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Estado de Minas TRANSPORTE P�BLICO

Redu��o de danos: como se proteger da COVID-19 no �nibus, no trem e no metr�

Em meio a uma pandemia que j� causou mais de 128 mil mortes no pa�s e cuja curva de transmiss�o continua subindo, milh�es de brasileiros s�o obrigados a pegar o transporte p�blico para ir trabalhar. � poss�vel reduzir os riscos nesse cen�rio?


10/09/2020 18:16 - atualizado 11/09/2020 07:32

Milhões de brasileiros são obrigados a usar o transporte publico durante a pandemia(foto: Getty Images)
Milh�es de brasileiros s�o obrigados a usar o transporte publico durante a pandemia (foto: Getty Images)

Em meio a uma pandemia que j� causou mais de 128 mil mortes no pa�s e cuja curva de transmiss�o continua subindo, milh�es de brasileiros s�o obrigados a pegar o transporte p�blico para ir trabalhar.




Quem n�o tem o privil�gio de poder trabalhar de casa ou de morar perto do trabalho precisa enfrentar todos os dias �nibus, trens e metr�s frequentemente lotados, correndo risco de se contaminar com o coronav�rus.

Conforme os locais que aderiram � quarentena v�o flexibilizando as medidas de isolamento, o uso do transporte p�blico aumenta ainda mais.

O uso do carro, embora seja uma op��o mais segura para quem tem, coletivamente pode levar a um caos urbano ainda maior em cidades nas quais o tr�nsito j� � extremamente problem�tico, como S�o Paulo, Rio de Janeiro e Florian�polis.

"Os carros s�o muito ineficientes no uso da infraestrutura urbana. Se todos n�s andarmos de carro, ningu�m se mexe", diz o engenheiro Carlo Ratti, diretor do laborat�rio de cidades no MIT, nos EUA.

Para quem n�o tem escolha e precisa usar o transporte p�blico, h� medidas que podem ser tomadas para se proteger e ajudar na "redu��o de danos". Algumas s�o mais �bvias e outras nem tanto — entenda quais s�o elas e porque elas s�o importantes.

Cuidados b�sicos

O ponto essencial para a prote��o de todos, segundo a Fiocruz, � que todos os passageiros e funcion�rios estejam usando m�scaras. Embora n�o haja uma lei nacional, a maioria dos Estados tornou o uso do item obrigat�rio em espa�os p�blicos, incluindo no transporte.

O uso por todos � importante porque as m�scaras funcionam como "uma barreira para got�culas potencialmente infecciosas", segundo a OMS (Organiza��o Mundial de Sa�de).

"Com a for�a da tosse ou do espirro, as got�culas voam longe. A m�scara cir�rgica n�o filtra o v�rus, mas ajuda a impedir que essas got�culas se espalhem demais, contaminando pessoas e superf�cies", explica o virologista Jonatas Abrah�o, da Sociedade Brasileira de Virologia e professor da Universidade Federal de Minas Gerais.


A circulação de ar nos trens do metrô é mais difícil do que em ônibus ou em trens de superfície(foto: Reuters)
A circula��o de ar nos trens do metr� � mais dif�cil do que em �nibus ou em trens de superf�cie (foto: Reuters)

� por isso que � fundamental que, al�m de usar m�scara o tempo todo, se mantenha o m�ximo de dist�ncia poss�vel caso veja algu�m sem m�scara.

A m�scara � a medida mais b�sica necess�ria no transporte durante a pandemia, mas h� outras que est�o entre as mais essenciais, orientadas pela Fiocruz e tamb�m por empresas de transporte, como a SPTrans, que regula a circula��o em S�o Paulo. S�o elas:

- N�o coloque as m�os no rosto durante o trajeto (mantenha-as especialmente longe dos olhos, boca e nariz)

- Ande com �lcool em gel e aplique nas m�os durante a viagem se o trajeto for longo

- Assim que chegar ao destino, lave as m�os antes de fazer qualquer outra coisa — inclusive antes de tirar a m�scara

- E limpe com �lcool em gel os objetos pessoais que tocar durante o trajeto (como chaves e o celular)

- D� prefer�ncia de pagamento por cart�es magn�ticos (como o Bilhete �nico, em S�o Paulo), j� que o uso de dinheiro ajuda a propagar a transmiss�o

- Se tossir ou espirrar, cubra o rosto com o antebra�o

- Ao chegar em casa, coloque as roupas imediatamente para lavar

Circula��o de ar

H� tamb�m uma s�rie de outras medidas que devem ser tomadas por quem consegue, segundo pesquisas que se debru�am sobre a rela��o entre o uso de meios de transporte e a transmiss�o de doen�as.

Se voc� tiver a op��o de planejar mais de uma rota diferente ao trabalho (como ir de �nibus + metr�; s� de �nibus; de trem) � prefer�vel sempre escolher a rota menos lotada. Se o n�vel de lota��o for o mesmo, d� prefer�ncia para o meio que v� ter mais circula��o de ar, explica Nick Tyler, pesquisador de transporte da University College London, que modelou a maneira como o v�rus se propaga nos �nibus.

"Ao ar livre, as gotas se dissipam no ar e no vento", explica. "Uma vez dentro de algum ambiente, voc� tem muito menos movimento."

Apesar dos metr�s nas cidades brasileiras empurrarem o ar horizontalmente e formarem grande corredores de vento, o ar que circula neles � essencialmente o mesmo, n�o se dissipa. Por esse motivo, a circula��o de ar nos trens do metr� � mais dif�cil do que em �nibus ou em trens de superf�cie.

De acordo com um estudo de 2018 realizado por Lara Gosce na University College London, as pessoas que usavam o metr� de Londres regularmente eram mais propensas a sofrer sintomas de gripe do que aquelas que n�o o faziam.

Portanto, se voc� tem a op��o de circular somente de �nibus em vez de usar o metr�, e a lota��o de ambos os meios for a mesma, o �nibus � prefer�vel.

Onde sentar


Se você estiver entre os que têm o privilégio de poder escolher o seu lugar, há uma série de coisas que pode fazer(foto: Getty Images)
Se voc� estiver entre os que t�m o privil�gio de poder escolher o seu lugar, h� uma s�rie de coisas que pode fazer (foto: Getty Images)

H� um conselho muito comum para o metr� de Nova York: "nunca entre em um vag�o de metr� vazio". A ideia � que voc� n�o quer descobrir por que todo mundo evitou aquele vag�o — na melhor das hip�teses, um cheiro ruim; na pior das hip�teses, voc� pode ser assaltado.

Esse conselho ainda vale para muitos — se voc� for uma mulher que precisa se deslocar � noite, por exemplo —, mas, na pandemia, evitar multid�es � prudente, se poss�vel.

No Brasil, no entanto, nem sempre as pessoas t�m sequer a op��o de escolher pegar o pr�ximo �nibus ou escolher onde ficar no metr�, j� que a oferta de transporte p�blico n�o costuma ser abundante.

Se voc� estiver entre os que t�m o privil�gio de poder escolher o seu lugar, h� uma s�rie de coisas que pode fazer.

Um estudo chin�s recente observou como a proximidade dos assentos afetava o risco de transmiss�o nos trens.

Ao rastrear as viagens e lugares sentados de mais de 2 mil pessoas com o v�rus na rede ferrovi�ria de alta velocidade da China entre dezembro de 2019 e mar�o de 2020, eles foram capazes de ver como o v�rus se moveu entre os passageiros.

Sentar na mesma fileira, especialmente ao lado, carregava o maior risco neste ambiente espec�fico. Aparentemente os encostos entre as fileiras do tipo de trem que eles examinaram — um trem intercidades chin�s de alta velocidade — podem ter fornecido uma esp�cie de barreira.

Trajetos mais longos, talvez sem surpresa, aumentaram o risco, mesmo para aqueles sentados a algumas fileiras de dist�ncia.

Depois de duas horas, uma dist�ncia de menos de 2,5 m sem m�scara era insuficiente para evitar a transmiss�o, descobriram os pesquisadores. Um fato um tanto tranquilizador descoberto pela pesquisa � que usar o mesmo assento anteriormente ocupado por uma pessoa com coronav�rus n�o aumentou significativamente o risco de contra�-lo.

Evite comer e evite conversar dentro de �nibus, metr�s e trens. Essas s�o duas das orienta��es da SPTrans para os usu�rios do transporte p�blico na pandemia que d�o uma pista de onde escolher sentar ou ficar de p�, se tiver op��o.

Ambientes barulhentos, onde as pessoas devem se inclinar e gritar para serem ouvidas, apresentam maior risco do que espa�os mais silenciosos. Acredita-se que essa seja uma das raz�es pelas quais boates, bares ou frigor�ficos tiveram altos n�veis de cont�gio.

Portanto, se puder escolher seu lugar no transporte, fique longe de grupos de pessoas conversando e de pessoas comendo — que precisam retirar a m�scara para faz�-lo.

O que vem pela frente

Embora viajar regularmente no transporte p�blico envolva um aumento no risco para os indiv�duos, no momento n�o est� claro exatamente quanto.

Christina Goldbaum relatou recentemente para o jornal The New York Times que o rastreamento de contatos no Jap�o, na Fran�a e �ustria n�o encontrou liga��es entre os surtos e as redes de transporte p�blico — a situa��o do transporte nesses pa�ses, no entanto, � bem diferente da brasileira. E n�o h� uma pesquisa do tipo publicada no Brasil.

Alguns modelos matem�ticos tamb�m sugerem que o transporte p�blico bem ventilado com o uso de m�scara � menos arriscado do que alguns outros ambientes internos, como um bar lotado e abafado.

O momento aumenta ainda mais a necessidade de o poder p�blico priorizar a quest�o do transporte, ampliando a oferta e o alcance das redes municipais.

Como passageiros, o que podemos fazer � exigir essas mudan�as das autoridades, seguir as medidas de seguran�a e esperar chegarmos a um ponto melhor.


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