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Estado de Minas PANDEMIA

Tratamento da COVID-19: cientista encontra 'ponto fr�gil' do coronav�rus, que pode servir para neutraliz�-lo

Descoberta ainda precisa passar por muitas etapas at� levar a tratamento, mas pode ser forma de ajudar a tornar vacinas mais eficientes para combater o Sars-Cov-2


19/08/2020 08:37 - atualizado 19/08/2020 10:41

Há diversas pesquisas em andamento sobre formas de neutralizar o coronavírus(foto: Getty Images)
H� diversas pesquisas em andamento sobre formas de neutralizar o coronav�rus (foto: Getty Images)

A f�sica mexicana M�nica Olvera teve sua �rea de pesquisas profundamente alterada por causa da pandemia do coronav�rus.

 

Seu irm�o ficou gravemente doente no M�xico, o que levou a cientista a concentrar seus estudos na compreens�o de como o v�rus Sars-CoV-2, que causa a COVID

-19, interage com o corpo humano em um n�vel f�sico-biol�gico.

"N�o tenho nada a ver com medicina. Sou uma cientista focada em ci�ncia dos materiais. Mas quando vimos esse problema t�o forte, entramos em a��o", disse ela � BBC News Mundo (servi�o em espanhol da BBC).

Sua equipe da Northwestern University, nos EUA, analisou as diferen�as entre o coronav�rus que causou a epidemia de Sars em 2003 e o que causa a COVID-19. E encontrou um ponto fraco no qual o v�rus pode ser atacado.

"Estamos bloqueando o v�rus", diz ela, explicando como seu experimento a n�vel molecular inicialmente reduziu a conex�o do pat�geno aos receptores humanos em 30%.

"Antes do v�rus entrar (nas mol�culas do corpo), podemos atac�-lo para que ele n�o tenha mais tanta energia de atra��o, que n�o seja capaz de infectar. E, se entrar, que fique bloqueado ali", explica a cientista.

"� outra forma de cura. N�o s�o anticorpos [como os das vacinas], aos quais os v�rus podem ser tornar resistentes. S�o muitos os casos em que os v�rus se tornam resistentes aos anticorpos", acrescenta.

Em tr�s meses, Olvera espera projetar um pol�mero — um composto qu�mico — que triplicar� a efic�cia do bloqueio e se tornar� uma forma de proteger o corpo do Sars-CoV-2. O desafio ser� testar se esse composto funciona ap�s ser metabolizado pelo corpo — atualmente as pesquisas foram feitas apenas em laborat�rio.


A pesquisadora Mónica Olvera realiza seu estudo nos Estados Unidos(foto: Mónica Olvera/Northwestern University)
A pesquisadora M�nica Olvera realiza seu estudo nos Estados Unidos (foto: M�nica Olvera/Northwestern University)

Qual foi a descoberta?

O Sars-CoV-2 entra no corpo por meio de suas prote�nas S, que entram em contato com a enzima conversora de angiotensina (AC2) das c�lulas humanas.

As enzimas AC2 tamb�m est�o presentes nas c�lulas do cora��o, do est�mago, dos rins, "ent�o, quando algu�m est� infectado (com o v�rus Sars-CoV-2, ele) pode danificar essas c�lulas", explica Olvera.

Seu estudo, feito em colabora��o com o pesquisador Baofu Qiao, detectou que o Sars-CoV-2 faz as conex�es com c�lulas humanas a partir de cargas positivas na prote�na das esp�culas (protuber�ncias em sua superf�cie que se assemelham a pequenos espinhos e formam uma coroa) e que essas cargas podem ser bloqueadas.

"A energia de atra��o entre aquele grupo que est� nas esp�culas e as c�lulas epiteliais era mais fraca no primeiro coronav�rus do que no Sars-CoV-2", explica Olvera.

"Percebemos que se modific�ssemos as cargas do novo coronav�rus, a atra��o com o receptor diminu�a muito", acrescenta.

O trabalho de bloqueio ocorreu em um dos tr�s grupos da prote�na das esp�culas, o que reduziu em 30% a capacidade do v�rus de se conectar com o receptor das c�lulas do corpo.

Se os pesquisadores conseguirem obter um pol�mero que bloqueie os tr�s grupos da prote�na, o resultado pode triplicar e fazer com que o novo coronav�rus tenha pouqu�ssimas oportunidades de atacar o corpo.

"Quero fazer um projeto que ataque a todos. � muito complicado, � um projeto dif�cil. Mas a ideia � (ter) um projeto que funcione e seja testado em laborat�rio", diz a cientista.


As espículas do coronavírus são pequenos espinhos que formam sua 'coroa'(foto: Getty Images)
As esp�culas do coronav�rus s�o pequenos espinhos que formam sua 'coroa' (foto: Getty Images)

Como isso pode ser usado na medicina?

O processo de cria��o de um pol�mero que atue contra as esp�culas do Sars-CoV-2 pode levar de dois a tr�s meses.

Uma vez criado, ser� preciso encontrar um meio adequado de administr�-lo. Olvera acredita que poderia funcionar por meio de um aerossol.

Mas ela alerta que "os v�rus s�o tremendos; podem usar os caps�deos [estruturas] de outros v�rus e RNA, duplicar-se e sofrer muta��o".

E um dos problemas enfrentados pelos v�rios pa�ses e equipes que correm contra o tempo para encontrar uma vacina � justamente com os anticorpos que elas geram e sua efic�cia diante das muta��es do Sars-CoV-2.

"Queremos criar algo que n�o seja biol�gico, que n�o crie resist�ncia. Evitar que o v�rus encontre outras formas de progredir. Acreditamos que pode ser uma forma de enfraquecer o v�rus, diferente do que est� sendo feito", completa.

Se as muta��es mantiverem os mesmos grupos de componentes para atrair c�lulas receptoras do corpo, o rem�dio seguiria funcionando.

� curioso que uma abordagem feita por um outro �ngulo cient�fico — no caso de Olvera, o da f�sica — possa oferecer uma solu��o promissoras para a pandemia. Mas para a pesquisadora, isso pouco importa neste momento.

"Estamos todos de alguma forma envolvidos com isso, � um problema global. E n�o existe melhor maneira de resolver do que todos os cientistas trabalharem juntos nisso", diz Olvera.


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