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Estado de Minas REGRESS�O NOS DIREITOS

O que j� come�a a mudar para mulheres com Taleb� no poder no Afeganist�o

A tomada da capital afeg� pelo Taleb� gera desconfian�a na popula��o, sobretudo nas mulheres, que temem perder os direitos conquistados nos �ltimos 20 anos.


17/08/2021 10:26 - atualizado 17/08/2021 12:21


Mulheres caminham em Cabul em 15 de agosto
Mulheres caminham em Cabul em 15 de agosto (foto: Getty Images)

chegada do Taleb� a Cabul, capital do Afeganist�o, despertou medo nos cidad�os, principalmente nas mulheres.

Com o retorno do grupo fundamentalista isl�mico ao poder ap�s 20 anos, as afeg�s temem perder os direitos sociais e econ�micos que conquistaram nas �ltimas duas d�cadas.

O Taleb� imp�e uma interpreta��o radical e estrita da lei isl�mica que restringe severamente os direitos das mulheres.

A seguir, algumas das mudan�as j� observadas em Cabul em rela��o �s mulheres nos primeiros dias ap�s a volta do Taleb�.

Geopol�tica e o Afeganist�o: quem s�o os talib�s?

Sem mulheres na TV

Os principais canais de televis�o do Afeganist�o continuaram suas transmiss�es depois que o Taleb� assumiu o poder.

No entanto, h� diferen�as not�veis, como o fato de n�o haver mais apresentadoras mulheres, de acordo com a BBC Monitoring.

Tamb�m foi observado um grande aumento nos coment�rios favor�veis %u200B%u200Bao Taleb�, em paralelo a muito poucas cr�ticas ao grupo, em canais como a TV estatal National Afghanistan e as redes privadas Tolo News, Ariana, Shamshad e 1TV.


Clérigos islâmicos ocupam espaço nas redes de tv afegãs
Cl�rigos isl�micos ocupam espa�o nas redes de tv afeg�s (foto: Shamshad TV)

A televis�o estatal, cuja dire��o est� nas m�os do Taleb� desde a noite de 15 de agosto, tem transmitido em sua maioria programas religiosos.

J� grande parte da grade de programa��o da Tolo News e da 1TV tem repetido programas transmitidos aos domingos, possivelmente devido a dificuldades de trabalho.

No entanto, Saad Mohseni, dono do Moby Group, que inclui a Tolo TV e a Tolo News TV, declarou em um tu�te: "Posso garantir que nossa equipe est� bem e que continuamos com nossa transmiss�o ininterrupta durante essa 'transi��o'".

O Moby Group � o maior gerador de programas de entretenimento, not�cias e atualidades do Afeganist�o.

Enquanto isso, a TV Shamshad, de propriedade de um ex-assessor presidencial, estava transmitindo conte�do pr�-Taleb�.

Em um dos programas, o correspondente do canal mostrou moradores de Cabul comemorando que o grupo traria seguran�a e unidade ao pa�s.

Nem vestidos, nem maquiagem

Ap�s o avan�o do Taleb� no Afeganist�o, muitos direitos sociais e econ�micos conquistados nos �ltimos 20 anos chegaram ao fim de repente, disseram v�rios cidad�os afeg�os � BBC.


Nas ruas de Cabul, até poucos dias atrás, era possível ver anúncios de mulheres maquiadas
Nas ruas de Cabul, at� poucos dias atr�s, era poss�vel ver an�ncios de mulheres maquiadas (foto: Getty Images)

E den�ncias de restri��o �s liberdades das mulheres n�o s�o exce��o.

"H� muitas restri��es agora. Quando eu saio, tenho que usar burca (traje que cobre completamente o corpo da mulher, com uma treli�a estreita � altura dos olhos), conforme ordenado pelo Taleb�, e um homem precisa me acompanhar", conta uma parteira de Ishkamish, distrito rural com servi�os escassos na prov�ncia de Takhar, na fronteira nordeste do Afeganist�o com o Tajiquist�o.


Mulheres temem perda de direitos; uma delas disse que tiraria a própria vida a ter casamento forçado com combatente do Talebã
Mulheres temem perda de direitos; uma delas disse que tiraria a pr�pria vida a ter casamento for�ado com combatente do Taleb� (foto: Reuters)

Nos primeiros dois dias ap�s a chegada do Taleb� a Cabul, as ruas da capital tamb�m come�aram a dar sinais dessas mudan�as restritivas para as mulheres.

Fotos nas redes sociais mostram que vitrines com imagens de mulheres sem v�u, maquiadas e com vestidos de festa estavam sendo arrancadas ou cobertas de tinta.

%uD83D%uDC94Love this street - usually windows full of sparkling dresses .. #Kabul #Afghanistan https://t.co/FnLi7csncF

— lyse doucet (@bbclysedoucet) August 15, 2021

'N�o sei como ser� o nosso futuro'

Muitas mulheres em Cabul sentem medo e falta de esperan�a.

Uma jovem, que preferiu n�o se identificar, descreveu a cidade como "silenciosa". O Taleb� governa a capital e todos est�o em casa, disse ela � BBC.

"Eu tinha muitos planos para o meu futuro, mas agora n�o posso trabalhar nem ir para a universidade", acrescentou.

"N�o sei como ser� nosso futuro. Isso me fez perder a esperan�a. Estou procurando uma maneira de sair do Afeganist�o porque n�o h� esperan�a para as mulheres."


Com a volta do Talebã ao poder no Afeganistão, as mulheres temem perder os direitos conquistados nos últimos 20 anos
Com a volta do Taleb� ao poder no Afeganist�o, as mulheres temem perder os direitos conquistados nos �ltimos 20 anos (foto: Getty Images)

Aisha Ahmad, que estuda ci�ncia da computa��o na Universidade de Cabul, acabou agredida no domingo junto � multid�o que tentava pegar um voo para fugir do pa�s no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, na capital.

"A multid�o foi empurrada pela pol�cia, crian�as e mulheres estavam no ch�o, machuquei minhas m�os, p�s e joelhos", contou a jovem de 22 anos � ag�ncia de not�cias PA.

Depois de n�o conseguir embarcar, Ahmad fez um apelo nas redes sociais para que algum pa�s conceda asilo a ela para que possa terminar seus estudos, o que ela n�o acredita mais ser poss�vel.

"Perdi as esperan�as e acho que n�o ser� um caminho f�cil", disse ela.

"Sinto como se estivesse em um t�nel... N�o consigo ver nenhuma luz brilhante e n�o sei qual � o comprimento do t�nel."

Mahbouba Seraj, ativista pelos direitos das mulheres e crian�as em Cabul, disse � BBC que n�o serviria a ningu�m se todas as mulheres deixassem o pa�s, acrescentando que ela est� disposta a dialogar e trabalhar com o Taleb�.

"Se as mulheres do Afeganist�o, as que est�o envolvidas e temos trabalhado, pudessem se sentar � mesa e conversar com essas pessoas (os militantes), eles poderiam ser inteligentes e se conscientizar sobre os recursos que t�m com as mulheres do Afeganist�o", declarou.

"Porque antes disso, antes do Taleb�, nem o mundo nem nossa pr�pria rep�blica via realmente a for�a da mulher afeg�."

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