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Estado de Minas PAZ NA UCR�NIA

Brasil pode mediar acordo de paz, diz Amorim

Assessor de Lula se reuniu com Zelenski e sugeriu modelo de 'negocia��o por proximidade' entre R�ssia e Ucr�nia


12/05/2023 10:04 - atualizado 12/05/2023 10:42

Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia
Presidente da Ucr�nia, Volodymyr Zelensky (foto: Sergei SUPINSKY / AFP)

O assessor especial do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) para pol�tica externa, Celso Amorim, prop�s ao presidente da Ucr�nia, Volodimir Zelenski, o in�cio de um processo diplom�tico chamado de "negocia��es por proximidade", mesmo antes de a R�ssia desocupar os territ�rios que capturou durante a guerra.

 

Nesse modelo, dois pa�ses em conflito se re�nem em uma cidade e se comunicam por meio de intermedi�rios n�o alinhados a nenhum deles, trocando informa��es sobre posicionamentos, ideias e preparando para o contato direto.

 

Zelenski tem deixado claro que o �nico plano de paz aceito pela Ucr�nia tem como condi��o pr�via a desocupa��o dos territ�rios ucranianos e refor�ou esse posicionamento nas redes sociais ap�s o encontro com Amorim nesta quarta-feira (10).

 

Mesmo assim, o ex-chanceler se mostrou otimista. "Ele ouviu", disse � reportagem, descrevendo a rea��o do ucraniano �s ideias do Brasil para a paz.

 

 

PERGUNTA - Qual foi o objetivo da sua visita � Ucr�nia?

CELSO AMORIM - O objetivo foi a cria��o de confian�a, manuten��o do di�logo. A negocia��o tem v�rias etapas, a primeira � a cria��o de confian�a entre os atores. Para isso, ela foi muito positiva.

 

Zelenski abordou a ideia de criar um tribunal internacional para julgar o crime de agress�o? Qual � o posicionamento do Brasil nesse sentido?

C. A. - N�o abordou. Para cada lado, a agress�o � vista de forma diferente. Se voc� falar com os russos, eles v�o dizer que as popula��es russas do leste da Ucr�nia tamb�m est�o sendo atacadas. Eu compreendo a posi��o dos ucranianos, eles querem naturalmente mostrar como foram v�timas da agress�o, mas eu n�o quero ficar nisso.

Acho importante, at� comentei com Zelenski, o processo diplom�tico chamado "negocia��es por proximidade", citado por Thomas Pickering. � um m�todo usado com sucesso em situa��es an�logas [Pickering foi embaixador dos EUA na ONU e citou a abordagem que envolve pa�ses terceiros em artigo na revista Foreign Affairs].

 

O terceiro pa�s seria o Brasil ou a China?

C. A. - A China � um pa�s que tem grande influ�ncia, comentei com o presidente Zelenski. N�o estou dizendo se ele concordou ou n�o. E o Brasil tamb�m tem muita influ�ncia, por suas caracter�sticas. � s� ver a import�ncia que a m�dia internacional d� � posi��o do Brasil.

 

Em tu�te ap�s a reuni�o com o senhor, Zelenski afirmou que "o �nico plano capaz de deter a agress�o russa � a f�rmula de paz da Ucr�nia". Ou seja, ele continua rejeitando a ideia de negociar antes de a R�ssia desocupar os territ�rios ucranianos.

C. A. - Ele vai verbalizar dessa forma, da mesma maneira que os russos dizem que esse n�o � o melhor momento para negociar. Mas a gente n�o pode desistir. Desistir � a pior op��o. Haver� um momento, at� mesmo pelo cansa�o dos pa�ses que apoiam um ou outro, em que o dano causado pela guerra ser� maior do que preju�zo causado por alguma concess�o. Nesse momento, � importante que j� haja pa�ses que estejam articulados, para que a oportunidade n�o escape entre os dedos. Eu acho que esse pode ser o papel do Brasil.

 

O secret�rio de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que "se a R�ssia parar de lutar, acaba a guerra. Se a Ucr�nia parar de lutar, acaba a Ucr�nia", em alus�o � possibilidade de que Moscou fique com os territ�rios capturados. Como v� essa declara��o?

C. A. - Temos conversado com os americanos tamb�m, sabemos de algumas preocupa��es deles. Mas as situa��es econ�micas e pol�ticas v�o evoluindo. Respeito muito a posi��o dele, mas acho que tudo isso � muito ret�rico. Chegar� o momento em que os pa�ses ter�o que optar entre a paz e a vit�ria; a vit�ria n�o vir� claramente para nenhum dos dois.

 

Existe justamente essa aposta da R�ssia de que o Ocidente vai se cansar, por motivos econ�micos e pol�ticos, de ajudar a Ucr�nia, e que assim os russos vencem o conflito.

C. A. - Poder� sim haver o cansa�o, mas o que � uma vit�ria de um ou de outro? � dif�cil de dizer. Ningu�m levar� tudo que tudo que quer de jeito nenhum. Ent�o qual ser� a concess�o fundamental?

 

Como o senhor v� a proposta de Zelenski de fazer uma c�pula Ucr�nia-Am�rica Latina?

C. A. - Na minha opini�o, isso mostra que ele tem confian�a no Brasil.

 

Mesmo ele dizendo que o �nico jeito de parar a agress�o russa � a f�rmula ucraniana que implica desocupa��o dos territ�rios?

C. A. - Eu n�o esperaria que ele dissesse outra coisa. Eu n�o fui para l� para dizer esta proposta aqui est� certa ou errada. Eu tamb�m conversei com Putin durante uma hora. A gente n�o tem uma tese, queremos apenas tornar o di�logo mais pr�ximo, poss�vel, talvez inicialmente de uma forma indireta. Eu n�o o vi reagir negativamente a essa ideia indireta. Mas n�o estou dizendo que ele concordou.

 

Zelenski encarou com boa vontade o Brasil como mediador?

C. A. - Ele ouviu. A gente tem que ir falando, conversando, at� surgir uma situa��o, �s vezes algum aspecto espec�fico, humanit�rio, alimentar, e a� expandir a negocia��o.

 

Eles levaram o senhor para Butcha (cidade ucraniana onde corpos foram encontrados nas ruas e em valas comuns ap�s a retirada russa)?

C. A. - Sim, mas em Butcha vimos uma igreja, e dentro dela, uma exposi��o fotogr�fica. Obviamente n�s somos contra as atrocidades e as mortes em qualquer lugar que ocorram. S�o imagens fortes, n�o vou entrar em detalhes. Mas n�o d� para tirar conclus�es totalmente, s�o fotos.

 

Quais s�o os pr�ximos passos?

C. A. - Continuar conversando. Esta visita era um passo importante que tinha que ser dado para mostrar que o Brasil � a favor da paz, n�o de A ou de B.

 

Zelenski convidou Lula a ir para a Ucr�nia. H� previs�o para a viagem?

C. A. - N�o discuti isso com o presidente.

 

E h� um convite da R�ssia para o fim de junho.

C. A. - Tudo isso ser� avaliado.

 


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