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Estado de Minas IMPRESSIONANTE

'N�o v� TV nem celular': a menina de 2 anos que viralizou falando palavras dif�ceis

As cenas em que Alice pronuncia termos como 'oftalmologista' e 'proparox�tona' j� foram vistas dezenas de milh�es de vezes


13/07/2021 18:22 - atualizado 13/07/2021 18:49

Alice com a mãe, Morgana Secco(foto: BBC)
Alice com a m�e, Morgana Secco (foto: BBC)

Oftalmologista. Tiranossauro Rex. Proparox�tona. Propositalmente. Alice acabou de completar 2 anos, mas pronuncia t�o bem essas palavras enormes que viralizou nas redes sociais.

O primeiro v�deo em que ela aparece e que come�ou a ser muito compartilhado na internet foi em fevereiro deste ano. "E a� foi numa sequ�ncia, tudo muito r�pido", conta a m�e, Morgana Secco.

 

 

 

Como costuma ocorrer com outras crian�as, v�deos come�aram a ser gravados desde que Alice nasceu e s�o exibidos para amigos e familiares por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens.

O processo de aquisi��o da linguagem de Alice ganhou for�a por volta dos 8 meses de idade, quando tentava falar a palavra "batata", balbuciando "tat�ta". Com 1 ano e 1 m�s, ela passou a tentar repetir todas as palavras que ouvia em casa e a falar frases com diversas palavras.

"Foi nessa hora que a gente percebeu que tinha uma facilidade com isso e que ela gostava, era algo precoce em rela��o a outras crian�as", conta Morgana.

Especialistas apontam que, em geral, as crian�as come�am a balbuciar entre 3 e 6 meses de idade, falam as primeiras palavras entre 10 e 12 meses e por volta de 1 ano e meio constroem as primeiras frases, com duas ou tr�s palavras. At� os 3 anos, a crian�a vive uma explos�o vocabular, passando a construir frases completas.

Um dos pilares desse desenvolvimento da fala � a quantidade de palavras a que a crian�a � exposta em casa.

Nos anos 1990, os pesquisadores americanos Betty Hart e Todd Risley foram para casas de fam�lias de diferentes grupos socioecon�micos e passaram uma hora por m�s, ao longo de dois anos, fazendo grava��es.

Analisando os dados, eles descobriram que as crian�as das fam�lias mais pobres ouviam, por hora, um ter�o da quantidade de palavras em compara��o �s crian�as das classes mais altas.

Segundo a proje��o deles, aos 4 anos de idade, haveria uma diferen�a de 30 milh�es de palavras entre o que as crian�as de origem pobre e as de origem rica foram expostas.

V�deos e redes sociais

Nascida em Londres, Alice completou 2 anos em meados de 2021 e ainda n�o frequenta a creche. Os v�deos em que pronuncia palavras dif�ceis e outras nem tanto come�aram como brincadeiras. Ela tomou gosto e, em uma das vezes, a m�e decidiu filmar.

"Como eu j� tinha brincado com ela antes, ela lembrou e pediu para falar de novo. Essas palavras que ela falou no desafio, a maioria delas, ela n�o sabe o significado. A gente explica quando faz parte de um contexto, mas tem umas que eu nem sei o que significam", diz a m�e.

Apesar da dificuldade de compreens�o inerente � idade, os pais contam que costumam explicar para a filha os motivos por tr�s de pedidos ou atividades do dia-a-dia, por exemplo, Em um dos v�deos, a m�e pergunta a ela por que se deve comer br�colis. "Pro corpo ficar forte. Faz muito bem pra sa�de", responde Alice, enquanto come o vegetal.

Essas explica��es, segundo sua m�e, tendem a ajudar a filha decidir sobre fazer ou n�o algo, como � o pr�prio caso do br�colis. Na ocasi�o do v�deo, ela n�o queria mais com�-lo, mas depois de ouvir a explica��o sobre a import�ncia do alimento para a sa�de, decidiu retomar as garfadas.

Morgana mant�m um canal no YouTube que atualmente tem 51 mil inscritos, um perfil no Instagram que tem 1,5 milh�o de seguidores e outro no TikTok com 2,4 milh�es.

Neles, compartilha v�deos da filha, momentos do dia a dia e dicas de como estimular o desenvolvimento da fala da crian�a, a exemplo de explicar cada coisa para a crian�a mesmo que ela "pare�a n�o entender", cantar m�sicas juntos e ler livros.

O Minist�rio da Educa��o brasileiro tem um portal com dicas para auxiliar nesse processo de aquisi��o da linguagem.

O futuro de uma crian�a come�a a ser desenhado no ambiente familiar, principalmente ao longo da primeira inf�ncia. Por isso, seguindo os rumos apontados pela Pol�tica Nacional de Alfabetiza��o (PNA), o Minist�rio da Educa��o lan�ou o programa Conta pra Mim, que tem como objetivo a ampla promo��o da literacia familiar.

Pandemia

Por outro lado, ao longo da pandemia de covid-19, muitas crian�as passaram a ter novos obst�culos no desenvolvimento da fala. H� diversos elementos envolvidos nesse contexto, segundo especialistas, mas um deles foi o isolamento social e o maior uso de equipamentos eletr�nicos.

"Eu acho que talvez a pandemia tenha prejudicado as outras fam�lias em que os pais precisavam trabalhar e acabavam n�o conseguindo dar aten��o para as crian�as. Da� as crian�as acabam ficando muito tempo na frente da televis�o ou de celulares. E � comprovado: tem pesquisas que mostram que o excesso de aparelhos eletr�nicos podem prejudicar o desenvolvimento da fala", afirma Morgana.

No caso de Alice, "ela n�o v� nada de televis�o e nem usa nada de celular, ela nem sabe que isso existe".

E o que dizer sobre os v�deos que a m�e de Alice grava? Isso n�o seria poderia vir a ser uma superexposi��o da crian�a � tecnologia e �s redes sociais? Morgana afirma tomar "muito cuidado" com tudo que compartilha da filha.

"Porque �s vezes as pessoas t�m a sensa��o de que eu estou compartilhando tudo que ela faz e que estou o dia todo filmando ela. Mas o que eu compartilho ali s�o dois, tr�s minutos do nosso dia que eu seleciono com muito cuidado."

O mais visto dos 19 v�deos publicados no canal no YouTube, Alice "Lendo" Livro Que Mundo Maravilhoso, tem 240 mil visualiza��es. No Instagram, o v�deo com Alice pronunciando palavras dif�ceis recebeu 1,6 milh�o de curtidas e � o mais popular entre os mais de mil v�deos e fotos. No TikTok, esse mesmo v�deo foi visto mais de 36 milh�es de vezes.

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