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Estado de Minas 1 SEGUIDO DE 30 ZEROS

Por que a exist�ncia de 1 nonilh�o de v�rus na Terra � uma boa not�cia

Pandemia de COVID-19 n�o ajudou muito a reputa��o desses seres, mas v�rias esp�cies foram ou s�o essenciais para o surgimento e manuten��o da vida no planeta


13/09/2020 08:13 - atualizado 13/09/2020 09:17

Ilustração feita em computação gráfica 3D de um norovírus(foto: Alissa Eckert)
Ilustra��o feita em computa��o gr�fica 3D de um norov�rus (foto: Alissa Eckert)

Estima-se que haja mais v�rus na Terra do que estrelas em todo o universo.

A informa��o pode soar assustadora em meio a uma pandemia viral, e muitos cientistas de fato preveem novas pandemias, potencialmente t�o ou mais destrutivas que a da covid-19 em um futuro n�o muito distante.

Mas a ci�ncia tamb�m faz uma ressalva: as pesquisas com os v�rus conhecidos at� o momento apontam que menos de 10% deles fazem mal aos humanos.

A grande maioria, na verdade, n�o causa problemas de sa�de e v�rias esp�cies foram e s�o essenciais para o surgimento e manuten��o da vida no planeta. Algumas, inclusive, nos protegem de doen�as bacterianas.


Imagem microscópica do mimivírus(foto: Divulgação)
Imagem microsc�pica do mimiv�rus (foto: Divulga��o)

Os n�meros por tr�s das compara��es s�o grandiosos: a estimativa � de que existam no planeta um nonilh�o (o algarismo 1 seguido de 30 zeros) de v�rus individuais (como h� 7 bilh�es de humanos), pertencentes a 6,5 mil esp�cies j� catalogadas e a centenas de milhares de outras que sequer s�o conhecidas at� o momento, explica � BBC News Brasil o bi�logo e virologista Rodrigo Ara�jo Rodrigues, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Esse n�mero pode ser mais alto do que o de estrelas no universo observ�vel, que, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) � de 10 setilh�es de estrelas (1 seguido de 22 zeros).

Segundo a pesquisadora Ana Cl�udia Franco, do Laborat�rio de Virologia do Instituto de Ci�ncias B�sicas da Sa�de (ICBS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a vasta maioria dos v�rus que existem no planeta infecta outros seres vivos que n�o os humanos.

"Mesmo entre aqueles que se replicam em seres humanos, a maior parte n�o causa doen�a grave", destaca.

Al�m disso, de acordo com ela, � importante deixar claro que, do ponto de vista evolutivo, n�o � interessante para o v�rus ser muito agressivo ou letal para seu hospedeiro, pois, � medida em que causa a sua morte, tamb�m n�o consegue mais se replicar e tem que "encontrar" um novo hospedeiro antes que seja inativado no meio ambiente (por a��o de desinfetantes, luz UV, calor e outros meios).

Rodrigues, da UFOP, estima que menos de 10% dos v�rus conhecidos sejam capazes de infectar e causar algum tipo de doen�a no ser humano.

"Alguns podem nos ser prejudiciais de forma indireta, no entanto, ao afetarem animais e plantas de interesse comercial, levando � queda na produ��o de alimentos", ressalva.

Mas esses tamb�m n�o s�o a maioria.

"A maior parte dos v�rus no planeta s�o parasitas de bact�rias e, nesse sentido, trazem um benef�cio enorme para n�s", diz.

"Eles s�o respons�veis por controlar a popula��o bacteriana e impedir que o planeta seja consumido por elas. Logo, n�o apenas os seres humanos, mas todos os seres vivos dependem muito deles para a pr�pria sobreviv�ncia."

O pesquisador Fabr�cio Campos, da �rea de Engenharia de Bioprocessos da Universidade Federal de Tocantins (UFT), tem uma estimativa mais conservadora sobre o n�mero de esp�cies de v�rus que podem causar doen�as: "� menos de 1%".

"H� uma tend�ncia de estudarmos e dedicarmos uma maior quantidade de recursos para aqueles que causam preju�zos econ�micos para a produ��o de alimentos ou que colocam em risco a nossa sa�de."

Assim, prossegue ele, � muito f�cil fazer uma lista de v�rus que causam doen�as, desde um rinov�rus que causa um resfriado — podemos ter cerca de 50 resfriados por rinov�rus ao longo da vida — at� o v�rus ebola, considerado um dos mais letais.

"Mas, somente no nosso genoma (que possui 3,2 bilh�es de pares de bases) n�s temos 8,3% de genes virais (cerca de 265 milh�es de pares de bases) como resultado de infec��es ocorridas h� milhares de anos e que foram transmitidas a n�s por nossos ancestrais", explica.


Ilustração feita em computação gráfica 3D do vírus influenza(foto: Dan Higgins)
Ilustra��o feita em computa��o gr�fica 3D do v�rus influenza (foto: Dan Higgins)

'Somos um pouquinho de v�rus'

Esses v�rus s�o chamados de retrov�rus end�genos e fazem parte do DNA humano.

"� bem poss�vel que esse percentual expressivo de genomas virais e sua forma de inser��o aleat�ria tenha nos moldados para a forma ou apar�ncia do que somos hoje", diz Campos.

"Ent�o, podemos afirmar que todos n�s somos um 'pouquinho de v�rus'. Se temos 30 trilh�es de c�lulas no nosso organismo e mais 100 trilh�es de bact�rias, e todas essas c�lulas e bact�rias podem potencialmente estar infectadas por v�rus, n�s somos na verdade um 'mont�o' ambulante deles."

As diferentes esp�cies delas no organismo, acrescenta Campos, est�o competindo por espa�o e alimento a todo momento.

"Toda vez que determinada popula��o de bact�rias se multiplica em excesso, os v�rus entram em a��o para controlar este crescimento excessivo delas, impedindo infec��es e mantendo a nossa sa�de", explica. "Se n�o fossem os v�rus, � muito prov�vel que todos n�s tiv�ssemos diarreias constantes."

Apesar de sua import�ncia para a vida no planeta — para o bem ou para o mal — ainda h� uma grande discuss�o na comunidade cient�fica se os v�rus s�o ou n�o seres vivos.

"Do ponto de vista biol�gico, podemos considerar duas situa��es: quando ele est� fora do seu hospedeiro n�o � um ser vivo, pois n�o se reproduz e n�o evolui", explica Rodrigues. "Mas, uma vez dentro, ele seria vivo, pois se reproduz e evolui naturalmente. Independentemente de (serem considerados) ser vivo ou n�o, eles exercem um impacto muito profundo no nosso planeta e na nossa vida em geral."

V�rus no combate a bact�rias

Isso vem de longe, beneficiando a vida na Terra.

Segundo Campos, os v�rus, de uma maneira geral, s�o essenciais para a vida, desde a sua fun��o no ciclo do carbono at� os benef�cios que trazem para os seres humanos. Eles infectam e destroem bact�rias em comunidades microbianas aqu�ticas e s�o um dos mecanismos mais importantes de reciclagem do carbono e de nutrientes em ambientes marinhos.

Al�m disso, esses organismos limitam a prolifera��o de algas nos oceanos — a biomassa marinha � composta por 70% de micro-organismos.

"Os v�rus infectam e matam diariamente 20% dessa biomassa, reciclando as macromol�culas e fornecendo alimento para a base da cadeia alimentar marinha, ou seja, os fitopl�ncton.", conta Campos.

"S�o tamb�m os principais agentes respons�veis pela conten��o de algas nocivas, mantendo em equil�brio essas popula��es."

"O surgimento dos mam�feros placent�rios (com placenta) e, por consequ�ncia, dos seres humanos, est� diretamente relacionado com os v�rus", diz Rodrigues.

"No passado, foram os chamados retrov�rus end�genos que infectaram os ancestrais dos mam�feros e providenciaram os genes necess�rios para que a placenta pudesse ser desenvolvida e, por fim, o total desenvolvimento dos embri�es dentro dela. Al�m disso, os v�rus v�m moldando a evolu��o do ser humano desde o seu surgimento, atuando como importante fator de press�o evolutiva. Precisamos estar sempre nos adaptando para n�o perecermos diante deles, o que chamamos tecnicamente de uma coevolu��o."


(foto: BBC)
(foto: BBC)

(foto: BBC)
(foto: BBC)

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O que � o coronav�rus

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 

 


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