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Estado de Minas ESPECIALISTA

Conhe�a Margareth Dalcolmo, a voz no combate ao coronav�rus no Brasil

Pneumologista � refer�ncia no Brasil quando o assunto � o tratamento da COVID-19


12/03/2021 09:45 - atualizado 12/03/2021 10:20

(foto: AFP / Mauro Pimentel)
(foto: AFP / Mauro Pimentel)
A pneumologista Maragareth Dalcolmo segue se surpreendendo quando � reconhecida e pedem para abra��-la no mercado, apesar de sua onipresen�a na m�dia como uma das maiores especialistas da luta contra a pandemia de coronav�rus no Brasil.

Esta mulher de 65 anos, sem filhos e desconhecida do grande p�blico at� o ano passado, se tornou uma figura materna que consola milh�es de pessoas doentes ou angustiadas pela COVID-19, v�rus respons�vel por 273.000 mortes no pa�s.

Desde ent�o, a pesquisadora da Fiocruz apareceu 440 vezes na televis�o, nos jornais ou nas redes sociais, n�meros dignos das estrelas do futebol.

"Voc�s j� repararam que se fala mais em Margareth Dalcolmo do que de Neymar?", escreveu o colunista Zuenir Ventura no Globo no m�s passado.

Em um ano, a pesquisadora da prestigiosa Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) se tornou uma celebridade, popularizando o discurso cient�fico para os brasileiros, sobrecarregados pela desinforma��o sobre o coronav�rus.

Incans�vel, esta mulher en�rgica prega pedagogicamente a import�ncia do uso da m�scara, do distanciamento social e da vacina��o. Tamb�m denuncia a neglig�ncia e a corrup��o na Sa�de, assim como os discursos "absurdos, inaptos" a favor da cloroquina ou contra a vacina... Como os repetidos pelo presidente Jair Bolsonaro.

"As for�as obscurantistas fazem um mal enorme � popula��o brasileira, eu me sinto muito estimulada a repetir mil vezes as mesmas informa��es e o farei at� cair", explica em entrevista esta semana concedida � AFP no Rio de Janeiro.

Tudo come�ou em mar�o de 2020 com um simples v�deo no qual a dra. Dalcolmo apresentava o resumo de uma reuni�o de crise sanit�ria em Bras�lia da qual acabava de participar.

"Tivemos 1,5 milh�o de visualiza��es! Naquela �poca eu n�o entendia nada de redes sociais", lembra a doutora, que respondeu �s perguntas em um �timo franc�s.

O sanat�rio de Thomas Mann


Para esta trabalhadora incans�vel, os dias come�am �s 7h com consultas de pacientes via videoconfer�ncia, que v�o at� �s 21h.

"Tamb�m vou � Fiocruz, ao meu consult�rio onde tenho muitos pacientes e visito hospitais", enumera. Como pneumologista, ela tamb�m trata casos de asma, bronquite e c�ncer.

"At� nos fins de semana, em casa, eu trabalho. Eu tenho que ler muitos artigos cient�ficos", continua a doutora, que tenta encontrar tempo para a literatura: "meu segundo amor, depois da medicina".

Durante a pandemia, a Dra. Dalcolmo releu "A cerim�nia do adeus", obra crepuscular de Simone de Beauvoir. Sua escritora "do cora��o", por�m, � Marguerite Yourcenar.

E foi na obra de Thomas Mann, mais precisamente em "A montanha m�gica", ambientada em um sanat�rio para tuberculosos nos Alpes su��os, que uma jovem Margareth encontrou a voca��o para ser pneumologista.

Filha de italianos que migraram para o Brasil no in�cio do s�culo XX, a Dra. Dalcolmo pertence a uma fam�lia de juristas "sem nenhuma voca��o m�dica".

Com o marido, o advogado C�ndido Mendes de Almeida, de 92 anos e um imortal da Academia Brasileira de Letras, ela tem uma "rela��o especial" devido � grande disparidade de idade.

"Ele talvez seja um dos maiores intelectuais do Brasil", afirma.

"N�o temos filhos, mas meu marido tem filhos e netos. Somos uma bela fam�lia moderna", define.

Momentos de gra�a


A Dra. Dalcolmo se diz orgulhosa de ter sido a primeira brasileira vacinada com o imunizante da AstraZeneca, coproduzida pela Fiocruz.

A COVID-19, que ela contraiu em maio do ano passado, deixou sequelas, como um ligeiro engordamento dos dedos, mas principalmente a lembran�a "da angustia de noites longas demais".

Hoje, sua irm�, que considera seu "pilar", se encontra em tratamento intensivo em sua natal Vit�ria, no Esp�rito Santo.

A experi�ncia mais dolorosa da pandemia, segundo a Dra. Dalcolmo, "� quando um paciente est� em uma unidade de tratamento intensivo, totalmente s�, ainda consciente, e nos pede para transmitir seus �ltimos desejos aos familiares antes de ser entubado".

Certa vez, ela perdeu a paci�ncia. Em um v�deo que viralizou datado de janeiro, a doutora denunciava, em l�grimas, a "incompet�ncia absoluta" que resultou na escassez de doses para vacinar os 212 milh�es de brasileiros.

Mas at� a trag�dia tem momentos de gra�a, como "quando me reconhecem no supermercado como 'a m�dica da televis�o'. Me dizem: 'Queremos te abra�ar, porque voc� entra em nossas casas praticamente todas as noites! Confiamos em voc�!'".

A Dra. Dalcolmo, por�m, sabe que outros momentos de sofrimento esperam no horizonte: "2021 ser� outro ano muito duro".


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