
O presidente ucraniano Volodimir Zelenski afirmou que "o futuro da seguran�a europeia" ser� decidido na Ucr�nia, em um momento em que 150.000 soldados russos est�o mobilizados em suas fronteiras, segundo informa��es dos Estados Unidos.
Putin insistiu, em um discurso no Dia dos Defensores da P�tria, que os interesses russos "n�o s�o negoci�veis", mas mencionou a possibilidade de um "di�logo direto e honesto com o Ocidente".
Na ter�a-feira, Putin obteve a autoriza��o parlamentar para enviar tropas � Ucr�nia caso julgue necess�rio e voltou a exigir que o governo ucraniano desista de entrar na Otan e que a ex-rep�blica sovi�tica, de 14 milh�es de habitantes, se torne um pa�s "desmilitarizado".
O presidente russo tamb�m reconheceu a soberania dos separatistas pr�-russos sobre um territ�rio muito maior do que controlam atualmente, aumentando os receios de uma invas�o em �reas agora controladas pelas for�as ucranianas.
A Ucr�nia respondeu nesta quarta-feira ordenando a mobiliza��o de reservistas de 18 a 60 anos e pediu aos cidad�os ucranianos na R�ssia - cerca de tr�s milh�es de pessoas, segundo algumas estimativas - para sa�rem desse pa�s "imediatamente".
O Conselho de Seguran�a da Ucr�nia pediu ao Parlamento para declarar estado de exce��o "em um prazo de 48 horas", para "refor�ar a prote��o" da ordem p�blica e as infraestruturas estrat�gicas.
- Sem movimento no terreno -
Putin mant�m suspense sobre suas inten��es militares.
Ap�s reconhecer, na segunda-feira, a independ�ncia das "rep�blicas" separatistas de Donetsk e Lugansk, a c�mara alta russa deu sinal verde � mobiliza��o das for�as russas na Ucr�nia.
Essas decis�es estabelecem as bases para uma interven��o em larga escala, mas at� agora n�o h� informa��es sobre movimentos significativos de tropas.
Na regi�o russa de Rostov, a cerca de 50 quil�metros da fronteira, as for�as russas est�o concentradas em grande n�mero, com caminh�es militares, lan�a-foguetes e obuses, mas sem sinais de atividade particular, segundo rep�rteres da AFP.
Em Kiev, capital da Ucr�nia, os habitantes n�o abandonaram sua rotina. Mas desde ter�a-feira, de hora em hora, os alto-falantes tocam o hino nacional ucraniano na enorme pra�a Maidan.
A popula��o continua especulando sobre poss�veis cen�rios, desde um novo status quo nos territ�rios separatistas at� uma guerra total entre russos e ucranianos.
Muitos temem que a crise possa culminar no pior conflito na Europa desde 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial.
A R�ssia come�ou a evacuar sua equipe diplom�tica da Ucr�nia e a bandeira russa n�o balan�a mais em sua embaixada em Kiev. Os Estados Unidos j� haviam fechado a sua.
- Primeiras san��es -
O secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que o mundo enfrenta "um momento de perigo" e denunciou as "viola��es da integridade territorial e da soberania" da Ucr�nia.
A Uni�o Europeia convocou uma c�pula para quinta-feira, denunciando as "a��es agressivas" da R�ssia.
A ministra das Rela��es Exteriores brit�nica Liz Truss considerou que uma invas�o na Ucr�nia � "muito prov�vel".
E o papa Francisco lamentou os "cen�rios cada vez mais preocupantes" sobre esse conflito.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na ter�a-feira que as �ltimas decis�es russas equivalem ao "in�cio de uma invas�o", mas acrescentou que "ainda h� tempo para evitar o pior".
Washington e seus aliados ocidentais impuseram san��es em resposta ao reconhecimento dos separatistas contra quem Kiev luta h� oito anos, um conflito que j� deixou mais de 14.000 mortos.
A Alemanha congelou o gigantesco projeto de gasoduto Nord Stream II, que deve levar mais g�s russo ao pa�s, e Biden anunciou uma "primeira parcela" de san��es para impedir que Moscou consiga fundos ocidentais para pagar sua d�vida.
A R�ssia prometeu uma resposta "forte" e "dolorosa" �s san��es americanas.
As medidas se mant�m modestas em compara��o com as anunciadas em caso de invas�o e Moscou conta com quase 640 bilh�es de d�lares em reservas cambiais e 183 bilh�es em um fundo soberano para enfrent�-las.
- "Um pouco de medo" -
No front, a retomada dos combates entre o ex�rcito e os separatistas nos �ltimos dias continua nesta quarta-feira.
Um soldado ucraniano morreu em um bombardeio e outro ficou ferido, segundo o ex�rcito.
"Come�aram a atirar com mais for�a", disse Dmitri Maksimenko, um minerador de Krasnogorivka, uma cidade pr�xima � linha de frente ucraniana.
Os separatistas de Lugansk anunciaram por sua vez a morte de um combatente e de um civil durante a noite.