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Estado de Minas LA PAZ

'Cocaleros' ocupam mercado de coca ap�s confrontos com policiais na Bol�via

Aos gritos de "Os Yungas unidos, jamais ser�o vencidos!" e "Sim, conseguimos! Sim, conseguimos!", os trabalhadores entraram levando a bandeira nacional


04/10/2021 19:35 - atualizado 04/10/2021 20:08

Cocaleros erguem bandeira da Bolívia em La Paz
Milhares de 'cocaleros', opositores ao governo, ocuparam um mercado que comercializa coca em La Paz (foto: LUIS GANDARILLAS / AFP)

Milhares de 'cocaleros' da regi�o de Yungas, na Bol�via, opositores ao governo, ocuparam um mercado que comercializa coca em La Paz, ap�s confrontos de rua violentos com a pol�cia, que deixaram v�rios feridos, constatou a AFP.

Aos gritos de "Os Yungas unidos, jamais ser�o vencidos!" e "Sim, conseguimos! Sim, conseguimos!", os trabalhadores entraram levando a bandeira nacional nas cores vermelha, amarela e verde, ao mercado que comercializa coca de forma legal, no bairro Villa F�tima, porta de entrada aos vales subandinos dos Yungas, onde se cultiva coca desde antes do imp�rio inca.

Os incidentes come�aram ao meio-dia, quando os camponeses se organizaram para assumir o controle do mercado da Associa��o de Produtores de Folha de Coca de La Paz (Adepcoca), ap�s se queixar que outro grupo, apoiado pelo governo do presidente Luis Arce, ocupou a dire��o, em meio a diferen�as pol�ticas e econ�micas no controle do mercado legal de coca.

- Mobiliza��o policial -

Dezenas de policiais da tropa de choque que resguardavam o local h� uma semana fizeram uso de bombas e g�s lacrimog�neo, mas tiveram que recuar v�rios quarteir�es diante da press�o maci�a dos camponeses.

Os cultivadores de coca atiraram pedras e paus, enquanto queimaram pneus e colch�es. Os enfrentamentos deixaram ao menos dois policiais e dois camponeses feridos, segundo a AFP.

A tropa de choque da pol�cia dirigiu-se para uma pra�a pr�xima, de onde faziam trabalho de vigil�ncia.

"Hoje � um dia hist�rico para os Yungas, em que o s�cio produtor da folha de coca recuperou sua casa, que o governo quis tirar de n�s", disse o dirigente 'cocalero' Wilder Vargas, de dentro das instala��es.

"Daqui queremos dizer ao governo que n�o se entrometa em uma institui��o privada", afirmou.

Vargas, integrante do autodenominado comit� de emerg�ncia que comandou a ocupa��o do mercado, antecipou que em breve ser� formada uma comiss�o eleitoral para organizar elei��es para uma nova dire��o da Adepcoca.

O dirigente 'cocalero' governista Arnold Alanes, que era presidente da Adepcoca, pediu ao governo uma investiga��o sobre os graves incidentes, pelos quais culpou a oposi��o de direita e de centor.

"Exigimos que o Minist�rio do Governo (Interior) desbarate esta organiza��o criminosa terrorista, que veio amedrontar com dinamites nossa sociedade", destacou Alanes ao canal estatal de televis�o. Tamb�m culpou setores "alheios" aos 'cocaleros' os que tomaram o controle de seus escrit�rios.

O governo n�o fez coment�rios sobre os incidentes.

- Origem do conflito -

O conflito, que causou confrontos de rua desde a semana passada em Villa F�tima, originou-se na disputa pela dire��o da Adepoca entre tr�s setores de 'cocaleros': Armin Lluta, opositor ao governo; Fernando Calle e Arnold Alanes, estes �ltimos afins � situa��o.

Alanes tirou h� uma semana Lluta da presid�ncia da Adepoca e foi reconhecido pelo governo, o que irritou o setor opositor.

Lluta inclusive denunciou que seus advers�rios o sequestraram durante horas, ao in�cio do conflito, e lhe deram uma surra. Seu grupo mostrou fotos dele com o rosto ensanguentado.

O mercado de Adepcoca � disputado, pois por ali s�o comercializados diariamente cerca de 48.000 quilos de coca, amparados por uma norma que permite seu consumo com fins tradicionais, como infus�o, mastiga��o e rituais religiosos andinos.

Pelo pr�dio passam 90% do com�rcio legal da folha: 173 milh�es de d�lares anuais a dez d�lares o quilo, pre�o m�dio de venda legal em 2020, segundo dados do Departamento das Na��es Unidas contra as Drogas e o Crime (UNODC), divulgado em agosto passado.

A dire��o da Adepcoca d� permiss�es para a comercializa��o da planta milenar.


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