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Estado de Minas Conflito

Guerra na Ucr�nia: Enquanto diplomacia faz jogo de intrigas, civis morrem

Deputado ucraniano acusa o pr�prio governo de assassinar um dos negociadores do pa�s por suposta "trai��o"


07/03/2022 09:35 - atualizado 07/03/2022 10:37

Bandeira da ucrânia sendo segurada por manifestantes
Protesto contra a guerra da Ucr�nia, ontem, no Centro de Belgrado (Rom�nia), acontece dois dias depois de outra grande manifesta��o na cidade, de apoio a Putin (foto: AFP)
Prevista para ocorrer nesta segunda-feira (7/3), em Belarus, a terceira rodada de negocia��es por um cessar-fogo n�o havia sido confirmada oficialmente por nenhuma das duas partes at� o fim da noite de ontem. A informa��o de que um dos membros da delega��o ucraniana foi morto em circunst�ncias ainda n�o esclarecidas ajudou a aumentar a tens�o que envolve esse encontro.

O jornal russo Pravda publicou relato do deputado ucraniano Alexander Dubinsky de que o negociador Denis Kireyev pode ter sido assassinado pelo Servi�o de Seguran�a da Ucr�nia (SBU, na sigla em ingl�s) por trai��o. De acordo com o deputado, Kireyev foi atingido por tiros em um pr�dio p�blico no centro de Kiev.

Dubinsky postou, em uma rede social, que Kireyev estava envolvido em "neg�cios banc�rios e financeiros" com a R�ssia. "Como ele chegou a membro da delega��o ucraniana? Eu, realmente, quero descobrir isso no gabinete do presidente (Zelensky)", escreveu o parlamentar. Fontes ouvidas pelo Pravda disseram que o SBU tinha "provas s�lidas de trai��o" de Kireyev, o que inclu�a grava��o de liga��es telef�nicas.

O governo da Ucr�nia confirmou a morte, mas negou que ele tenha sido assassinado. O Ex�rcito ucraniano publicou, em sua conta oficial no Twitter, que Kireyev foi um dos tr�s agentes mortos em uma opera��o especial, todos "funcion�rios da diretoria de Intelig�ncia do Minist�rio da Administra��o Interna".

Em uma rede social, o negociador David Arakhamia, da Ucr�nia, confirmou a realiza��o da terceira rodada de debates, mas n�o deu nenhum detalhe adicional, como hora e local do encontro. Do lado russo, a mesma meia informa��o foi dada pelo negociador Leonid Slutsky, em uma entrevista ao canal Soloviev Live, no YouTube. As duas primeiras reuni�es ocorreram em Belarus, perto da fronteira com a Pol�nia.

Apelos internacionais

O cessar-fogo, a ajuda humanit�ria e a situa��o das usinas nucleares da Ucr�nia pautaram uma conversa telef�nica de mais de uma hora e 45 minutos entre os presidentes da R�ssia, Vladimir Putin, e da Fran�a, Emmanuel Macron. O l�der franc�s cobrou de Putin "uma solu��o aceit�vel para o lado ucraniano por meio de negocia��es".

Putin, por�m, demonstrou pouca flexibilidade. Garantiu ao interlocutor franc�s que alcan�ar� "seus objetivos" na Ucr�nia "pela negocia��o ou pela guerra", informou o governo de Paris. Esses interesses, ou objetivos, s�o repetidos por Putin em todas as ocasi�es: reconhecimento da Crimeia (ocupada em 2014) como territ�rio russo, assim como das �reas dominadas por separatistas pr�-R�ssia na regi�o do Donbass, e a desmilitariza��o e "desnazifica��o" da Ucr�nia. Para o governo franc�s, "s�o exig�ncias inaceit�veis para os ucranianos".

O l�der russo voltou a acusar o pa�s vizinho de impedir a��es humanit�rias e de bloquear a sa�da de refugiados, mas assegurou que "n�o � sua inten��o" atacar centrais nucleares ucranianas, segundo uma fonte da presid�ncia francesa. O Kremlin nega, inclusive, que tenha iniciado o confronto na usina de Zaporizhzhia, e diz que a acusa��o dos ucranianos � "um elemento da campanha de propaganda c�nica".

Leia tamb�m: 12º de invas�o: dia come�a com expectativa de terceira rodada de negocia��o

 

 

Foi a quarta vez que os dois presidentes conversam por telefone desde que a guerra come�ou. Depois do di�logo anterior, Macron considerou que "o pior est� por vir".

O presidente da Turquia, Recep Erdogan, tamb�m telefonou para Putin, aumentando a press�o internacional por um "cessar-fogo geral e urgente". E se p�s � disposi��o para participar das negocia��es. "Vamos abrir juntos o caminho para a paz", disse ao colega russo.

Protestos

Enquanto os senhores da guerra conversam, os russos j� sentem os efeitos das san��es econ�micas impostas ao pa�s. E muitos desafiam a censura e as proibi��es do governo Putin para protestar contra a guerra. S� ontem, mais de 4,6 mil pessoas foram detidas por participar de protestos em v�rias cidades russas, de acordo com a ONG OVD-Info, que monitora as manifesta��es no pa�s. O Minist�rio do Interior russo divulgou que 2,4 mil pessoas foram presas nas duas principais cidades do pa�s: 1,7 mil em Moscou e 700 em S�o Petersburgo.

Milhares de pessoas tamb�m aproveitaram o domingo para pedir paz e protestar contra Putin e a guerra em diversas cidades europeias. Em Bruxelas, a pol�cia local estimou em 5 mil o n�mero de manifestantes. Na Espanha, os atos foram maiores em Madrid e em Barcelona. Em Belgrado, na S�rvia, centenas de pessoas se concentraram para expressar apoio � Ucr�nia, dois dias depois de uma manifesta��o a favor de Vladimir Putin e da invas�o � Ucr�nia. "Queremos dar outra imagem de Belgrado porque o que aconteceu na sexta-feira (manifesta��o pr�-R�ssia) foi uma verdadeira vergonha", declarou Zdravko Jankovic, um matem�tico de 46 anos.

 


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