
O primeiro pa�s a se blindar foi o Reino Unido, que anunciou na quinta-feira (25/11) a proibi��o de entrada de pessoas procedentes de seis pa�ses da �frica: �frica do Sul, Nam�bia, Lesoto, Zimb�bue, Botsuana e Eswatini (ex-Suazil�ndia) a partir de hoje.
Nesta sexta-feira, a presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou no Twitter que vai propor "ativar o freio emergencial para interromper os voos procedentes da regi�o do sul da �frica" durante uma reuni�o prevista para as pr�ximas horas.
"A situa��o est� evoluindo muito r�pido, queremos ter as m�ximas garantias para frear a expans�o desta variante", disse � AFP um porta-voz da Comiss�o Europeia.
Mas v�rios pa�ses, como Alemanha, Fran�a e It�lia, n�o esperaram a determina��o de Bruxelas.
"A �ltima coisa que precisamos agora � uma nova variante que cause mais problemas", disse o ministro da Sa�de alem�o Jens Spahn, pa�s onde o coronav�rus avan�a com for�a h� semanas.
A It�lia tamb�m anunciou que proibir� a entrada em seu territ�rio de qualquer pessoa que tenha permanecido no sul da �frica nos "�ltimos 14 dias".
'Vai levar semanas'
O coronav�rus provocou mais de 5,16 milh�es de mortes em todo o mundo desde sua detec��o na China no final de 2019, embora a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) considere que os n�meros reais podem ser muito maiores.
A Europa, que j� superou 1,5 milh�o de mortos na pandemia, vive h� semanas um preocupante aumento dos casos de COVID-19.
Essa nova variante tamb�m fez com que as principais Bolsas europeias abrissem com quedas superiores a 3% e reduziu o pre�o do barril de petr�leo.
A OMS, cujos especialistas se re�nem nesta sexta-feira, anunciou que vai levar "v�rias semanas" para entender melhor o "impacto" dessa variante e determinar sua virul�ncia.
A variante B.1.1.529 tem um n�mero "extremamente alto" de muta��es e "podemos ver que tem um potencial muito alto de propaga��o", estimou na quinta-feira o virologista brasileiro Tulio de Oliveira, que mora na �frica do Sul e � diretor do KRISP, um centro especializado no estudo do coronav�rus em Durban, onde j� foi descoberta a variante beta no ano passado.
A �frica do Sul, que � oficialmente o pa�s mais afetado pelo v�rus no continente, registrou at� agora 22 casos da variante, principalmente em jovens, segundo o Instituto Nacional de Doen�as Transmiss�veis (NICD, na sigla em ingl�s). Tamb�m foram registrados casos na vizinha Botsuana, em Hong Kong e em Israel, em uma pessoa procedente do Malaui.
Novas restri��es
A not�cia da nova variante complica o panorama da Europa, que se encontra novamente no olho do furac�o da pandemia. A OMS alertou que podem acontecer 700.000 mortes adicionais na regi�o at� mar�o se medidas urgentes n�o forem tomadas.
V�rios pa�ses come�aram a reinstaurar restri��es e a tentar agilizar a vacina��o dos cidad�os relutantes. Em muitos casos, enfrentam o cansa�o e a rejei��o social.
Nesta sexta-feira, o governo holand�s planeja anunciar um endurecimento das restri��es sanit�rias, como o fechamento de bares e restaurantes �s 17h00 locais e a pol�cia "se prepara" para novas manifesta��es e dist�rbios.
O pa�s, onde j� est� em vigor um confinamento parcial, viveu no fim de semana passado violentos protestos em diversas cidades, entre elas Rotterd� e Haia.
Na B�lgica, o aumento dos casos e das hospitaliza��es vinculadas � covid � "maior que as previs�es mais pessimistas", segundo o primeiro-ministro Alexander De Croo, cujo governo far� uma reuni�o de emerg�ncia nesta sexta-feira para decidir novas medidas.
Na Fran�a, o governo tamb�m fez an�ncios sanit�rios na quinta-feira, direcionados principalmente a acelerar a vacina��o e a aumentar as precau��es para evitar que o n�mero de casos dispare.
Na Uni�o Europeia 67,7% da popula��o recebeu ao menos duas doses da vacina, embora as diferen�as entre os pa�ses sejam not�rias.
O laborat�rio alem�o BioNTech, s�cio da Pfizer, espera ter no mais tardar em duas semanas os primeiros resultados dos estudos que determinar�o se a nova variante de covid-19 detectada na �frica do Sul � capaz de escapar da prote��o da vacina.
"Iniciamos de maneira imediata estudos sobre a variante B.1.1.529, que difere claramente das variantes j� conhecidas porque tem muta��es adicionais na prote�na spike caracter�stica do v�rus Sars-Cov-2", afirmou um porta-voz do laborat�rio � AFP.