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Estado de Minas

'Tudo praticamente normal', diz brasileiro que mora em Wuhan, primeiro epicentro da pandemia de covid-19

Um ano ap�s o coronav�rus ter sido descoberto, situa��o em cidade chinesa � bastante diferente da do restante do mundo ocidental


22/12/2020 15:58 - atualizado 22/12/2020 22:44

'Usamos máscara quando entramos em locais fechados, como bares, restaurantes ou shopping centers. Mas tudo já voltou a funcionar como antes', diz(foto: Arquivo pessoal/Kenyiti Shindo)
'Usamos m�scara quando entramos em locais fechados, como bares, restaurantes ou shopping centers. Mas tudo j� voltou a funcionar como antes', diz (foto: Arquivo pessoal/Kenyiti Shindo)
"Aqui est� tudo praticamente normal", diz o paulistano Kenyiti Shindo, de 27 anos, � BBC News Brasil por telefone da cidade chinesa de Wuhan, onde vive.

 

"Usamos m�scara quando entramos em locais fechados, como bares, restaurantes ou shopping centers.

Claro que existe uma preocupa��o de que o v�rus volte, mas tudo j� funciona como antes", acrescenta ele.

 

Um ano ap�s o novo coronav�rus ter sido descoberto, a situa��o no local onde ocorreu o primeiro surto de covid-19 � bastante diferente da do restante do mundo ocidental.

 

Segundo a Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, n�o h� registros de novos casos e de novas mortes do v�rus na prov�ncia de Hubei, da qual Wuhan � a capital.

 

Desde o in�cio da pandemia, foram 68 mil casos e 4,5 mil mortes na regi�o.

 

J� na Europa, v�rios pa�ses decidiram confinar novamente suas popula��es devido ao aumento significativo no n�mero de casos, frustrando os planos de Natal de milh�es de pessoas e cancelando as festividades de Ano Novo.

 

A descoberta de uma muta��o do v�rus no Reino Unido, anunciada no �ltimo s�bado (19/12) pelo primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, refor�ou ainda mais esse temor entre as autoridades.

 

Essa nova variante � mais contagiosa e est� "fora de controle", segundo o secret�rio de Sa�de do pa�s, Matt Hancock.


Kenyiti vive na China há sete anos(foto: Arquivo pessoal/Kenyiti Shindo)
Kenyiti vive na China h� sete anos (foto: Arquivo pessoal/Kenyiti Shindo)

Como resultado, v�rios pa�ses suspenderam voos de e para o Reino Unido.

 

No Brasil, a pandemia tamb�m n�o d� sinais de arrefecimento — s�o quase 200 mil mortos desde o primeiro caso, em 26 de fevereiro. O n�mero de �bitos � superior a 500 por dia.

'Preocupa��o'

Shindo j� vive na China h� sete anos e chegou ao pa�s por meio de uma bolsa que conseguiu ao estudar no Instituto Conf�cio, da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Ele acaba de terminar o bacharelado em Rela��es Internacionais e se prepara para se candidatar ao mestrado.

 

O brasileiro estava de f�rias na Mal�sia com a namorada em janeiro quando os dois foram pegos de surpresa com o lockdown em Wuhan.

 

Naquela �poca, imagens da cidade, com suas ruas totalmente desertas e isolada do restante da China, correram o mundo.

 

At� ent�o, n�o havia sinais de que o v�rus se alastraria, muito menos de que se tornaria uma pandemia.

Sem poder voltar para casa, o casal passou dois meses fora de Wuhan at� sua reabertura, em mar�o.

 

Ainda assim, Shindo foi um dos que pressionou o governo de Jair Bolsonaro a retirar os cidad�os brasileiros de Wuhan, em fevereiro.


Kenyiti ao lado da namorada, que é de Wuhan: casal passou pela Malásia e Tailândia enquanto esperava reabertura das cidades na China(foto: Arquivo pessoal/Kenyti Shindo)
Kenyiti ao lado da namorada, que � de Wuhan: casal passou pela Mal�sia e Tail�ndia enquanto esperava reabertura das cidades na China (foto: Arquivo pessoal/Kenyti Shindo)

 

A China adotou uma estrat�gia de combate ao v�rus que se provou bem-sucedida — o pa�s n�o s� confinou sua popula��o, mas adotou um sistema de identifica��o e rastreamento de infectados que facilitou o controle do espalhamento da doen�a.

 

Como resultado, as atividades em Wuhan come�aram a ser retomadas progressivamente a partir de mar�o. Com a melhora do quadro, em outubro, a prov�ncia de Hubei chegou a atrair mais de 52 milh�es de turistas apenas entre os dias 1 a 7, durante a Semana Dourada, per�odo festivo do gigante asi�tico.

 

Wuhan recebeu quase 19 milh�es de visitantes, segundo dados do Departamento de Cultura e Turismo da Prov�ncia.

 

O pa�s tamb�m foi criticado, entretanto, por ter escondido informa��es sobre o avan�o da covid-19 e acumulado erros de gest�o, segundo documentos confidenciais do Centro Provincial de Controle e Preven��o de Doen�as de Hubei obtidos pela rede americana CNN.

 

Shindo se diz preocupado com a situa��o da fam�lia que vive no Brasil.

 

"Meu pai � do grupo de risco e depende do SUS. Uma das minhas irm�s � professora e n�o pode trabalhar de casa. Fico preocupado".

 

Ele conta que deve passar o Natal com um grupo de brasileiros, apesar de a festa n�o ser celebrada na China.

 

"Vamos nos reunir em casa e fazer uma ceia", diz.

 

Uma realidade muito diferente da do restante do mundo.

Origem ainda incerta

Apesar de uma relut�ncia inicial do governo chin�s, em janeiro uma equipe de dez cientistas de v�rias partes do mundo viajar� a Wuhan para investigar as origens da covid-19, segundo informou a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS).

 

O bi�logo alem�o Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, que far� parte do grupo, afirmou na �ltima semana que a inten��o n�o � buscar culpados, mas prevenir futuros surtos.

 

A miss�o, que durar� entre quatro e cinco semanas, tentar� responder, por exemplo, quando o v�rus come�ou a circular e se ele passou a infectar de fato humanos inicialmente em Wuhan.

 

Um mercado de alimentos na cidade foi apontado desde o in�cio como a poss�vel origem da covid-19, onde o coronav�rus teria migrado de animais e come�ado a contaminar humanos.

 

Mas h� alguns pesquisadores que, hoje, acreditam que o pat�geno possa apenas ter se multiplicado ali, mas que o "salto" entre as esp�cies n�o necessariamente pode ter ocorrido no local.


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