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Estado de Minas PREVEN��O

Pandemia fez popula��o abandonar h�bitos saud�veis

Diante do estresse e das mudan�as bruscas na rotina, muitos deixaram de lado os cuidados com a sa�de f�sica e mental


06/12/2020 06:00 - atualizado 07/12/2020 17:21

Com diabetes, hipertensão e obesidade, a aposentada Waltemicir Isabel, de 66 anos, adiou o checape e sentiu piora no estado de saúde. Agora, voltou a fazer os exames(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com diabetes, hipertens�o e obesidade, a aposentada Waltemicir Isabel, de 66 anos, adiou o checape e sentiu piora no estado de sa�de. Agora, voltou a fazer os exames (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Estudo publicado recentemente avaliou os principais impactos nos h�bitos de sa�de durante o isolamento social, relatados pela popula��o de 16 pa�ses, incluindo o Brasil.

Redu��o da pr�tica de atividades f�sicas, piora da qualidade do sono e do padr�o alimentar s�o alguns dos efeitos percebidos pelos entrevistados na pesquisa. � o que relata Carla Tavares, m�dica do esporte e coordenadora da medicina do esporte da Rede Mater Dei de Sa�de.
 
Segundo ela, o desafio de manter bons h�bitos � grande neste per�odo em particular, ainda mais diante do estresse e das mudan�as bruscas na rotina, alguns dos reflexos da pandemia.

"Conseguindo aproveitar o maior tempo em casa para se dedicar aos cuidados da sa�de como um todo, � poss�vel manter uma imunidade melhor para enfrentar a COVID-19 e reduzir o risco de aparecimento ou descompensa��o de outras doen�as", diz.
 
Coordenador de saúde do Hermes Pardini, o médico Carlos Rodrigues de Alencar lembra que o cuidado com a saúde deve ser um exercício constante, e não um evento isolado(foto: Beto Staino/Divulgação)
Coordenador de sa�de do Hermes Pardini, o m�dico Carlos Rodrigues de Alencar lembra que o cuidado com a sa�de deve ser um exerc�cio constante, e n�o um evento isolado (foto: Beto Staino/Divulga��o)
 
 
Com menos exerc�cio, mais ansiedade e alimenta��o inadequada, a probabilidade de aparecimento de doen�as cardiovasculares e metab�licas aumentam, como altera��es da press�o arterial, colesterol e glicose, por exemplo.

Para aqueles que t�m predisposi��o aumentada ou j� apresenta fatores de risco, as chances de complica��es como infarto e derrame tamb�m aumenta. E existe um outro problema relacionado a essa realidade.

Carla Tavares lembra a atitude de muitas pessoas menosprezando sintomas ou evitando procurar ajuda m�dica e hospitalar por receio de contamina��o com o coronav�rus. "Nos deparamos com casos mais avan�ados e graves chegando tardiamente para ter assist�ncia", diz.


Desequil�brio



A contadora aposentada Waltemicir Isabel Jos� de Souza, de 66 anos, come�ou a apresentar alguns desequil�brios de sa�de a partir dos 50. Hoje tem diabetes, hipertens�o e obesidade. Tamb�m j� come�a a manifestar problemas na retina devido ao diabetes.

O controle de suas condi��es f�sicas ocorre de seis em seis meses, mas com o coronav�rus isso mudou. Tinha uma consulta agendada para mar�o, logo que agravou a pandemia.
 
Ao chegar no posto m�dico, lembra que se desesperou em ver tanta gente junta. "Nem sa� do carro. Fiquei em p�nico. O medo de pegar o v�rus e morrer � muito grande. Minha press�o subiu s� de chegar no posto e ver a situa��o", relata.

Waltemicir n�o tem sa�do de casa para nada. Os �ltimos exames de rotina s�o de setembro de 2019. De l� para c�, teve algumas pioras. "Estou inchada, a circula��o est� ruim, j� que passo muito tempo sentada". Agora, foi ao m�dico para fazer um checape.
 
Coordenador de sa�de do Hermes Pardini, o m�dico Carlos Rodrigues de Alencar lembra que, nos primeiros meses da pandemia, os servi�os de sa�de cancelaram todos os procedimentos eletivos, como cirurgias adi�veis e exames de preven��o, com o intuito de manter os leitos hospitalares dispon�veis para atender a pandemia.

"O cuidado com a sa�de deve ser um exerc�cio constante, e n�o um evento isolado. Isso � verdade para todas as pessoas, mas especialmente para aquelas com fatores de risco ou doen�as cr�nicas."
 
Carlos Rodrigues alerta sobre a procura baixa, entre mar�o e setembro, por consultas e exames como mamografia, dosagem de colesterol, glicemia, entre outros, o que revela uma parcela da popula��o que adiou os acompanhamentos necess�rios.

"Parar e/ou interromper um tratamento ou acompanhamento m�dico por conta pr�pria, por medo e desinforma��o com rela��o ao coronav�rus, pode fazer com que doen�as que estavam controladas evoluam, gerando, inclusive, consequ�ncias fatais" - Diogo Umann, diretor m�dico da iMEDato Consulta e Exames (foto: Josef House Fotografia/Divulga��o )
 
O diretor m�dico da iMEDato Consulta e Exames, Diogo Umann lembra que, segundo Organiza��o Pan-Americana de Sa�de, as chamadas doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis s�o a causa principal de mortalidade e de incapacidade prematura na maioria dos pa�ses do continente, inclusive no Brasil.

"Parar e/ou interromper um tratamento ou acompanhamento m�dico por conta pr�pria, por medo e desinforma��o com rela��o ao coronav�rus, pode fazer com que doen�as que estavam controladas evoluam, gerando, inclusive, consequ�ncias fatais."


Confinamento



Coordenador da cardiologia e da UTI cardiológica do Hospital Lifecenter, Caio Ribeiro alerta que a COVID-19 não exclui as outras enfermidades(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
Coordenador da cardiologia e da UTI cardiol�gica do Hospital Lifecenter, Caio Ribeiro alerta que a COVID-19 n�o exclui as outras enfermidades (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
Aline Xavier, de 32, � t�cnica em recursos humanos. Fez uma cirurgia bari�trica e teve um emagrecimento dr�stico, em torno de 90 quilos. Um das consequ�ncias do procedimento � a anemia, que geralmente ocorre no per�odo p�s-cir�rgico, mas no caso dela se manifestou depois de cinco anos.

"Com a pandemia, no evitar de sair e ficar confinado, acabei descuidando. Tive uma anemia severa. Fiz reposi��o de ferro, mas n�o consegui voltar aos n�veis normais. Se tivesse mantido os cuidados de tr�s em tr�s meses, fazendo os exames e com os rem�dios, isso n�o teria acontecido."
 
Com a pandemia, logo no in�cio, chegaram �s institui��es m�dicas pessoas com quadros mais graves de doen�as j� conhecidas. Coordenador da cardiologia e da UTI cardiol�gica do Hospital Lifecenter, Caio Ribeiro elenca algumas das situa��es vivenciadas: infartos graves, casos de apendicite alarmantes, infec��es urin�rias em condi��es mais agravadas, AVC, complica��es do diabetes. "A COVID-19 n�o exclui as outras enfermidades", afirma.
 
Para o infectologista intensivista e coordenador de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Lifecenter, Guilherme Lima, a impress�o � de que as pessoas agora est�o se comportando de uma forma mais liberal, apesar de ainda terem receio da COVID-19.

De maneira generalizada, segundo o m�dico, a preocupa��o com as medidas de prote��o contra a doen�a t�m diminu�do. "Mas, por outro lado, as pessoas retomam sua rotina de cuidados com a sa�de. Isso mostra que t�m tido mais confian�a de buscar atendimento e aten��o m�dica."
 
Manter a rotina de cuidados � um h�bito que deve ser perene para qualquer pessoa, do nascimento � morte, como recomenda Rodrigo Farnetano, m�dico infectologista da Rede Mater Dei de Sa�de. "Temos que cuidar da sa�de em todos os sentidos, f�sico, mental, emocional e espiritual. Quer prolongar ao m�ximo sua expectativa de vida? Cuide de voc� como um ser humano diverso, formado por v�rias camadas, e todas elas devem ser cuidadas, n�o somente o corpo f�sico", ensina.
 

Palavra de especialista

 
Lucas Bifano, m�dico da fam�lia e especialista em sa�de p�blica

Promo��o da s�ude 
 
Lucas Bifano:
Lucas Bifano: "pacientes deixaram que o medo do coronav�rus os impedisse de procurar os servi�os de sa�de" (foto: Thainara Barreto/Divulga��o)
“Os pacientes deixaram que o medo do coronav�rus os impedisse de procurar os servi�os de sa�de. Muitos j� eram diab�ticos, hipertensos, tinham algum problema de sa�de mental, entre outros, e deixaram que essas doen�as progredissem de forma incontrolada. Em alguns casos, isso levou � morte, como em quadros de insufici�ncia card�aca ou s�ndrome metab�lica graves, pois a preven��o e a promo��o da sa�de foram abandonadas. Situa��es que poderiam ter sido controladas com facilidade ganharam propor��es estratosf�ricas, e o coronav�rus, por ser uma doen�a viral, fez usufruto disso. Sobretudo em um per�odo pand�mico, o paciente deve manter o acompanhamento m�dico. Tamb�m ajudaria se as unidades de sa�de tivessem criado algum tipo de estrat�gia para controlar melhor essa situa��o. � essencial que as pessoas voltem ao seu acompanhamento, n�o s� o que vinham fazendo, mas que, proativamente, evitem que outros problemas de sa�de ocorram, podendo chegar at� mesmo � morte.” 


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