
Mas nem todos os pa�ses repudiam a iniciativa de Vladimir Putin. Alguns l�deres manifestaram apoio direto � Moscou.
Em meio � uma das maiores crises militares e pol�ticas na Europa nos �ltimos anos, quem s�o os aliados da R�ssia?
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Organiza��o do Tratado de Seguran�a Coletiva
Os principais aliados da R�ssia pertencem a um bloco chamado de Organiza��o do Tratado de Seguran�a Coletiva (OTSC). Al�m da pr�pria R�ssia, os pa�ses da OTSC s�o:
- Arm�nia
- Belarus
- Cazaquist�o
- Quirguist�o
- Tajiquist�o
A OTSC foi formada no come�o dos anos 1990, ap�s o fim do Pacto de Vars�via e da Guerra Fria.
O Pacto de Vars�via foi um importante bloco formado em 1955 pela ent�o Uni�o Sovi�tica com outras na��es na sua esfera de influ�ncia - uma rea��o � Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) — que fora criada na d�cada anterior.
Tanto o Pacto de Vars�via quanto a Otan tinham o mesmo objetivo: garantir que todos os Estados membros reagissem militarmente a qualquer agress�o a outro Estado membro.
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Alguns dos pa�ses que assinaram o Pacto de Vars�via nem existem mais, como a Alemanha Oriental e a Checoslov�quia.
E outros que assinaram o pacto sovi�tico hoje est�o na Otan e se op�em a Putin: � o caso de Hungria, Rom�nia, Bulg�ria e Pol�nia (al�m de Eslov�quia e Rep�blica Checa, que formavam a Checoslov�quia).
Entre os aliados de Putin na OTSC, o mais importante � o Cazaquist�o, que possui algumas das maiores reservas de petr�leo do mundo.

Neste ano, o Cazaquist�o foi palco de protestos em massa que levaram � morte de pelo menos 44 pessoas. Um dos alvos dos protestos era o ex-presidente Nursultan Nazarbayev, ainda hoje tido como o pol�tico mais poderoso do pa�s.
Ex-integrante do politburo do Partido Comunista ele tem fortes liga��es com Vladimir Putin.
Para conter os protestos, paraquedistas russos foram enviados ao Cazaquist�o a pedido do presidente Kassym-Jomart Tokayev para ajudar a "estabilizar" o pa�s.
A OTSC foi justamente a autoridade invocada para justificar as tropas russas no Cazaquist�o.
Apesar de ser visto como um pa�s com liga��es pr�ximas � R�ssia, o Cazaquist�o n�o reconheceu a independ�ncia de regi�es separatistas da Ucr�nia, como Moscou fez. As autoridades do Cazaquist�o v�m tomando medidas para evitar a desvaloriza��o da moeda nacional, que est� sofrendo impactos da crise na Ucr�nia.
Essa posi��o cautelosa tamb�m foi tomada por outros dois pa�ses da OTSC aliados de Putin: Quirguist�o e Tadjiquist�o.

O pa�s da OTSC com a��o mais decisiva nesta crise � Belarus, que tem coordenado exerc�cios militares junto com a R�ssia. Durante os exerc�cios, a R�ssia e Belarus posicionaram tropas nas suas fronteiras com a Ucr�nia. Mais de 30 mil soldados russos est�o posicionados em Belarus.
Belarus � outro pa�s cujo governo vem enfrentando protestos de oposi��o. No ano passado, centenas de imigrantes tentaram deixar o pa�s em dire��o � Pol�nia, que faz parte da Uni�o Europeia. O presidente Alexander Lukashenko, frequentemente chamado de "o �ltimo ditador da Europa", controla Belarus h� 26 anos.
No final do ano passado, ele jogou h�quei no gelo com Putin durante visita � R�ssia — principal parceiro econ�mico do pa�s. Lukashenko declarou que Belarus pode ajudar na invas�o russa da Ucr�nia "caso seja necess�rio".
S�ria
O governo da S�ria foi expl�cito em seu apoio � decis�o da R�ssia de reconhecer as duas regi�es controladas por separatistas apoiadas por Moscou no leste da Ucr�nia como independentes.

O ministro das Rela��es Exteriores da S�ria, Faisal Mekdad, disse que o governo do presidente Bashar al-Assad "cooperar�" com as autoproclamadas Rep�blica Popular de Donetsk e a Rep�blica Popular de Luhansk.
Uma autoridade russa disse que falou com Bashar al-Assad e que o l�der s�rio prometeu reconhecer as duas regi�es, assim como a S�ria j� fez com a Oss�tia do Sul e Abec�zia em 2008.
Em setembro, Putin e Assad encontraram-se em Moscou. Na ocasi�o, o presidente russo criticou a presen�a de for�as estrangeiras na S�ria sem um mandato das Na��es Unidas — uma cr�tica aos EUA e � Turquia.
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Putin � um dos maiores aliados de Assad desde 2011, quando uma sangrenta guerra civil eclodiu na S�ria. A participa��o russa foi tida como fundamental para manter Assad no poder, e a R�ssia ainda possui bases militares no pa�s.
Venezuela
Na Am�rica do Sul, o regime venezuelano de Nicolas Maduro � um dos principais aliados da R�ssia. Na ter�a-feira, ap�s Putin reconhecer a independ�ncia de regi�es separatistas da Ucr�nia, mas antes da invas�o russa, Maduro declarou:
"A Venezuela est� com Putin, est� com a R�ssia, est� com as causas corajosas e justas do mundo, e vamos nos aliar cada vez mais."
"O mundo pensa que Putin vai ficar parado sem fazer nada, sem tomar medidas para proteger seu povo? � por isso que a Venezuela expressa seu total apoio ao presidente Vladimir Putin em seus esfor�os para proteger a paz na R�ssia, na regi�o."

A R�ssia � um importante parceiro comercial da Venezuela e mant�m la�os estrat�gicos com o pa�s. Os russos s�o alguns dos principais fornecedores de equipamentos b�licos para as for�as militares venezuelanas, que receberam nos �ltimos anos ca�as supers�nicos e tanques de guerra. Al�m disso, o pa�s tamb�m vende grandes quantidades de outras armas, como fuzis.
A presen�a de equipamento militar russo em um pa�s dentro da Am�rica Latina � vista com preocupa��o por autoridades americanas. Em janeiro de 2019, durante protestos contra o regime de Maduro que acabaram em confrontos, o presidente Putin demonstrou apoio ao l�der venezuelano e eles conversaram por telefone.
Um comunicado divulgado pelo Kremlin ap�s o telefonema diz que Putin "enfatizou que a interfer�ncia externa destrutiva � uma grande viola��o das normas fundamentais do direito internacional".
Cuba
Putin mant�m la�os cordiais com os cubanos, numa postura que lembra, em alguma medida, a hist�rica rela��o entre Cuba e a ex-Uni�o Sovi�tica.
A R�ssia continua como um dos principais parceiros comerciais de Cuba e um dos maiores cr�ticos do embargo econ�mico imposto pelos Estados Unidos ao pa�s. Nos �ltimos anos, a R�ssia enviou ajuda humanit�ria para Cuba enfrentar a pandemia de covid-19.
No dia 24 de janeiro, enquanto a crise russo-ucraniana aumentava, Putin e o presidente de Cuba, Miguel Diaz Canal Bermudes, tiveram uma conversa por telefone, em mais uma demonstra��o de proximidade entre os dois.
Ap�s a invas�o da Ucr�nia, Cuba emitiu uma nota na qual n�o menciona os russos, mas critica duramente os EUA por impor "a expans�o progressiva da OTAN em dire��o �s fronteiras da Federa��o Russa".
"O governo dos EUA vem amea�ando a R�ssia h� semanas e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma 'invas�o maci�a iminente' da Ucr�nia. Os EUA forneceram armas e tecnologia militar, enviaram tropas para v�rios pa�ses da regi�o, aplicaram san��es unilaterais e injustas e amea�aram com outras repres�lias", diz a nota de Cuba.
A ag�ncia de not�cias Reuters afirmou que a declara��o de Cuba foi feita poucas horas depois de a R�ssia concordar em adiar at� 2027 o pagamento de d�vidas de Cuba com Moscou.
Em visita recente a Cuba, o presidente do Duma (o Parlamento russo), Vyacheslav Volodin, disse: "Eles [os EUA] n�o querem ver uma R�ssia forte, eles n�o querem que a R�ssia seja autossuficiente, e o mesmo para Cuba, eles n�o querem ver um povo livre, eles n�o querem ver um pa�s independente".
Nicar�gua
Outro aliado de Putin � Daniel Ortega, o ex-guerrilheiro marxista que comanda a Nicar�gua desde 2007, tendo chegado ao poder anteriormente em 1979, durante a Guerra Fria.
Ortega foi um dos primeiros l�deres mundiais a apoiar a posi��o da R�ssia sobre a Ucr�nia. Ele defende que o presidente Vladimir Putin est� certo ao reconhecer duas regi�es controladas por separatistas apoiados por Moscou como independentes.
"Tenho certeza de que, se eles fizerem um referendo como o realizado na Crimeia, as pessoas votar�o para anexar os territ�rios � R�ssia", disse Ortega, outro l�der latino-americano pr�ximo a Putin que combate a influ�ncia dos EUA na regi�o.
E a China?
No final de semana passado, o principal diplomata da China, Wang Yi, disse em uma confer�ncia na Alemanha: "A soberania, a independ�ncia e a integridade territorial de qualquer pa�s devem ser respeitadas e salvaguardadas. A Ucr�nia n�o � exce��o."
Wang Yi vem mantendo conversas tanto com o secret�rio de Estado americano, Anthony Blinken, quanto com o ministro das Rela��es Exteriores da R�ssia, Sergei Lavrov.

Em seus pronunciamentos p�blicos, o governo chin�s vem instando todos os envolvidos a diminuir as tens�es na Ucr�nia.
Poucos dias antes da invas�o da Ucr�nia, Putin encontrou-se com o presidente chin�s Xi Jinping, durante os Jogos Ol�mpicos de Inverno de Pequim. Um comunicado conjunto divulgado ap�s o encontro n�o fez refer�ncia � Ucr�nia, mas criticou a expans�o da Otan — entidade que ambos os pa�ses acusaram de possuir uma "mentalidade de Guerra Fria".
Os dois pa�ses tamb�m se manifestaram contra o pacto de seguran�a Aukus, entre Austr�lia, Reino Unido e EUA — uma iniciativa para a Austr�lia construir submarinos nucleares, vista como uma forma de contrabalan�ar o poderio da China na �sia.
Durante a visita, a R�ssia disse que apoia a pol�tica de Pequim sobre Taiwan, afirmando que se trata de uma prov�ncia separatista que eventualmente far� parte da China novamente.
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