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Estado de Minas DEBATE SOBRE RACISMO

Nova York retira est�tua de ex-presidente que teve mais de 600 escravos

Est�tua de Thomas Jefferson ficava exposta na sala de assembleias da C�mara Municipal h� quase 200 anos


19/10/2021 15:47 - atualizado 19/10/2021 16:52

Estátua de Thomas Jefferson, na sala de assembleias da Câmara Municipal
Thomas Jefferson foi o principal autor da Declara��o de Independ�ncia em 1776 e terceiro presidente dos Estados Unidos (1801-1809) (foto: Reprodu��o/Governo de Nova York)
A est�tua de Thomas Jefferson , um dos pais fundadores dos Estados Unidos e primeiro autor da Declara��o de Independ�ncia do pa�s, deixar� de dominar a sala de assembleias da C�mara Municipal de Nova York por seu passado escravagista.

A decis�o faz parte de um debate intenso surgido ap�s a morte de George Floyd, um homem negro morto asfixiado sob o joelho de um policial branco e que deu origem ao movimento Black Lives Matter (Vidas negras importam).

As desigualdades raciais evidenciadas pela pandemia do coronav�rus e a discuss�o sobre se os monumentos dos confederados, que defenderam a escravid�o durante a guerra civil americana, deveriam ser retirados fazem parte desse movimento que vem crescendo com for�a no �ltimo ano.

Vereadores latinos e negros da assembleia nova-iorquina reivindicavam h� anos a retirada da est�tua de Jefferson, de pouco mais de dois metros de altura, que durante mais de meio s�culo presidiu as reuni�es na sala de assembleias da C�mara Municipal.

Principal autor da Declara��o de Independ�ncia em 1776 e terceiro presidente dos Estados Unidos (1801-1809), Jefferson possuiu mais de 600 escravos e teve seis filhos com a escrava Sally Hemings.

"Saber que nos sent�vamos na presen�a de uma est�tua em homenagem a um propriet�rio de escravos, que acreditava fundamentalmente que pessoas como eu n�o mereciam ter os mesmos direitos e liberdades que ele apontava na Declara��o de Independ�ncia me deixa em uma situa��o profundamente desagrad�vel", disse na segunda-feira a vereadora afro-americana Adrienne Adams.

Ap�s fortes discuss�es sobre a futura localiza��o da est�tua, a comiss�o tamb�m decidiu que ser� transferida para a Sociedade Hist�rica de Nova York, que aceitou o empr�stimo com a finalidade de "proteger o trabalho art�stico e proporcionar as oportunidades de exibi-la em um contexto educativo e hist�rico".

A professora da Faculdade de Direito de Harvard e especialista em Jefferson, Annette Gordon-Reed, tamb�m negra, n�o concordou com a decis�o da C�mara.

"Entendo porque as pessoas querem retir�-la, embora n�o esteja de acordo. Seria bom que fosse exibida, acompanhada de uma explica��o", escreveu no Twitter.

"Seria bom para todos. Poderia-se pensar em todo tipo de informa��o para acompanh�-la. Serviria para o objetivo hist�rico", acrescentou.

A est�tua, feita em gesso seguindo o modelo em bronze de Jefferson exposto na rotunda do Capit�lio, em Washington, foi encomendada em 1833 por Uriah P.Levy, o primeiro judeu comodoro na Marinha americana, para comemorar o apoio de um dos pais da P�tria � liberdade religiosa nas For�as Armadas.

Realizada pelo c�lebre artista franc�s Pierre-Jean David d'Angers, a est�tua exposta em Washington foi dedicada ao povo americano e a c�pia em gesso chegou � C�mara de Nova York por volta de 1834.

Em 2019, a cidade de Jefferson, Charlottesville, na Virg�nia, decidiu deixar de celebrar o feriado comemorativo do anivers�rio deste l�der revolucion�rio que, junto com George Washington, John Adams, Benjamin Franklin, Alexander Hamilton, John Jay e James Madison, uniu as Treze Col�nias e liderou a guerra da independ�ncia do Reino Unido, que originou o surgimento dos Estados Unidos nas �ltimas d�cadas do s�culo XVIII.

Assim como muitas regi�es do mundo, como se viu recentemente com Crist�v�o Colombo, cujo papel tem sido questionado pelos povos ind�genas na Am�rica Latina, a cidade de Nova York come�ou a refletir sobre muitas figuras hist�ricas.

O prefeito Bill de Blasio anunciou que revisaria os "s�mbolos do �dio" da cidade depois dos dist�rbios protagonizados por supremacistas brancos em 2017 em Charlottesville, Virg�nia, que come�aram como um simples protesto contra a retirada da est�tua de Robert E. Lee.

Assim, foi retirada a est�tua do pai da ginecologia moderna, Marion Sims, que aperfei�oou suas t�cnicas usando escravas, e foi aprovada no come�o do ano a retirada da de Theodoro Roosevelt, que fica na entrada do Museu de Hist�ria Natural, o que ainda n�o se concretizou.


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