, a Administra��o Federal de Avia��o (FAA) ordenou inspe��es adicionais nos Boeing 777 com motor Pratt & Whitney, e a Junta Nacional de Seguran�a no Transporte (NTSB) tamb�m est� investigando o "incidente".
"Uma an�lise preliminar no local indica danos compat�veis com uma fadiga do metal", um processo de degenera��o do material, afirmou na segunda-feira o presidente da NTSB, Robert Sumwalt, em coletiva de imprensa.
Ele tamb�m confirmou que duas l�minas de um compressor estavam danificadas. Uma delas foi encontrada em um campo de futebol, a outra ficou presa no motor.
Os funcion�rios da FAA se reuniram com representantes da Boeing e da Pratt & Whitney no domingo � noite. A fabricante de motores americana disse que estava cooperando com a NTSB e "continuar� trabalhando para garantir o funcionamento seguro da frota".
A United Airlines decidiu retirar a aeronave de seu programa de voos e continuar� trabalhando em estreita colabora��o com os reguladores para determinar os pr�ximos passos.
O Reino Unido decidiu na segunda-feira fechar seu espa�o a�reo aos Boeing 777. O Minist�rio do Transporte do Jap�o afirmou que tamb�m ordenou inspe��es mais rigorosas do motor Pratt & Whitney depois que um 777 da Japan Airlines (JAL) que voava do aeroporto de T�quio-Haneda para Naha na ilha de Okinawa apresentou problemas com "um motor da mesma fam�lia" em dezembro.
Nova prova para a Boeing
As a��es da Boeing ca�ram mais de 2% na Bolsa segunda-feira. O incidente representa um novo contratempo para a fabricante de avi�es, que acabou de se recuperar da crise do 737 MAX, seu avi�o principal que ficou paralisado em maio de 2019 ap�s dois acidentes que deixaram 346 mortos.
Depois de quase dois anos de proibi��o, de uma modifica��o do software de controle de voo e da implementa��o de novos protocolos de treinamento de pilotos, o 737 MAX foi novamente autorizado a voar.
A Boeing tamb�m foi duramente atingida, assim como a sua rival Airbus, pela pandemia de covid-19 e suas desastrosas consequ�ncias no transporte a�reo internacional.
A crise sanit�ria provocou o cancelamento de centenas de pedidos de avi�es.
As autoridades holandesas tamb�m anunciaram na segunda-feira a abertura de duas investiga��es ap�s a queda dois dias antes de pe�as da fuselagem de um avi�o de carga Boeing 747-400, que feriram duas pessoas no sul do pa�s.
V�rios especialistas acreditam, no entanto, que o incidente do 777 nos Estados Unidos � mais um problema de manuten��o ou de motor do que do design do avi�o por parte da Boeing.
Em servi�o durante mais de 25 anos sem acidentes importantes, o dispositivo "tem uma reputa��o muito s�lida", destacou Michel Merluzeau, especialista da empresa AIR.
O problema atual "n�o tem nada a comparar" com a crise do Boeing 737 MAX, estimou tamb�m Richard Aboulafia, analista do Teal Group, especialista em aeron�utica.
"Depois de todos esses anos de servi�o � pouco prov�vel que se trate de um problema de design do motor", estimou. "Definitivamente tem a ver com a manuten��o".
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