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Estado de Minas SOLONKA

Mem�ria viva da resist�ncia ucraniana, idosa de 98 anos pede a Putin que retroceda

Em 1941, quando tinha 18 anos, Choba foi enviada para realizar trabalhos for�ados na Alemanha; hoje lamenta a guerra e pede paz


10/03/2022 06:02 - atualizado 10/03/2022 09:21

senhora
Rozalia Choba, 98 anos (foto: Ionut Iordachescu/AFP)
Aos 98 anos, Rozalia Choba leva dentro de si mesma uma parte da hist�ria de Ucr�nia: resist�ncia antinazista, gulag sovi�tico e ex�lio. A tudo isso se soma agora a invas�o russa, da qual espera sobreviver.

"Amo minha terra, meu povo [...] precisa de paz, liberdade. N�s, ucranianos, queremos ter o nosso pr�prio Estado", afirma esta senhora que vive em Solonka, um povoado na regi�o de Lviv, no oeste da Ucr�nia.

Leia tamb�m: 15º dia de invas�o: R�ssia interrompe cessar-fogo ao bombardear maternidade

Trabalhos for�ados na Alemanha e Sib�ria


Desde outubro de 2021, Choba acompanha pela televis�o o recrudescimento das tens�es com Moscou e a concentra��o de tropas e material b�lico da R�ssia na fronteira com a Ucr�nia, que precedeu a invas�o e a guerra que ela havia vaticinado.

"A Alemanha fez o mesmo com a Pol�nia", conta a anci�, aludindo ao come�o da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em 1941, quando tinha 18 anos, Choba foi enviada para realizar trabalhos for�ados na Alemanha, de onde n�o voltaria antes do final do conflito.

Ao retornar, apoiou a resist�ncia contra a Uni�o Sovi�tica, da qual a Ucr�nia fazia parte, o que lhe rendeu uma condena��o em 1947 a dez anos em uma col�nia penitenci�ria na Sib�ria, os chamados 'gulags' do regime comunista. "N�o � nada para se gabar, eu fiz o que pude para ajudar", afirma com mod�stia.

Em seu quarto com decora��o tradicional, cortinas de renda e um �cone - imagem religiosa do cristianismo ortodoxo - na parede, a nonagen�ria mostra uma acusa��o sovi�tica e fotos da inf�ncia: aqui a vemos com um vestido no meio do campo; ali, no Natal, no gulag com seus companheiros.

"Em uma palavra, sobrevivi, vivi at� agora e, se Deus quiser, tamb�m sobreviverei a esta guerra", afirma a quase centen�ria.

'Nos deixe viver em paz!'


A voz t�nue de Choba � suave. Mas quando ela fala do presidente russo Vladimir Putin, esta av�, cuja cabe�a est� coberta com um len�o, fica de p� e se apoia em seu andador como se fosse um p�lpito.

"Pense no que est� fazendo, nos deixe viver em paz, toda a Europa, n�o s� a Ucr�nia, porque todo o mundo ter� problemas!", exclama agitando as m�os. "Me ou�a, sou velha, tenho 98 anos!", continua.

"Ela � nossa hero�na, defendeu a Ucr�nia; sem ela n�o estar�amos aqui hoje", diz seu filho Myroslav, entrando no sal�o com um buqu� de rosas, que lhe entrega como presente por ocasi�o do 8 de mar�o, Dia Internacional de Mulher.

Assim como ocorre em muitas ex-rep�blicas sovi�ticas, � costume na Ucr�nia presentear as mulheres neste dia internacional que celebra os seus direitos. Neste conflito, assim como em Donbass, no leste da Ucr�nia, as mulheres t�m papel-chave, tanto no combate como na retaguarda.

Fi�is � hist�ria familiar de resist�ncia, as netas de Choba tecem redes de camuflagem para o ex�rcito e seu filho organiza a ajuda humanit�ria no povoado.

Esta idosa n�o deseja o mal a ningu�m, "exceto Putin". "Se os tanques chegarem a Solonka, lhes direi que voltem de onde vieram e, inclusive, lhes darei p�o para o caminho!", diz, determinada.


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