(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CHECAMOS

Vacinas anticovid n�o foram proibidas; v�deo distorce recomenda��o

O Minist�rio da Sa�de n�o proibiu a aplica��o de vacinas contra a covid-19 e tampouco emitiu um comunicado alertando sobre o 'perigo' dos imunizantes


07/06/2023 17:53 - atualizado 07/06/2023 17:59
436


 

Captura de tela feita em 6 de junho de 2023 de uma publicação no TikTok
Captura de tela feita em 6 de junho de 2023 de uma publica��o no TikTok (foto: reprodu��o)
O Minist�rio da Sa�de n�o proibiu a aplica��o de vacinas contra a covid-19 e tampouco emitiu um comunicado alertando sobre o 'perigo' dos imunizantes, como alegam publica��es compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais desde 31 de maio de 2023. A pasta apenas alterou a indica��o de aplica��o da AstraZeneca para pessoas a partir de 40 anos. A mudan�a ocorreu ap�s evid�ncias cient�ficas relacionarem o imunizante a casos raros de trombose. Mas o minist�rio n�o deixou de recomendar que as pessoas se vacinem — pelo contr�rio, a entidade refor�a a seguran�a e efic�cia das vacinas.

 

'Agora proibiram as vacinas da COVID por causa dos riscos a sa�de. .. e quem tomou??? Kkk - VIVA o Socialismo Genocida !!!', diz a legenda de uma publica��o compartilhada no Facebook, no TikTok e no Kwai.

 

A alega��o � acompanhada de um v�deo em que o jornalista Alexandre Garcia afirma: 'O Minist�rio da Sa�de est� avisando que h� perigo de trombose em vacinas Janssen, AstraZeneca... Ali�s, a Fiocruz parou de produzir Astrazeneca. T� avisando agora. Faz um ano e quatro meses que o ent�o presidente da Rep�blica avisou. Mas s� que os jornais trataram de menosprezar, de invalidar o alerta dizendo: 'n�o tem provas'. Bolsonaro t� falando, mas n�o tem provas'.

 

O v�deo foi publicado originalmente em 13 de abril de 2023 no canal de Alexandre Garcia no YouTube sob o t�tulo 'Lula n�o sabe por que d�lar � moeda-padr�o'. O trecho compartilhado nas redes sociais pode ser visto a partir de 12 minutos e 17 segundos da grava��o.

 

Leia: Prefeitura de S�o Paulo financia estudo da UFMG para vacina calixcoca 

 

Uma busca por palavras-chave mostra que, no mesmo dia 13 de abril, o Minist�rio da Sa�de divulgou uma nota garantindo a seguran�a e a efic�cia da AstraZeneca, e destacando que ela foi aprovada pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) e pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

 

A pasta sempre defendeu o uso dos imunizantes contra o coronav�rus. Em abril de 2021, o Minist�rio da Sa�de publicou uma nota t�cnica sobre poss�veis casos de S�ndrome de Trombose e Trombocitopenia (STT) associados � vacina. 

 

Em dezembro de 2022, considerando raros casos da doen�a no exterior, o Minist�rio da Sa�de alterou a recomenda��o da AstraZeneca, produzida pela Fiocruz, e da Janssen, passando a indic�-las para pessoas a partir dos 40 anos. 

 

Leia: Vacina Calixcoca da UFMG promete tratar depend�ncia de coca�na e crack 

 

De acordo com o documento, a incid�ncia de ocorr�ncia da STT � bastante vari�vel entre os diferentes pa�ses, com estimativas entre 0,2 at� 3,8 casos por 100 mil doses aplicadas. 

 

'Devido � raridade das ocorr�ncias, ainda n�o foi poss�vel identificar fatores de risco associados � s�ndrome a exce��o de um aparente aumento do risco em indiv�duos com idade abaixo de 40 anos de idade', diz o texto.

 

A Anvisa aprovou os imunizantes produzidos pela Pfizer, Butantan, Janssen e Fiocruz/AstraZeneca e concedeu autoriza��o para exporta��o excepcional do imunizante da Sputnik. 

 

Em nota publicada em 13 de abril de 2023, a ag�ncia indica: 

 

'Nenhuma das vacinas contra a covid-19 aprovadas pela Anvisa foi proibida ou desautorizada. Ao contr�rio: com o surgimento de novas variantes, com a evolu��o tecnol�gica e com o avan�o do conhecimento sobre a covid-19, � perfeitamente normal que algumas das vacinas da primeira gera��o aplicadas anteriormente sejam substitu�das por outros imunizantes, como acontece com outras vacinas atualizadas regularmente.'

Fiocruz n�o parou de produzir vacinas

Em 14 de abril de 2023, a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), respons�vel pela produ��o do imunizante da AstraZeneca no pa�s, emitiu uma nota explicando que a fabrica��o da vacina n�o foi paralisada e ressaltando sua seguran�a e efic�cia. 'Poss�veis efeitos adversos graves, como a s�ndrome de trombose com trombocitopenia, s�o extremamente raros', afirmou.

 

De acordo com o boletim epidemiol�gico publicado pelo Minist�rio da Sa�de, de 18 de janeiro de 2021 a 18 de junho de 2022 foram registrados 16 �bitos decorrentes de Eventos Supostamente Atribu�veis � Vacina��o ou Imuniza��o (ESAVI) cuja causa foi a vacina aplicada (12 pela AstraZeneca/Fiocruz e quatro pela Janssen). 

 

'Ressalta-se que os 16 �bitos com rela��o causal confirmada correspondem a 1 caso a cada 20 milh�es de doses aplicadas', explica o documento.

 

Mesmo com o registro desses casos raros, a Anvisa manteve a recomenda��o da continuidade da vacina��o com os imunizantes da AstraZeneca e da Janssen por compreender que os benef�cios superam os riscos.

Minist�rio da Sa�de acompanha casos adversos 

No conte�do viral, o jornalista Alexandre Garcia acusa o Minist�rio da Sa�de de estar avisando somente 'agora', referindo-se � data de publica��o do v�deo, em abril de 2023, que as vacinas supostamente causaram trombose. Contudo, pelo menos desde abril de 2021, a pasta orienta sobre a identifica��o, investiga��o e manejo da STT no contexto da imuniza��o contra o coronav�rus no pa�s.

 

Al�m da nota t�cnica de abril de 2021, as recomenda��es foram atualizadas em 4 de agosto do mesmo ano com a publica��o da Nota T�cnica nº 933.

 

No item 3.7 da nota de dezembro de 2022 que atualiza as recomenda��es de uso da AstraZeneca e Janssen � dito: 'As vacinas de vetor viral est�o indicadas para uso na popula��o a partir de 40 anos de idade e; em pessoas de 18 a 39 anos de idade, devem ser administradas preferencialmente vacinas covid-19 da plataforma de RNAm, entretanto, nos locais de dif�cil acesso ou na indisponibilidade do imunizante dessa plataforma, poder�o ser utilizadas as vacinas de vetor viral (AstraZeneca e Janssen)'.

 

O Checamos j� verificou outros conte�dos enganosos sobre rea��es adversas �s vacinas contra a covid-19 (1, 2, 3). 

 

Esse texto faz parte do Projeto Comprova. Participaram jornalistas da Folha de S.Paulo e do Estad�o. O material foi adaptado pelo AFP Checamos.

Refer�ncias


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)