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Estado de Minas ESC�NDALO

Quadros vendidos por filha que teria dado golpe na m�e est�o na Argentina

Os quadros integravam o invent�rio familiar coadministrado pela m�e e suas filhas, no Rio de Janeiro, e teriam sido desviados por uma delas, Sabine Boghici


10/08/2023 16:05 - atualizado 10/08/2023 16:05
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Imagem de Sabine Boghici
A defesa de Sabine sempre negou as acusa��es (foto: Reprodu��o)
No Malba (Museu de Arte Latino-americana), em Buenos Aires, na Argentina, os celulares dos visitantes n�o param de fotografar quadros brasileiros, entre eles "Elevador Social" (1966), de Rubens Gerchman.

Mas, se depender da defesa de Genevi�ve Boghici, 84, a obra avaliada em R$ 1,5 milh�o dever� retornar ao Brasil, assim como outro quadro vendido sem a sua permiss�o, em um caso policial que nesta quinta (10) completa um ano. "As obras devem voltar ao acervo do esp�lio e iremos iniciar contatos para reav�-las", disse o advogado Ary Brand�o, que representa Genevi�ve.


Os quadros integravam o invent�rio familiar coadministrado por Genevi�ve e suas filhas, no Rio de Janeiro, e teriam sido desviadas por uma das filhas, Sabine Boghici, sem o consentimento da m�e, com outras obras e joias, em um preju�zo avaliado em R$ 725 milh�es.


A defesa de Sabine sempre negou as acusa��es. Procurado, o advogado Vanildo J�nior disse que n�o iria se manifestar agora. Em nota publicada em mar�o, quando sua cliente deixou a pris�o, ele afirmou que "a acusa��o apresenta fundamenta��o fr�gil e amparada exclusivamente na palavra da v�tima, em repres�lia a contesta��o da sua inventarian�a e pelo fato da n�o aceita��o do relacionamento homoafetivo da sua filha".


Ela ficou sete meses presa e responde em liberdade �s acusa��es de associa��o criminosa, estelionato, extors�o, roubo e c�rcere privado contra a idosa. No total, seis pessoas foram presas no esquema. Atualmente apenas uma segue detida — Rosa Stanesco, que � suspeita de participa��o em um outro caso de estelionato.


Ela e Sabine se casaram no ano passado. Sua defesa nega as acusa��es e recorre da decis�o. Al�m do quadro de Gercham, do esp�lio familiar foi vendida a obra "Maquete para Meu Espelho" (1964), de Antonio Dias, em uma leva de artes compradas pelo colecionador argentino Eduardo Constantini, que as emprestou ao Malba para exposi��o.

O museu de Buenos Aires � conhecido, entre outras coisas, por ter o quadro "Abaporu" (1928), de Tarsila do Amaral, �cone do movimento antropof�gico. Constantini afirma que as aquisi��es das obras de Genevi�ve foram realizadas dentro da legalidade.

"Comprei de boa-f�, do mesmo marchand que me vendeu obras da Genevi�ve, a vi�va. E ele, de boa-f�, pensou que eram obras que o pai tinha dado de presente � filha. Eram duas obras que s�o muito boas, n�o t�m um grande valor, n�o � tanto dinheiro, digamos. Era o mesmo marchand amigo do Jean de toda a vida, amigo da Genevi�ve. E eu comprei com nota fiscal, impostos", afirmou.


Jean � Jean Boghici (1928-2015), um dos principais colecionadores do pa�s, que morreu em 2015. Nascido na Rom�nia, ele foi marido de Genevi�ve e pai de Sabine. Ainda segundo Constantini, ap�s o caso tornar-se p�blico, Genevi�ve lhe telefonou.

"Ela disse para n�o me preocupar, que com essas obras n�o havia problema algum, mas n�o � a melhor experi�ncia". "Nunca tinha passado por isso. Como eu iria imaginar que o Jean , que � um grande colecionador e marchand cuja filha tem duas obras, e que tamb�m n�o s�o obras grandes, como iria imaginar que eram roubadas? Fui ao apartamento do Jean h� muitos anos e havia uma obra espetacular do Di Cavalcanti que quis comprar, mas ele me disse: 'n�o, essa obra, quando eu morrer, � para a minha filha'.

O apartamento, depois de muitos anos, pegou fogo, e a obra foi queimada. Total, destrui��o completa da obra", contou o colecionador.

O inc�ndio atingiu a cobertura da fam�lia em em 2012, e destruiu parte da cole��o. Ap�s a morte de Jean, o esp�lio passou para a administra��o da esposa e das filhas —uma irm� de Sabine mora fora do pa�s.

CASO ENVOLVEU C�RCERE E DEP�SITOS DE R$ 9 MILH�ES A VIDENTES, DIZ POL�CIA

De acordo com a den�ncia da Promotoria do Rio de Janeiro, o crime teria ocorrido entre janeiro de 2020 e abril de 2021. Inicialmente, Genevi�ve teria sido convencida por supostas videntes a pagar por um tratamento espiritual que evitaria a morte de Sabine.


Ela ent�o teria realizado oito transfer�ncias que totalizaram R$ 5 milh�es em duas semanas. Ap�s isso, passou a desconfiar que estaria sendo v�tima de um golpe. E, ao se recusar a continuar com os dep�sitos, afirma ter sido mantida em c�rcere privado pela filha no apartamento da fam�lia, em Copacabana.


Ela disse ainda que a filha a obrigou a realizar faxina na cobertura, incluindo a limpeza das fezes de 20 cachorros que pertenceriam � filha. Em uma ocasi�o, um dos animais a mordeu, segundo ela.

Genevi�ve afirmou ainda ter sido amea�ada com uma faca para fazer transfer�ncias para a conta do filho de Rosa, uma das supostas videntes. Somente um dos dep�sitos foi no valor de R$ 692 mil. No total, a idosa apresentou � pol�cia comprovantes de transfer�ncias que totalizaram R$ 9 milh�es.


Ainda segundo ela, joias e obras de arte foram retiradas de sua resid�ncia, com a justificativa de que seriam benzidas. Entre elas, o quadro "Sol Poente" (1929), de Tarsila do Amaral, que fora encontrado pelos investigadores debaixo de uma cama. Somente as obras que est�o expostas no Malba n�o foram recuperadas.


Sabine ganhou a liberdade em mar�o deste ano, mas n�o pode se aproximar da m�e. Genevi�ve tentou, em outra a��o judicial, torn�-la indigna da heran�a, mas desistiu do processo. E, continua a pagar o plano de sa�de da filha. "Ela sabe que � v�tima, mas mant�m o amor maternal", disse o advogado de Genevi�ve.


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