
Pelo menos 1.761 pessoas morreram na Turquia, de acordo com a ag�ncia de desastres turca, no pior evento do tipo no pa�s desde 1939. J� na S�ria, o regime de Bashar al-Assad somou mil mortos at� aqui. H�, ainda, 700 mortes relatadas pelos Capacetes Brancos em �reas controladas por rebeldes.
Segundo o governo turco, mais de 11 mil pessoas ficaram feridas e 2.818 pr�dios desabaram. Na S�ria, o n�mero de feridos chega a 1.284 nas �reas controladas pelo regime e a mil em por��es dominadas por rebeldes. Centenas de v�timas ainda est�o nos escombros, e as cifras de mortos e feridos podem aumentar.
O epicentro do sismo foi registrado na regi�o entre as cidades turcas de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quil�metros, de acordo com os servi�os geol�gicos dos EUA e da Alemanha. Os tremores puderam ser sentidos na capital turca, Ancara, no Chipre, no L�bano e tamb�m no Iraque.
Raed Fares, um integrante dos Capacetes Brancos, disse � ag�ncia Reuters que o grupo tenta salvar sobreviventes nos escombros. Acostumados a resgatar v�timas nessas situa��es devido a ataques a�reos, eles agora s�o a principal for�a em territ�rio rebelde para atuar no socorro p�s-terremoto.
Na cidade de Jandaris, barras de a�o e roupas de residentes se misturavam nos escombros de um pr�dio que desmoronou. Um jovem com a m�o enfaixada que aguardava ali disse que 12 fam�lias viviam no local. Nenhuma havia sa�do desde o tremor. Abdul Salam al Mahmoud, um s�rio da cidade de Atareb, disse que o cen�rio parecia de apocalipse.
Horas depois do epis�dio, a m�dia estatal ligada ao regime de Assad informou que um tremor foi sentido na capital, Damasco, sem fornecer detalhes sobre a magnitude. Por volta das 8h desta segunda-feira, no hor�rio de Bras�lia, um novo sismo de magnitude 7,5 tamb�m foi detectado no sudeste da Turquia.
O terremoto atingiu uma zona remota e pouco desenvolvida da Turquia, o que escala o desafio das equipes de emerg�ncia. Autoridades relataram mais de 50 r�plicas dos tremores nas primeiras dez horas a partir do sismo inicial, e alertaram que outras devem ser registradas durante os pr�ximos dias.
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O primeiro terremoto ocorreu �s 4h17 (22h17 em Bras�lia), e imagens nas redes sociais logo mostraram os efeitos imediatos da trag�dia, com o desabamento de constru��es. A transmiss�o da rede de TV estatal TRT exibiu moradores saindo �s ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais, assim como ocorreu em Damasco, onde relatos d�o conta de desmoronamentos nas cidades de Aleppo e Hama.
Tamb�m houve sismos secund�rios, cerca de dez minutos depois do primeiro, de magnitudes que chegaram a 6,7, de acordo com a ag�ncia de not�cias Associated Press. Segundo testemunhas relataram � ag�ncia de not�cias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestou solidariedade �s v�timas e destacou que os servi�os de emerg�ncia e resgate v�o trabalhar em conjunto sob coordena��o da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emerg�ncias. "Esperamos superar esse desastre juntos, o mais rapidamente poss�vel e com o m�nimo de danos."
A regi�o de Gaziantepe, muito atingida, � um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geol�gicas, o pa�s est� entre os mais propensos a tremores no mundo. Em 1999, um sismo de 7,4 sacudiu Izmit, no noroeste, deixando mais de 17 mil mortes e 500 mil desabrigados.
Em 2011, um tremor de 7,1 na prov�ncia de Van matou mais de 600 pessoas. Em janeiro de 2020, 40 pessoas morreram durante um sismo de magnitude 6,8 na prov�ncia de Elazing. Meses depois, em novembro, novo epis�dio em Esmirna fez quase cem v�timas e provocou um minitsunami que inundou cidades pr�ximas e provocou danos severos na costa da Gr�cia.
A Turquia est� sobre o encontro de duas placas tect�nicas —uma esp�cie de bloco que flutua sobre o manto, uma das camadas no interior da Terra. As placas podem se mexer, de forma divergente (movendo-se em dire��es contr�rias), convergente (chocando-se uma contra a outra) e transformante (movendo-se lateralmente); os dois �ltimos movimentos costumam causar terremotos.
Diversos pa�ses manifestaram solidariedade e se prontificaram a enviar ajuda. Em nota, o Itamaraty manifestou solidariedade �s autoridades turcas e s�rias e disse que, por meio da Ag�ncia Brasileira de Coopera��o, providenciar� formas de oferecer ajuda humanit�ria para os atingidos.
O Minist�rio das Rela��es Exteriores disse ainda que n�o h�, at� o momento, not�cias de brasileiros mortos ou feridos e que as embaixadas do Brasil em Ancara e Damasco, assim como o consulado em Istambul, est�o acompanhando os desdobramentos.
O governo de Vladimir Putin, na R�ssia, disse que dois avi�es Ilyushin-76, da era sovi�tica, est�o com equipes de resgate dispon�veis para voar para a Turquia. O russo tem importantes la�os com Bashar al-Assad, que apoia na guerra civil s�ria, e com Erdogan, que flerta entre a Otan, a alian�a militar ocidental, e Moscou.
Na mesma toada, o governo da Ucr�nia tamb�m se prontificou a enviar "um grande grupo de resgate". O americano Joe Biden disse estar profundamente entristecido pelo terremoto. Segundo o secret�rio de Estado, Antony Blinken, afirmou que seu pa�s j� est� prestando assist�ncia a Ancara e que organiza��es humanit�rias apoiadas pelos EUA fazem o mesmo na S�ria.
O premi� de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou o envio de equipes de emerg�ncia � Turquia e disse que pretende fazer algo semelhante pela S�ria. A Uni�o Europeia, por sua vez, afirmou que dez times de resgate foram mobilizados de Bulg�ria, Cro�cia, Rep�blica Tcheca, Fran�a, Gr�cia, Holanda, Pol�nia e Rom�nia para apoiar os esfor�os na Turquia.