
No relat�rio, divulgado na quinta-feira (20/5), o ex-juiz da Suprema Corte John Dyson critica o jornalista Martin Bashir por usar documentos falsos para convencer Lady Di a lhe conceder a entrevista. Tamb�m critica a dire��o da emissora p�blica brit�nica por sua gest�o do caso.
Vista por 22,8 milh�es de telespectadores em 1995, a entrevista foi uma bomba.
Nela, a princesa afirmou que havia "tr�s pessoas" em seu casamento - referindo-se � rela��o extraconjugal de Charles com Camilla Parker Bowles, hoje sua esposa - e admitia que ela tamb�m tinha um caso.
Com esta entrevista, o ent�o desconhecido Bashir impulsionou sua carreira. Em 2003, conversou o astro do pop Michael Jackson, que depois o denunciou ao �rg�o regulador do setor audiovisual brit�nico, por divulgar uma imagem distorcida sua. H� uma semana, o jornalista deixou a BBC, alegando motivos de sa�de.
"Este informe � claramente condenat�rio", disse o ministro da Justi�a, Robert Buckland, ao canal Sky News, destacando que o documento aponta n�o apenas o jornalista, mas tamb�m a dire��o e "as decis�es que foram tomadas � �poca".
"Isso exigir� um exame detalhado, e � isso que o governo far� com calma para ver o que precisa ser feito para melhorar a governan�a na BBC", acrescentou.
"Agora cabe � BBC garantir que nada disso volte a acontecer", declarou o primeiro-ministro Boris Johnson.
A publica��o do relat�rio de Dyson provocou uma forte condena��o da BBC por parte dos filhos de Diana, que morreu em um acidente de carro em 1997, em Paris, perseguida pelos paparazzi.
"� infinitamente triste saber at� que ponto as falhas da BBC alimentaram os medos, a paranoia e a solid�o dos �ltimos anos que passei com ela", reagiu seu filho mais velho, pr�ncipe William, de 38 anos, o segundo na linha sucess�ria ao trono brit�nico.
Dos Estados Unidos, onde vivem com sua esposa, Meghan, e com o filho, seu irm�o mais novo, Harry, de 36, relacionou a morte de sua m�e "ao efeito dessa cultura de explora��o e de pr�ticas pouco �ticas".
A pol�cia de Londres, que em mar�o decidiu n�o abrir uma investiga��o sobre o assunto, disse hoje que estudar� "qualquer nova prova significativa que surja" ap�s o informe.
Melhorar governan�a
O Executivo de Johnson tem a BBC na mira desde sua chegada ao poder, em dezembro de 2019. � �poca, acusou o grupo de parcialidade em rela��o ao Partido Conservador (a sigla do premi�) na campanha eleitoral para a disputa legislativa.
Paradoxalmente, o Partido Trabalhista tamb�m atribuiu falta de objetividade � BBC durante a mesma cobertura.
Esta emissora p�blica de r�dio e televis�o deve renegociar em 2022 seu acordo com o Estado, e Johnson contempla a possibilidade de reduzir, ou suprimir em alguns casos, o imposto audiovisual de 157 libras (US$ 223) anuais pago pelo contribuinte brit�nico.
Alguns conservadores defendem, inclusive, que a BBC deveria migrar para um sistema de assinatura semelhante ao de diferentes plataformas digitais. Hoje, a empresa enfrenta o desinteresse do p�blico mais jovem.
Com parte de uma "moderniza��o" para se adaptar aos novos h�bitos do p�blico, o grupo anunciou, em 2020, o corte de 450 postos de trabalho em sua reda��o.