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Estado de Minas

Policiais dizem que disparos no Carandiru ocorreram em confronto com presos

O julgamento prossegue a partir das 13h desta segunda-feira, com a fase de debates entre os promotores e o advogado de defesa


postado em 01/04/2014 07:48

Os 15 policiais do Comando de Opera��es Especiais (COE), acusados pela morte de oito detentos e pela tentativa de homic�dio de mais dois no Massacre do Carandiru, come�aram a ser interrogados pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo por volta das 18h15 dessa segunda-feira (31). Os interrogat�rios terminaram logo ap�s a meia-noite e todos foram ouvidos.

Os r�us foram orientados inicialmente por seu advogado, Celso Vendramini, a n�o responder �s perguntas dos promotores M�rcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto. No entanto, a maior parte deles ignorou a orienta��o e passou a responder aos questionamentos. Todos disseram ter feito disparos em revide aos tiros que foram disparados pelos detentos.

O tenente-coronel Armando da Silva Moreira, que era tenente quando ocorreu o massacre, foi um dos que decidiram responder a algumas perguntas feitas pelos promotores. Moreira disse que usava um colete naquele dia e que recebeu dois disparos feitos por um detento, aos quais revidou. Acrescentou que portava um rifle e um fuzil no dia do massacre, que disparou em revide e viu o detento cair ap�s o disparo. “Ele caiu no corredor, mas n�o sei se esse detento morreu ou n�o”.

Antes de Moreira, o coronel Walmir Corr�a Leite, tenente � �poca, contou que houve v�rios confrontos com os presos, que fizeram disparos na dire��o dos policiais. Segundo ele, os policiais teriam disparado em revide. “Os disparos eram feitos com a inten��o de manter distanciamento, porque o n�mero de presos era bastante superior ao de policiais”, explicou. O coronel admitiu ter feito “quatro ou cinco disparos”.

Walmir Leite foi o primeiro a romper o sil�ncio imposto pelo advogado, tendo respondido a uma �nica pergunta feita pelo promotor Canto Neto. Ele confirmou depoimento dado anteriormente em que admitia que os policiais n�o tinham usado escudos naquele dia. “Se est� escrito que eu disse isso, eu disse”, acrescentou, ap�s o promotor ter lido um trecho do depoimento.

O coronel da Pol�cia Militar Arivaldo S�rgio Salgado, que comandava a tropa do Comando de Opera��es Especiais (COE) no dia em que houve o massacre na Casa de Deten��o, admitiu ter feito cinco disparos na ocasi�o, mas sempre em confrontos com os detentos. “Eles [detentos] gritavam para n�s: 'Voc�s v�o morrer'. E arremessavam objetos contra n�s, sacos com urinas e fezes, peda�os de madeira”, falou. “Cada vez que eles nos agrediam, havia revide”. Ele disse ainda que, em alguns desses confrontos, houve disparos feitos pelos presos.

Douglas Martins Barbosa, que estava com um rev�lver calibre 38 naquele dia, disse ter feito dois ou tr�s disparos, em revide. Ele tamb�m confirmou ter visto presos, al�m das barricadas que foram montadas na entrada do pavimento, “deitados e agachados” o que, para os promotores, indica que eles j� estavam rendidos. Barbosa explicou que o COE � uma tropa especializada em busca e salvamento de pessoas, principalmente em matas.

Outro policial ouvido foi Jair Aparecido Dias dos Santos, que contou ter procurado apoio psicol�gico logo ap�s ter participado do massacre. “N�o fiquei bem ap�s os fatos”, disse ele em interrogat�rio, admitindo ter sentido medo no momento da invas�o policial ao Pavilh�o 9.

O policial Jeferson Ferreira dos Santos contou que ficou ferido durante a opera��o no Carandiru. "Meu bra�o estava todo dilacerado e sangrando", disse ele, acrescentando que n�o se lembrava de como o ferimento no bra�o foi provocado. "Acho que me feri na passagem de uma cela para outra".

Tamb�m foram ouvidos nessa segunda-feira os policiais Tarc�sio Barbosa, Aparecido Jos� da Silva, Jos� Carlos Ferreira, Cleginaldo Roberto da Silva, Fl�vio Zemantauskas Haensel, Marcos do Nascimento Pina, Josenildo Rodrigues Liberal, Sandro Francisco de Oliveira e S�rgio Guimar�es Leite.

O julgamento do Massacre do Carandiru apura as responsabilidades pela morte de 111 detentos no Pavilh�o 9 da Casa de Deten��o. Nesta etapa, est�o sendo julgados 15 policiais do COE pela morte de oito presos e duas tentativas de homic�dio. As v�timas ocupavam o quarto pavimento (terceiro andar) da institui��o, que foi desativada. Quatro dos detentos foram mortos por armas de fogo e os demais, por armas brancas.


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