
"Ajuda humanit�ria para Gaza? Nenhum interruptor el�trico ser� ligado, nenhum hidrante de �gua ser� aberto e nenhum caminh�o de combust�vel entrar� at� que os ref�ns israelenses sejam devolvidos para suas casas. Humanit�rio por humanit�rio. E ningu�m deve nos pregar moral", escreveu o ministro de Energia, Israel Katz, no X, antigo Twitter.
Gaza, por�m, est� em vias de colapso. O Comit� Internacional da Cruz Vermelha, organiza��o humanit�ria que atende atingidos pelo conflito na regi�o, afirmou, tamb�m nesta quinta, que ainda h� combust�vel no enclave, mas apenas por mais algumas horas.
"� medida que Gaza perde energia, os hospitais perdem energia, colocando rec�m-nascidos em incubadoras e pacientes idosos em risco. A di�lise renal � interrompida e os raios-X n�o podem ser feitos. Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrot�rios", afirmou Fabrizio Carboni, diretor regional da entidade para o Oriente M�dio. "A mis�ria humana causada por essa escalada � abomin�vel, e imploro �s partes que reduzam o sofrimento dos civis."A organiza��o est� em contato com ambos os lados do conflito para tentar negociar a libera��o de ref�ns.
As v�timas foram sequestradas no s�bado, quando cerca de mil combatentes palestinos invadiram, por ar e terra, ao menos 14 localidades no sul de Israel e mataram dezenas de civis e soldados. Milhares de foguetes foram disparados contra o territ�rio israelense no pior ataque sofrido pelo pa�s em 50 anos.
A escala dos assassinatos foi melhor compreendida nos �ltimos dias, depois que as for�as israelenses retomaram o controle das cidades e encontraram casas cheias de corpos. Ao menos dois brasileiros est�o entre as v�timas atacadas em uma rave que acontecia a poucos quil�metros de Gaza e onde pelo menos 260 foram mortos. Na vila de Kfar Azza, soldados descreveram uma cena de massacre que vitimou dezenas de israelenses, incluindo, idosos, beb�s e crian�as.
A ofensiva foi lan�ada durante o feriado judaico de Simchat Torah e um dia depois do 50º anivers�rio da Guerra do Yom Kippur, entre Israel e pa�ses �rabes. A a��o pegou as For�as Armadas de Israel de surpresa, indicando uma poss�vel falha dos servi�os de intelig�ncia do pa�s.
Ap�s a invas�o, Israel imp�s um bloqueio total ao estreito territ�rio- um dos mais densamente povoados do mundo, com 2,3 milh�es de habitantes -e cortou os servi�os de �gua, eletricidade e g�s. A pot�ncia militar lan�ou ainda a campanha de bombardeio mais poderosa da hist�ria de 75 anos do conflito israelense-palestino, destruindo bairros inteiros.

Desde s�bado, onze funcion�rios palestinos da ONU (Organiza��o das Na��es Unidas) e quatro param�dicos da FICV (Federa��o Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho) morreram em Gaza.
Nesta quinta, no hospital de Khan Younis, a principal cidade no sul da Faixa de Gaza, uma menina chorava pedindo por sua m�e. "N�o sabemos onde ela est�", disse a mulher que tentava acalmar a garota, que tinha hematomas e cortes no rosto causados por um ataque a�reo.
J� no campo de refugiados de Al Shati, em Gaza, moradores peneiravam os escombros com as m�os em busca de corpos. Os trabalhadores do resgate dizem que faltam combust�vel e equipamentos para retirar sobreviventes dos pr�dios destru�dos por bombardeios. Do outro lado da fronteira, em Ashkelon, sul de Israel, trabalhadores varriam os destro�os de carros e pr�dios danificados por novos ataques de foguetes vindos de Gaza.
A guerra tamb�m desmoronou os esfor�os diplom�ticos da regi�o. Israel se preparava para chegar a um acordo para normalizar os la�os com a Ar�bia Saudita, que, por sua vez, havia retomado la�os com o Ir�, seu rival regional, meses antes.
Teer� celebrou os ataques do Hamas, mas negou estar por tr�s deles. Mesmo assim, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o envio de armamento a Israel deve ser visto como um sinal para o Ir� ficar fora do conflito.