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Estado de Minas CHECAMOS

Mais mortes por COVID nos EUA em 2021 n�o indicam inefic�cia das vacinas

Os Estados Unidos iniciaram a campanha de vacina��o em massa contra a COVID-19 em 14 de dezembro de 2020


26/12/2021 20:18 - atualizado 26/12/2021 20:18


 

Imagem com conteúdo falso que circula pelas redes sociais
Captura de tela feita em 20 de dezembro de 2021 de uma publica��o no Twitter ( . / ) (foto: Reprodu��o)
Publica��es que alegam que, apesar da vacina��o em massa, “o per�odo Biden supera em n�mero de mortes o per�odo Trump” foram compartilhadas mais de 600 vezes desde 15 de dezembro de 2021. Mas essa alega��o � enganosa. Embora os dados estejam corretos, com mais �bitos por covid-19 registrados neste ano do que em 2020 nos Estados Unidos, especialistas explicaram � AFP que os n�meros refletem a chegada em 2021 da variante delta ao pa�s e o relaxamento de medidas restritivas, assim como o ritmo de vacina��o lento e desigual entre os estados.


“Mesmo com vacina��o acontecendo em elevados percentuais o per�odo Biden supera em n�mero de mortes o per�odo Trump! ‘EUA Mortes por COVID-19 em 2021 superam o total de 2020’”, diz uma das publica��es compartilhadas no Twitter (1, 2), no Facebook (1, 2, 3) e no Instagram (1, 2).

De acordo com dados atualizados at� 20 de dezembro de 2021, os Centros de Controle de Doen�as (CDC), nos Estados Unidos, apontaram que 385.427 pessoas morreram por covid-19 no pa�s em 2020, durante o governo de Donald Trump (2017-2020), enquanto em 20 de dezembro de 2021 esse n�mero era de 418.619, j� sob a gest�o de Joe Biden, que come�ou em 20 de janeiro de 2021.

Mas Tara Kirk Sell, acad�mica s�nior do Centro Johns Hopkins para Seguran�a Sanit�ria, explicou ao Checamos que “uma compara��o direta de 2020 a 2021 n�o faz sentido porque a pandemia realmente n�o havia come�ado at� a primavera [de mar�o a junho no hemisf�rio Norte] de 2020”.

A primeira morte por covid-19 nos Estados Unidos foi registrada em 1 de mar�o de 2020.

“Esta compara��o tamb�m n�o leva em considera��o a trajet�ria da pandemia criada por pol�ticas e perspectivas implementadas desde o in�cio”, acrescentou.

Os Estados Unidos iniciaram a campanha de vacina��o em massa contra a covid-19 em 14 de dezembro de 2020. Dados atualizados at� 22 de dezembro de 2021, na plataforma Our World in Data, mostram que mais de 61% da popula��o norte-americana encontra-se imunizada com o esquema vacinal completo - as duas doses ou a dose �nica.

Embora tenham largado na frente, sendo um dos primeiros pa�ses a iniciar a vacina��o, os Estados Unidos enfrentaram obst�culos no combate � covid-19 e aos seus �bitos.

“A vacina��o nos EUA come�ou em dezembro, e os seus efeitos na redu��o de mortes s� puderam ser notados ap�s uma grande parcela da popula��o americana ter sido imunizada, em especial os mais vulner�veis”, disse ao Checamos Anderson F. Brito, virologista e pesquisador do Instituto Todos pela Sa�de, com p�s-doutorado na Yale University.

Foi somente em meados de agosto de 2021 que os Estados Unidos conseguiram imunizar ao menos a metade da sua popula��o adulta com o esquema vacinal completo.

O ritmo lento de imuniza��o coincidiu com a r�pida propaga��o da variante delta, detectada em outubro de 2020 na �ndia e classificada como uma “variante de preocupa��o” pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) em maio do ano seguinte.

Segundo Sell, “o surgimento de variantes novas e mais contagiosas em 2021” foi um dos problemas para o agravamento da situa��o da covid-19 nos EUA.

Restri��o e mobilidade


Mas, apesar da maior transmissibilidade da delta, Brito ponderou que “em 2020, com a apreens�o quanto aos impactos da covid-19, as medidas de distanciamento f�sico e outras restri��es foram muito mais intensas” do que em 2021, quando foi observado um relaxamento desses protocolos.

Para Brito, essa flexibiliza��o “certamente contribuiu para um aumento de mortes, em especial quando tais medidas foram abandonadas durante momentos de alta incid�ncia da doen�a”.

Os primeiros picos de mortes durante a pandemia de covid-19 nos EUA em 2020 ocorreu em 24 de abril, com 2.243,57 �bitos, e, em 2021, em 13 de janeiro, atingindo a marca de 3.402,86, quando apenas 3,95% da popula��o norte-americana estava vacinada contra o SARS-CoV-2.

No entanto, a flexibiliza��o no pa�s aumentou.

Em julho de 2021, com o avan�o da variante delta, o n�mero de pessoas infectadas cresceu 62% em uma semana nos Estados Unidos e no Canad�, segundo dados oficiais recolhidos pela AFP (o aumento foi detectado apenas nos EUA; o Canad� registrou queda). Em 8 de julho, a flexibiliza��o nos EUA aumentou: o �ndice de restri��o caiu para 49,54 (quando havia atingido 72,69 em 24 de abril de 2020), ao mesmo tempo em que a mobilidade da popula��o atingiu n�veis ainda mais altos do que em abril de 2020 e janeiro de 2021.

O �ndice de restri��o calculado pelo Our World in Data se baseia em “fechamentos de escolas, fechamentos de locais de trabalho e proibi��es de viagens”. Segundo esse par�metro, 0 � o mais flex�vel e 100 o mais restrito.

Brito ressaltou que, “nos Estados Unidos, as medidas para mitigar os efeitos da pandemia v�m principalmente dos governos estaduais”.

Mesmo com alertas contr�rios dos CDC, importantes medidas n�o farmacol�gicas, como uso de m�scara e redu��o da capacidade de p�blico em locais fechados, foram flexibilizadas em alguns estados, como na Fl�rida e no Texas, estados com governadores alinhados ao ex-presidente Donald Trump (1, 2).

“Mortes evit�veis”


Segundo dados atualizados at� 18 de dezembro no Our World in Data, o percentual de pessoas totalmente imunizadas nos EUA � menor, por exemplo, do que o de alguns pa�ses da Europa, como Portugal e Espanha, e do Brasil.

Brito apontou que “o n�mero de mortes entre n�o vacinados chegou a ser cinco vezes maior do que entre os vacinados no �ltimo pico de casos em agosto/setembro de 2021 nos Estados Unidos”.

Para Sell, “muitas mortes em 2021 foram evit�veis, dada a disponibilidade da vacina”. Mas ponderou que n�o � poss�vel precisar o quanto isso, de fato, impactou o n�mero de �bitos por covid-19 nos EUA: “� dif�cil dizer o quanto o movimento antivacina e a desinforma��o contribu�ram para as mortes porque � realmente complicado determinar quantas pessoas n�o foram vacinadas por causa dessas mensagens ou se elas n�o teriam sido vacinadas de qualquer maneira”.

Nesse sentido, uma pesquisa do Pew Reseach Center indicou o impacto das tend�ncias pol�ticas dos vacinados na campanha de imuniza��o dos EUA, ao apontar que os eleitores do ex-presidente Trump s�o maioria entre os n�o vacinados.

*Esta verifica��o foi realizada com base em informa��es cient�ficas e oficiais sobre o novo coronav�rus dispon�veis na data desta publica��o.


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