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Vacinas contra COVID-19: como est� a vacina��o no Brasil e no mundo

Quando se trata de distribui��o de vacinas, h� uma pergunta que a maioria das pessoas est� fazendo: 'Quando vou tom�-la?'


11/02/2021 14:36 - atualizado 11/02/2021 15:06

Quando se trata de distribuição de vacinas, há uma pergunta que a maioria das pessoas está fazendo - quando vou tomá-la?(foto: BBC)
Quando se trata de distribui��o de vacinas, h� uma pergunta que a maioria das pessoas est� fazendo - quando vou tom�-la? (foto: BBC)

Quando tomarei a vacina contra a COVID-19? Essa � uma pergunta que a maioria das pessoas est� se fazendo.

 

 

 

Alguns pa�ses definiram metas muito espec�ficas, mas o restante do mundo a imagem � bem menos clara.

Ent�o, o que sabemos?

Vacinar o mundo contra a COVID-19 � uma quest�o de vida ou morte; envolve processos cient�ficos complicados, corpora��es multinacionais, log�stica, muitas promessas governamentais conflitantes e uma grande dose de burocracia e regulamenta��o, o que significa que descobrir quando e como as vacinas ser�o lan�adas em todo o mundo n�o � exatamente simples.

Agathe Demarais, diretora de previs�o global da Economist Intelligence Unit (EIU), bra�o de pesquisa e an�lise da revista brit�nica The Economist, fez algumas das pesquisas mais abrangentes sobre o assunto.

A EIU analisou a capacidade de produ��o mundial juntamente com a infraestrutura de sa�de necess�ria para fazer chegar as vacinas aos bra�os das pessoas, o tamanho da popula��o que um pa�s tem que vacinar e, claro, o que eles podem pagar.

Muitas das descobertas da pesquisa parecem constatar o �bvio: a distribui��o desigual das vacinas entre na��es ricas e pobres. O Reino Unido e os Estados Unidos est�o bem abastecidos com vacinas no momento, porque eles poderiam investir muito dinheiro no desenvolvimento delas e, assim, receb�-las primeiro.

Alguns outros pa�ses ricos, como Canad� e os da Uni�o Europeia, est�o um pouco mais atr�s.

A maioria dos pa�ses de baixa renda ainda n�o come�ou a vacinar, mas h� algumas surpresas. Confira o programa de distribui��o est� acontecendo em todo o mundo.



Prioridade

O Canad� enfrentou cr�ticas no fim do ano passado por comprar cinco vezes o suprimento de que precisa para cobrir sua popula��o, mas parece que eles n�o v�o receber as vacinas primeiro.

Isso porque o pa�s optou por investir em vacinas de f�bricas europeias, temendo que os EUA, ainda sob o comando de Donald Trump, proibissem as exporta��es. Mas essa acabou sendo uma aposta ruim.


(foto: BBC)
(foto: BBC)

As fabricantes europeias t�m tido problemas com o abastecimento e, recentemente, foi a UE, e n�o os EUA, que amea�ou proibir as exporta��es.

"Enquanto o mercado europeu n�o tiver vacinas suficientes, acho que as grandes importa��es para o Canad� v�o continuar fora de cogita��o", diz Agathe Demarais.

Mas tamb�m existem alguns pa�ses que est�o se saindo melhor do que o esperado.

At� a conclus�o desta reportagem, a S�rvia era a oitava na��o no mundo com a maior parcela de sua popula��o vacinada, � frente de qualquer pa�s da UE. O sucesso do pa�s se deve em parte a uma implementa��o eficiente, mas tamb�m porque vem se beneficiando da chamada diplomacia da vacina — uma batalha entre a R�ssia e a China por influ�ncia na Europa Oriental. � um dos poucos lugares onde a vacina russa, Sputnik V, e a vacina da fabricante chinesa SinoPharm j� est�o dispon�veis.

Em teoria, os s�rvios podem escolher a vacina que preferem - Pfizer, Sputnik ou a da SinoPharm. Na pr�tica, a maioria das pessoas acaba recebendo a da SinoPharm. A influ�ncia que a China est� exercendo provavelmente ser� de longo prazo. Os pa�ses que usam a primeira e a segunda dose da SinoPharm tamb�m devem procurar a China para doses de refor�o, se elas forem necess�rias no futuro.

Os Emirados �rabes Unidos tamb�m dependem fortemente da vacina da SinoPharm — ela representa 80% das doses que est�o sendo administradas l� agora. O pa�s �rabe tamb�m est� construindo uma unidade de produzir a mesma vacina.

"A China est� chegando com instala��es de produ��o, trabalhadores treinados, ent�o isso vai dar uma influ�ncia de longo prazo � China", diz Agathe Demarais. "E ser� muito, muito dif�cil para os governos que recebem essas vacinas dizerem n�o � China para qualquer coisa no futuro."


(foto: BBC)
(foto: BBC)

Mas, ser uma superpot�ncia global de vacinas n�o significa que sua popula��o ser� vacinada primeiro.

O levantamento da EIU prev� que as popula��es das duas das maiores pot�ncias mundiais de produ��o de vacinas, China e �ndia, podem n�o ser totalmente vacinadas at� o final de 2022. A isso se devem o tamanho de sua popula��o e uma escassez de profissionais de sa�de.

No Brasil, a vacina��o j� come�ou, mas a estimativa � de que a vacina��o em massa s� ser� atingida na metade do ano que vem, segundo a EIU.

O estudo destaca que Brasil e M�xico, classificados como pa�ses de renda m�dia, ter�o doses para imunizar grupos priorit�rios devido aos acordos firmados com os laborat�rios em troca da execu��o de testes cl�nicos.

Mas a "capacidade de chegar � vacina��o em massa depende de outros fatores, incluindo espa�o fiscal, tamanho da popula��o, n�mero de profissionais de sa�de, infraestrutura e vontade pol�tica".

Outros pa�ses da Am�rica Latina, como Argentina e Chile, tamb�m ter�o vacina��o em massa somente em 2022, segundo as estimativas. E Bol�via, Paraguai, Venezuela, Guiana e Suriname, a partir de 2023.


(foto: BBC)
(foto: BBC)

Segundo a plataforma Our World in Data, desenvolvida pela Universidade de Oxford, o Brasil aplica at� o momento 1,94 doses para cada 100 habitantes.

O pa�s com a maior taxa de vacina��o no mundo � Israel, com uma taxa de 69.46 para cada 100 habitantes.

Em n�meros absolutos, os Estados Unidos s�o o pa�s que mais administrou doses de vacinas contra a COVID-19, cerca de 45 milh�es at� agora.


Apesar de ter se tornado um 'eldorado' de fabricação de vacinas, Índia não será a primeira a vacinar sua população(foto: EPA)
Apesar de ter se tornado um 'eldorado' de fabrica��o de vacinas, �ndia n�o ser� a primeira a vacinar sua popula��o (foto: EPA)

�ndia: eldorado da produ��o de vacinas

O sucesso da �ndia como produtora da vacina contra a COVID-19 se deve em grande parte a um homem, Adar Poonawalla. Sua empresa, o Instituto Serum, � o maior fabricante de vacinas do mundo.

Mas, no meio do ano passado, sua fam�lia come�ou a pensar que ele havia perdido a sanidade. Ele estava apostando centenas de milh�es de d�lares de seu pr�prio dinheiro em vacinas, em um momento em que n�o sabia se (e quais delas) funcionariam.

Em janeiro, a primeira dessas vacinas, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmac�utica AstraZeneca, foi entregue ao governo indiano. Agora, o Serum est� produzindo 2,4 milh�es de doses por dia.

Sua empresa � um dos dois principais fornecedores da �ndia e tamb�m fornece vacinas para o Brasil, Marrocos, Bangladesh e �frica do Sul.

"Achei que a press�o e toda a loucura acabariam agora que fizemos o produto", diz ele. "Mas o verdadeiro desafio � tentar manter todos felizes.

"Pensei que haveria tantos outros fabricantes capazes de fornecer. Mas, infelizmente, no momento, pelo menos, no primeiro trimestre, e talvez at� no segundo trimestre de 2021, n�o veremos um aumento substancial na oferta. "

Ele diz que a produ��o n�o pode ser aumentada durante a noite.

"Leva tempo", diz Poonawalla. "As pessoas pensam que o Instituto Serum tem um tempero secreto. Sim, somos bons no que fazemos, mas n�o � uma varinha m�gica."

Poonawalla tem uma vantagem competitiva agora porque come�ou a construir instala��es em mar�o do ano passado e a estocar produtos como produtos qu�micos e frascos de vidro em agosto.

Durante a produ��o, a quantidade de vacina produzida pode variar muito e h� muitos est�gios em que as coisas podem dar errado.

"� tanto arte quanto ci�ncia", diz Agathe Demarais, da EIA.

Para os fabricantes que est�o iniciando a produ��o agora, levar� meses para produzir vacinas. E o mesmo se aplica a quaisquer refor�os que possam ser necess�rios para lidar com novas variantes.

Poonawalla diz que est� comprometido em fornecer primeiro para a �ndia e depois para a �frica por meio do esquema chamado Covax, que visa a distribui��o igualit�ria e acess�vel de vacinas pelo mundo.

A Covax � uma iniciativa liderada pela OMS, Gavi, a alian�a da vacina e CEPI, o Centro de Prepara��o para Epidemias.

Os pa�ses que n�o podem pagar as vacinas v�o obt�-las gratuitamente por meio de um fundo especial. O restante vai pagar, mas a teoria � que eles conseguir�o um pre�o melhor negociando em blocos do que se o fizerem individualmente.

A Covax est� planejando come�ar a distribuir vacinas no fim de fevereiro (a expectativa � de que o Brasil receba 10,6 milh�es de doses por interm�dio do Covax neste semestre).

Nesse �nterim, o plano da Covax est� sendo prejudicado pelo fato de que muitos pa�ses envolvidos tamb�m est�o negociando seus pr�prios acordos paralelamente.

Poonawalla diz que quase todos os l�deres africanos no continente entraram em contato com ele para ter acesso �s vacinas de forma independente. Na semana passada, Uganda anunciou que havia garantido 18 milh�es de doses do Instituto Serum por US$ 7 cada — muito mais do que os US$ 4 pagos pela Covax.

O Instituto Serum afirma estar em negocia��es com Uganda, mas nega que qualquer acordo tenha sido assinado.

Poonawalla fornecer� 200 milh�es de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca � Covax assim que obtiver a pr�-aprova��o da OMS. Ele prometeu � Covax mais 900 milh�es de doses, embora n�o tenha confirmado quando ser�o entregues.

Embora esteja comprometido com o esquema, ele admite que enfrenta problemas. A Covax est� lidando com muitos produtores de vacinas diferentes, diz ele, cada um oferecendo pre�os e prazos de entrega vari�veis.

Agathe Demarais e a EIU tamb�m n�o est�o excessivamente otimistas quanto � capacidade da Covax de fazer uma vacina��o de amplo alcance. "Ser� uma pequena diferen�a marginal, mas n�o uma virada de jogo", diz Demarais.

Segundo seu estudo para a EIA, alguns pa�ses podem n�o ser totalmente vacinados at� 2023 — ou nunca. A vacina��o pode n�o ser uma prioridade para todos os pa�ses, especialmente aqueles que t�m uma popula��o jovem e n�o veem um grande n�mero de pessoas adoecendo.

O problema com esse cen�rio � que, enquanto o v�rus prosperar em algum lugar, poder� sofrer muta��es e migrar. Como resultado, variantes resistentes a vacinas continuar�o a evoluir.

Nem tudo, por�m, s�o m�s not�cias. As vacinas est�o sendo produzidas mais r�pido do que nunca, mas a escala da tarefa - imunizar 7,7 bilh�es de pessoas - � enorme e nunca foi tentada antes.

Demarais acredita que os governos devem ser honestos com seu povo sobre o que � poss�vel: "� muito dif�cil para um governo dizer: 'N�o, n�o vamos conseguir uma ampla cobertura de imuniza��o por v�rios anos'. Ningu�m quer dizer isso."

Pesquisa de dados: Becky Dale e Nassos Stylianou.


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