(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DADOS IN�DITOS SOBRE O RACISMO

Jovem negro corre 3,7 vezes mais risco de assassinato do que branco, diz Ipea

Existe um racismo institucional no pa�s, expresso tamb�m em a��es policiais


postado em 17/10/2013 16:24 / atualizado em 17/10/2013 16:29

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) sobre racismo no Brasil, divulgado hoje, revela que a possibilidade de um adolescente negro ser v�tima de homic�dio � 3,7 vezes maior do que a de um branco. Segundo o estudo, existe racismo institucional no pa�s, expresso principalmente nas a��es da pol�cia, mas que reflete “o desvio comportamental presente em diversos outros grupos, inclusive aqueles de origem dos seus membros”.

Intitulado Seguran�a P�blica e Racismo Institucional, o estudo faz parte do Boletim de An�lise Pol�tico-Institucional do Ipea e foi elaborado por pesquisadores da Diretoria de Estudos e Pol�ticas do Estado das Institui��es e da Democracia (Diest). “Ser negro corresponde a [fazer parte de] uma popula��o de risco: a cada tr�s assassinatos, dois s�o de negros”, afirmam os pesquisadores Almir Oliveira J�nior e Ver�nica Couto de Ara�jo Lima, autores do estudo.

Na apresenta��o do trabalho, em entrevista coletiva na sede do Ipea em Bras�lia, o diretor da Diest, Daniel Cerqueira, que, do Rio, participou do evento por meio de videoconfer�ncia, apresentou outros dados que ratificam as conclus�es da pesquisa sobre o racismo institucional. Segundo ele, mais de 60 mil pessoas s�o assassinadas a cada ano no Brasil, e “h� um forte vi�s de cor/ra�a nessas mortes”, pois “o negro � discriminado duas vezes: pela condi��o social e pela cor da pele”. Por isso, questionou Cerqueira, “como falar em preserva��o dos direitos fundamentais e democracia” diante desta situa��o?

Para comprovar as afirma��es, Cerqueira apresentou estat�stica demonstrando que as maiores v�timas de homic�dios no Brasil s�o homens jovens e negros, “numa propor��o 135% maior do que os n�o negros: enquanto a taxa de homic�dios de negros � de 36,5 por 100 mil habitantes. No caso de brancos, a rela��o � de 15,5 por 100 mil habitantes”.

A cor negra ou parda faz aumentar em cerca de 8 pontos percentuais a probabilidade de um indiv�duo ser v�tima de homic�dio, indicam os dados apresentados pelo diretor do Diest. Isso tem como consequ�ncia, segundo Daniel Cerqueira, uma perda de expectativa de vida devido � viol�ncia letal 114% maior para negros, em rela��o aos homic�dios: “Enquanto o homem negro perde 1,73 ano de expectativa de vida (20 meses e meio) ao nascer, a perda do branco � de 0,71 ano, o que equivale a oito meses e meio.”

Para o pesquisador Almir de Oliveira J�nior, como dever constitucional, o Estado deveria fornecer aos cidad�os, independentemente de sexo, idade, classe social ou ra�a, uma ampla estrutura de prote��o contra a possibilidade de virem a se tornar v�timas de viol�ncia. “Contudo, a seguran�a p�blica � uma das esferas da a��o estatal em que a seletividade racial se torna mais patente”, disse Oliveira J�nior.

De acordo com as estat�sticas sobre a viol�ncia em que o estudo se baseou, esse � um dos fatores que explicam por que, a cada ano, “uma maior propor��o de jovens, cada vez mais jovens, � assassinada”, acrescentou o pesquisador. Segundo ele, enquanto nos anos 80 do s�culo passado, a m�dia de idade das v�timas era 26 anos, hoje n�o passa de 20.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)