
Menos de um m�s ap�s o in�cio do ver�o no hemisf�rio norte, diversos pa�ses da Europa sofrem com uma onda de calor extremo. A massa de ar quente ficou mais forte no fim de semana e amea�a se estender para outras �reas, por�m, segundo especialistas, o Brasil n�o � uma delas.
Isso porque, embora ocorra a propaga��o de ondas na atmosfera, elas seguem um sentido zonal, ou seja, s�o paralelas �s linhas de latitude da Terra. "� praticamente imposs�vel que uma onda que atua no hemisf�rio norte chegue ao hemisf�rio sul. A onda de calor da Europa n�o traz consequ�ncias diretas para o Brasil", explica a meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Ela ressalta que, apesar de se esperar temperaturas maiores no ver�o, no caso do Brasil e, especialmente de Minas Gerais, as ondas de calor s�o observadas no final do inverno e in�cio da primavera. "As maiores temperaturas s�o esperadas no fim de setembro e in�cio de outubro, justamente por estarmos h� um longo per�odo sem chuva", aponta.
Ainda que n�o haja consequ�ncias diretas para o Brasil, a onda de calor na Europa, cada vez mais precoce, acende o alerta para as mudan�as clim�ticas no mundo. Segundo cientistas, o calor extremo seria um resultado da concentra��o de gases do efeito estufa na atmosfera.
Onda de calor
H� dois anos, um estudo, realizado pelo Met Office, servi�o nacional de meteorologia do Reino Unido, estimava que, em 2050, o ver�o teria temperaturas de 40ºC, mas os term�metros indicam que j� nesta ter�a-feira (19/07) essa previs�o pode se confirmar.
Quem observou a semelhan�a foi o cientista atmosf�rico da Universidade Columbia Simon Lee. "Em 2020, o Met Office produziu uma previs�o meteorol�gica hipot�tica para 23 de julho de 2050 com base nas proje��es clim�ticas do Reino Unido. Hoje, a previs�o para ter�a-feira � surpreendentemente quase id�ntica para grande parte do pa�s", escreveu Simon em sua conta do Twitter na �ltima sexta-feira (15/07).
In 2020, the @metoffice produced a hypothetical weather forecast for 23 July 2050 based on UK climate projections.
%u2014 Dr Simon Lee (@SimonLeeWx) July 15, 2022
Today, the forecast for Tuesday is shockingly almost identical for large parts of the country. pic.twitter.com/U5hQhZwoTi
Esse fen�meno, que come�ou como uma onda de calor associada a um sistema de alta press�o chamado anticiclone dos A�ores, vem se intensificando desde a �ltima ter�a-feira (12/07). "Quando h� uma onda de calor como essa � porque existe uma condi��o de bloqueio atmosf�rico. Tem uma �rea de alta press�o atuando, isso impede a forma��o de nuvens e, ent�o, h� incid�ncia maci�a de radia��o solar", explica a meteorologista Anete.
A tend�ncia � que a situa��o se agrave nos pr�ximos meses, sem previs�o de chuvas na Europa. As altas temperaturas na �ltima semana j� provocaram pelo menos mil mortes, segundo �rg�os de sa�de da Espanha e de Portugal, e continuam a provocar inc�ndios florestais de grandes propor��es.

Riscos � sa�de
O calor enfrentado pelos europeus nos �ltimos dias � sin�nimo de inc�modo e pode comprometer a sa�de, principalmente por causa do risco de hipertermia. O funcionamento do corpo sofre interfer�ncias, podendo ocorrer quedas de press�o, varia��o da frequ�ncia card�aca, suor excessivo, incha�o, m� digest�o e sede exacerbada.
Al�m disso, um quadro cl�nico pode levar a outro. � o que acontece com a queda de press�o, por exemplo, que pode desencadear arritmia card�aca, desmaios e, tamb�m, dores de cabe�a. O mesmo ocorre com a sudorese e a alimenta��o desregulada, que podem resultar em desidrata��o e, futuramente, em c�lculos renais.