
Nazar�, a maior cidade �rabe de Israel e um local muito importante para o cristianismo, recebe habitualmente nas festas de fim de ano multid�es de peregrinos que visitam a Bas�lica da Anuncia��o, onde, segundo a tradi��o crist�, o arcanjo Gabriel disse a Maria que ela teria o menino Jesus.
O Estado hebreu fechou as fronteiras aos turistas em novembro para conter a circula��o da variante �micron e intensificou as restri��es das viagens ao exterior, com a proibi��o de que seus cidad�os entrem em quase 50 pa�ses.
"Neste momento n�o podemos viajar por causa do coronav�rus", explicou Roni Harari, enquanto observa os filhos. "Aqui voc� se sente um pouco no exterior", disse a psic�loga que viajou de Haifa, grande cidade do norte do pa�s.
Para Aziz Bana, uma guia tur�stica de Nazar�, este n�o � o Natal que esperava.
"Mas o ambiente � �timo, muitos israelenses judeus est�o aqui", celebrou. "Estamos felizes, apesar da aus�ncia de turistas estrangeiros".
Depois de passar muito tempo despercebida pelos promotores do turismo israelense, Nazar�, que � majoritariamente mu�ulmana, mas tem 25% da popula��o crist�, est� no centro de uma campanha de est�mulo do turismo, disse Sharon Ben Ari, secret�rio municipal da pasta.
A prefeitura e o governo investiram principalmente em comunica��o na v�spera de Natal, com a publica��o de um guia de mais de 100 p�ginas em hebraico, com um portal na internet voltado para os judeus israelenses.
Com 100.000 visitantes por dia e uma receita tur�stica de 50 milh�es de shekels (15,7 milh�es de d�lares), este Natal � um "sucesso especial", celebra Ben Ari, antes de explicar que o resultado n�o vai cobrir quase dois anos de preju�zos provocados pelo coronav�rus.
Basam Hakim, que inaugurou em 2015 um hotel de luxo na resid�ncia que sua fam�lia tem h� tr�s gera��es, explica que os judeus israelenses sempre tiveram um interesse pelo Natal, mas que este ano � maior.
Uma semana antes do Natal, seis dos 10 quartos do hotel estavam ocupados, algo a comemorar em �poca de pandemia.
O �nico problema � que os turistas locais ficam apenas no fim de semana. "Estamos sem atividade nos outros cinco dias", lamenta Hakim, de 36 anos.
Conex�o
A poucos passos da cidade antiga as frases pr�-Palestina nos muros recordam que a popula��o local, �rabes israelenses, � formada por descendentes de palestinos que ficaram em suas ap�s a cria��o do Estado de Israel em 1949.
O tio Basam, Bishara Hakim, tamb�m percebeu o fluxo de turistas israelenses. Este guardi�o da Igreja Ortodoxa da Anuncia��o calcula que em dezembro 90% dos visitantes eram judeus e lamentou que "a maioria deles" n�o se sintam conectados com a igreja.
"Eles v�m, visitam e v�o embora", explicou.
O clima festivo na grande cidade da Galileia contrasta com o ambiente no outro centro do cristandade e da Terra Santa, Bel�m, cidade palestina da Cisjord�nia, onde se espera outro Natal sombrio.
O Estado hebreu ocupa desde 1967 a Cisjord�nia e controla todos os acessos. Desta maneira, a proibi��o de turistas em Israel tamb�m afeta o lado palestino e Bel�m, cidade natal de Jesus segundo a tradi��o crist�, est� com seus hot�is e lojas vazios.
Como os israelenses est�o proibidos de entrar na �rea da Cisjord�nia controlada pela Autoridade Palestina, Bel�m n�o pode aspirar o mesmo boom tur�stico de Nazar�.
E, no entanto, a hist�ria do Natal "come�a em Nazar� e continua em Bel�m", destacou Aziz Bana.