
S�O PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A arma utilizada no ataque contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi roubada de um amigo pelo atirador que tentou mat�-la na noite da �ltima quinta-feira (1º) e tinha o n�mero de s�rie parcialmente apagado, segundo informa��es do jornal La Naci�n.
Os relatos s�o de fontes que participam das investiga��es da tentativa de assassinato de Kirchner, que afirmam que o brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, tamb�m n�o consta como usu�rio legal de armas de fogo nos registros da ANMaC (Ag�ncia Nacional de Materiais Controlados), �rg�o argentino que fiscaliza e controla atividades ligadas a itens como armas de fogo e artigos explosivos.
De acordo com o laudo pericial realizado pela Divis�o de Bal�stica da PFA (Pol�cia Federal Argentina), o rev�lver apreendido estava em condi��es de fazer o disparo, mas, no momento do ataque, n�o havia proj�til na c�mara. C�mara � o nome dado � cavidade na parte traseira das armas, onde o usu�rio insere o proj�til antes do disparo.
O termo utilizado pelos peritos para classificar a condi��o da arma, segundo o L� Naci�n, foi "apto para disparar". Caso a conclus�o fosse diferente e a arma n�o estivesse em condi��es de causar dano, o jornal afirma que os advogados de Montiel poderiam pedir a atenua��o de qualifica��es das acusa��es contra ele.
KIRCHNER DIZ N�O TER PERCEBIDO
Em depoimento prestado a autoridades ontem, a vice-presidente da Argentina disse n�o ter percebido que um homem apontou uma arma para ela e tentou atirar em seu rosto. Ela afirmou que s� tomou conhecimento do que ocorrera quando estava dentro de sua casa.
A vice-presidente deu o depoimento por cerca de 1 hora � ju�za Mar�a Eugenia Capuchetti e o promotor Carlos R�volo em seu apartamento, no bairro de Recoleta, em Buenos Aires.
Os seguran�as que estavam no local no momento do atentado tamb�m prestaram depoimento pela manh�. Eles foram ouvidos como testemunhas, mas n�o se descarta que no futuro possam mudar de condi��o e se tornar r�us.
Segundo o La Naci�n, ao todo, 24 testemunhas j� prestaram depoimento no caso: boa parte deles, policiais e militantes.
SUSPEITO SE NEGA A DEPOR
Apontado como o principal suspeito do ataque contra Kirchner, Fernando Sabag Montiel se recusou a prestar depoimento na sede da Pol�cia Federal argentina.
Montiel foi preso ainda na noite de quinta-feira ap�s tentar atirar no rosto de Kirchner. A a��o aconteceu por volta das 21 horas (hor�rio local), quando a vice-presidente chegava � sua casa, ap�s presidir uma sess�o do Senado.
O incidente ocorreu na entrada da resid�ncia, onde centenas de manifestantes se reuniram nos �ltimos dias para apoiar a ex-presidente, que passa por um julgamento por suposta corrup��o.
A pol�cia da Argentina encontrou duas caixas de muni��es com pelo menos 100 balas na casa de Montiel. As balas eram de calibre 9 mil�metros. Al�m da muni��o, a pol�cia tamb�m apreendeu um notebook HP na casa de Montiel, localizada em San Mart�n, regi�o metropolitana da capital Buenos Aires, e documentos de sua namorada.