Depois de mais de uma d�cada de homic�dios em queda em S�o Paulo mudou o perfil dos assassinatos na capital paulista. A vingan�a que nos anos 1990 e 2000 era o motivo principal das mortes, perdeu a relev�ncia. Atualmente, as discuss�es s�o a raz�o principal dos homic�dios - em 13% dos casos. Um dos dados preocupantes � que 19% das mortes t�m ind�cios de execu��o, crimes normalmente premeditados e planejados.
“Os homic�dios ca�ram muito na d�cada passada e, por isso, � necess�rio uma melhor compreens�o do tipo de homic�dio nos dias de hoje”, analisa a pesquisadora L�gia Rechenberg, do Instituto Sou da Paz.
No auge da epidemia, ao longo dos anos 1990 e come�o dos 2000, a rivalidade entre moradores de bairros de periferias provocava longos c�rculos de vingan�a. Um homic�dio podia provocar a rea��o de amigos e parentes da v�tima, levando a novos ataques contra os suspeitos da autoria do crime. Essa l�gica da vendetta provocava novas rixas e assassinatos, que vitimaram principalmente jovens com menos de 30 anos.
Essa engrenagem de vingan�as aparecia nos levantamentos da �poca. O Anu�rio da Departamento de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), por exemplo, com base em boletins de ocorr�ncia de 2003, apontou que 28% das mortes naquele ano ocorreram por vingan�a. As drogas (tr�fico e rixas) e as brigas por motivos f�teis (12%) v�m em seguida.
Atualmente, s�o dois os principais motivos para os homic�dios. No caso das discuss�es, em 48% dos casos a v�tima morreu por arma branca. Nesses casos, al�m da elevada vitimiza��o de mulheres, morrem pessoas mais velhas - mais da metade dos assassinados em S�o Paulo hoje tem mais de 30 anos.
J� a elevada propor��o de mortos com ind�cios de execu��o (19%) e o alto porcentual de encontros de cad�veres mostra o aspecto mais preocupante: a import�ncia no quadro atual dos crimes com suspeitas de terem sido praticado por fac��es e por policiais matadores - recorrentes ao longo de 2012.
Uma dos casos aconteceu no dia 5 de janeiro no Campo Limpo, zona sul de S�o Paulo, e vitimou sete pessoas, entre elas La�rcio de Souza Grimas, o Dj Lah. Policiais foram acusados pelo crime. Eles teriam agido em repres�lia a uma grava��o de um PM executando uma pessoa na mesma rua no m�s anterior.
A revolta em torno da ocorr�ncia motivou protestos contra o “exterm�nio da juventude negra nas periferias”, que fizeram parte das jornadas de junho. “As agress�es praticadas por PMs nos manifestos revelaram para a classe m�dia o despreparo da PM. S� que nas periferias as balas n�o s�o de borracha. S�o de verdade”, diz o professor de Hist�ria Douglas Belchior, da UNEafro.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.