(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

COVID-19: tabela ajuda a avaliar risco de infec��o cada vez que voc� vai a um evento social

Cientistas de Oxford e do MIT dizem que � necess�rio considerar fatores como ventila��o e ocupa��o do local e at� atividades como cantar ou gritar


12/10/2020 14:14 - atualizado 12/10/2020 15:16

(foto: BBC)
(foto: BBC)

Ser� que vai ser poss�vel reunir a fam�lia — ou ao menos parte dela — nas festas de fim de ano? Quando exatamente � seguro participar de um evento em meio � pandemia de COVID19?

Com os n�meros de casos e mortes ainda crescendo em todo o mundo e a dificuldade de manter a popula��o em isolamento social, um novo estudo tenta ajudar as pessoas avaliar o risco de cada situa��o.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em ingl�s), nos Estados Unidos, criaram uma tabela que considera fatores como o uso de m�scaras, o tempo de contato com outras pessoas, a ventila��o do local, a quantidade de pessoas e at� o que elas est�o fazendo — falar, cantar, gritar ou permanecer em sil�ncio.

O artigo original foi publicado no peri�dico de sa�de The BMJ.

"O risco de infec��o � determinado por muitos fatores, e todos eles est�o conectados", disse � BBC News Brasil Lydia Bourouiba, diretora do Laborat�rio de din�mica de fluidos na transmiss�o de doen�as do MIT e uma das autoras do estudo.

"Ainda n�o h� nenhum estudo que determine o risco absoluto de cada atividade, mas, com essa tabela, queremos que as pessoas saibam avaliar o risco relativo de cada situa��o. Assim elas podem se adaptar."

Por exemplo, se o evento ao qual voc� foi convidado � um karaok�, em uma sala fechada onde as pessoas estar�o gritando e cantando, o melhor a fazer � certificar-se de que poucas pessoas estar�o presentes, e ficar o m�nimo de tempo poss�vel. Sem esquecer de usar a m�scara.

Ou simplesmente sugerir uma reuni�o com os mesmos amigos em um local aberto, onde seja poss�vel manter uma dist�ncia maior e sem m�sica alta — para que n�o seja necess�rio gritar.

"Isso � importante porque, se voc� d� �s pessoas uma s� regra rigorosa, o que acaba acontecendo na maioria das vezes � que algumas n�o aplicam a regra, ou aplicam s� durante algum tempo. � dif�cil pedir � popula��o que fique em alerta m�ximo por meses", opina a pesquisadora.

Confira a tabela:


(foto: BBC)
(foto: BBC)

Dist�ncia, ventila��o e tempo

No artigo, os pesquisadores argumentam que o distanciamento entre um e dois metros entre pessoas como forma de prevenir a infec��o pelo Sars-Cov-2 � uma orienta��o simplista, porque se se baseia em estudos do s�culo 19 sobre como v�rus e bact�rias se propagariam no ar a partir da fala, da tosse e dos espirros. Mas isso n�o quer dizer que essa regra, usada na maioria dos espa�os p�blicos e privados atualmente, deva ser ignorada. � justamente o contr�rio.

Pesquisas mais recentes mostram que v�rus podem se espalhar em got�culas no ar por at� seis a oito metros a depender da situa��o. Por isso, dois metros deve, em alguns casos, ser a dist�ncia m�nima, n�o a m�xima, a se manter de algu�m.

"A regra dos dois metros n�o considerava o quadro total da exala��o de part�culas suspensas no ar e de como elas se movem. Hoje sabemos que n�o � s� porque voc� mant�m esses dois metros de dist�ncia que est� seguro", diz Bourouiba.

A� entram os outros fatores considerados na tabela, como o tempo que dura o evento — ou o tempo que voc� permanece nele, em contato com outras pessoas.

Mas o que exatamente seria um tempo curto ou longo? De acordo com a pesquisadora, ainda � dif�cil responder. "Alguns �rg�os de sa�de t�m considerado que de 10 a 15 minutos � um tempo curto e, acima disso, um tempo longo. Mas n�o h� justificativa cient�fica para embasar esses n�meros. Por isso, decidimos n�o inclu�-los na tabela", explica.

"O que sabemos at� agora � que, em um caso de estudo, onde houve infec��o em um restaurante mal ventilado, as pessoas infectadas, que estavam sem m�scaras, permaneceram l� ao mesmo tempo por cerca de 45 minutos. Mas precisamos de mais evid�ncias para dar peso a esse n�mero."

Da mesma forma, definir se um evento tem ocupa��o alta ou baixa n�o depende apenas de quantas pessoas h� no local, segundo Bourouiba. Tamb�m � importante saber se elas t�m ar fresco suficiente para respirar e est�o fora das zonas de respira��o uma da outra — ou seja, est�o a mais de 25 cent�metros de dist�ncia da boca e do nariz de algu�m que est� respirando normalmente.

"Cada pessoa deve ter ao menos 10 a 15 litros de ar fresco por segundo. N�s n�o temos como calcular isso no dia a dia, mas � uma medida importante para os respons�veis pelos espa�os de eventos, restaurantes, escrit�rios, etc. Eles precisam saber se seus espa�os precisar�o ser ampliados ou reformados", alerta.

O mais importante, segundo a pesquisadora, � garantir a circula��o de ar limpo, de prefer�ncia que venha de fora: "N�o � suficiente apenas mover o ar, como um ventilador ou um ar-condicionado fazem. � preciso troc�-lo, para diluir as part�culas que n�s exalamos no ar novo".

Por essa raz�o � prefer�vel estar em espa�os abertos ou com janelas que permitam a circula��o do ar. E, mesmo assim, ainda � preciso prestar aten��o em como ele circula.

"Se voc� abre uma janela em um restaurante, por exemplo, mas h� uma mesa com clientes ali, o ar novo estar� sempre passando por aquelas pessoas e levando poss�veis pat�genos a outras. Voc� tem que usar a ventila��o natural tendo consci�ncia do fluxo do ar", afirma a pesquisadora do MIT.

Como se comportar em cada situa��o?

Considerar tantos fatores para fazer qualquer atividade, mesmo com a ajuda de uma tabela, � complexo, mas tem se mostrado necess�rio.

De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD Covid-19), do IBGE, o n�mero de pessoas rigorosamente isoladas por causa da pandemia no Brasil caiu em cerca de 2 milh�es entre a primeira e a segunda semanas de setembro.

J� os que afirmaram ter reduzido o contato, mas continuaram saindo ou recebendo visitas aumentou em 2,5 milh�es. Atualmente, 83,2 milh�es de brasileiros t�m um comportamento flex�vel quanto ao distanciamento social.

O Brasil tem mais de 147 mil mortes e quase 5 milh�es de casos registrados de COVID-19. De acordo com a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), os casos tiveram tend�ncia de estabilidade em patamares altos durante o m�s de setembro na m�dia m�vel de sete dias — foram registradas mais de 26,4 mil novas infec��es por dia.

Segundo Lydia Bourouiba, � preciso ter alguns cuidados b�sicos em cada situa��o da tabela:

  • Risco baixo - Tente manter ao menos dois metros de dist�ncia de outras pessoas e usar m�scara. "N�o � porque voc� est� a dois metros que pode tirar a m�scara e n�o � porque est� de m�scara que pode chegar mais perto. Mas, se tiver que se aproximar rapidamente de algu�m, n�o precisa entrar em p�nico, n�o � o fim do mundo", diz.
  • Risco m�dio - Seja mais r�gido com a regra dos dois metros de dist�ncia. Se poss�vel, fique um pouco mais distante, a depender dos outros fatores na situa��o.
  • Risco alto - Dois metros deve ser a dist�ncia m�nima a ser mantida de algu�m, mas o ideal � ficar ainda mais afastado do que isso, e usando uma m�scara de qualidade.

"Sabemos que � complicado, mas tentamos organizar isso de uma forma que possa ser compreendida por todos, desde a fam�lia que quer organizar um churrasco at� o gerente de um escrit�rio. Porque todos vamos ter que administrar essas situa��es", afirma a pesquisadora.



(foto: BBC)
(foto: BBC)

(foto: BBC)
(foto: BBC)

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)