Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff deixar a Base Naval de Aratu, em Salvador (BA), onde passou dez dias descansando com a fam�lia, militares que moram e trabalham no local voltaram a entrar em conflito com os moradores do Quilombo Rio dos Macacos, com quem disputam judicialmente a �rea.
Segundo os quilombolas, a l�der do movimento, Rose Meire dos Santos Silva, de 34 anos, e seu irm�o Edinei, de 36, foram presos pelos militares e sofreram agress�es na tarde de segunda-feira, 7, ap�s um desentendimento entre eles e sentinelas da base militar. A discuss�o teria ocorrido enquanto os irm�os, junto com duas crian�as, filhas de Edinei, tentavam acessar o territ�rio quilombola pela entrada principal - � preciso passar por uma guarita da base para chegar ao local. Os sentinelas teriam pedido para os ocupantes do carro descerem e, sem ter o pedido atendido, teriam retirado os ocupantes do ve�culo � for�a. As crian�as teriam corrido para pedir ajuda, enquanto Rose Meire e Edinei acabaram detidos - s� foram liberados � noite, ap�s um protesto realizado na entrada da base pelos moradores, apoiados por pol�ticos simp�ticos ao movimento. Ap�s a liberta��o, Rose Meire e Ednei fizeram exame de corpo de delito e prestaram queixa na sede da Pol�cia Federal em Salvador. Na manh� desta ter�a, a l�der quilombola voltou ao hospital, reclamando de muitas dores no corpo. "Dois militares pegaram a gente e bateram muito", conta. "Estou com muita dor, n�o consegui dormir." Ela passou o dia em observa��o, no Hospital do Sub�rbio. Em nota, o Comando do 2� Distrito Naval, respons�vel pela base, confirmou a deten��o dos quilombolas, mas afirmou que elas foram causadas por ofensas e amea�as feitas pelos irm�os. O texto destaca que Rose Meire apresentava "comportamento violento" e "tentou apoderar-se da arma" de um dos militares. "Os dois foram liberados ap�s a situa��o ter sido controlada", diz o comunicado que informa que ser� instaurado um inqu�rito policial militar para apurar o ocorrido. Moradores e militares disputam a �rea, reconhecida pelo Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria (Incra) como quilombola, de 301 hectares, desde a d�cada de 1950, mas os conflitos se acentuaram no fim da �ltima d�cada, com a decis�o da Marinha de ampliar as instala��es da base naval. O caso est� sob an�lise do Tribunal Regional Federal.