O laudo do exame de delito de necropsia do dan�arino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, constatou que um objeto "compat�vel com proj�til de arma de fogo" entrou e saiu do corpo do rapaz, que teve o pulm�o perfurado. Ele foi encontrado em uma creche no alto do morro Pav�o-Pav�ozinho na tarde dessa ter�a-feira, 22. Na v�spera, houve tiroteio na comunidade. O documento foi divulgado pelo Jornal Hoje, da TV Globo.
O disparo, feito de baixo para cima, pode ter sido deflagrado quando o dan�arino tentava pular uma laje durante o confronto entre policiais da Unidade de Pol�cia Pacificadora e traficantes. Ap�s uma queda de cerca de 10 metros, ele ainda teria tentado se levantar, mas n�o resistiu aos ferimentos.
Tortura
Ap�s depor por cerca de duas horas, a auxiliar de enfermagem Maria de F�tima da Silva, de 56 anos, m�e do dan�arino, disse que o protesto que terminou em confus�o nessa ter�a-feira, 22, no morro Pav�o-Pav�ozinho e nas ruas do bairro de Copacabana, na zona sul do Rio, ocorreu porque os moradores da comunidade quiseram evitar que o corpo de Douglas fosse retirado do local e a cena do crime, desfeita.
Ela disse que moradores da favela teriam visto e filmado os policiais da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) torturando seu filho. "Pe�o aos moradores que tomem coragem e compare�am � delegacia para falarem o que sabem. Pe�o que tenham a mesma coragem que tiveram quando n�o deixaram os policiais esconderem o corpo e transformarem meu filho em mais um Amarildo".
Maria de F�tima disse ainda que havia duas c�psulas junto com os documentos do filho na delegacia. Ela questionou o motivo e recebeu a justificativa de que as c�psulas estavam perto do corpo do jovem. A m�e de Douglas foi ouvida nesta quarta-feira, 23, pelo delegado Gilberto Ribeiro, titular da 13ª Delegacia de Pol�cia (Ipanema) e tamb�m por um oficial da Corregedoria da Pol�cia Militar.
Por determina��o do coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, a PM tamb�m instaurou procedimento apurat�rio. Mais cedo, Caldas afirmou que ainda n�o � poss�vel estabelecer qualquer liga��o entre o tiroteio ocorrido entre os PMs da UPP e os traficantes na madrugada de ter�a e o posterior encontro do cad�ver de DG, ocorrido por volta das 10h do mesmo dia.
"Os relatos dos policiais (que participaram do tiroteio) n�o indicam qualquer persegui��o ou abordagem no local da troca de tiros. Eles foram at� l� checar uma informa��o passada pelo Disque-Den�ncia de que haveria marginais, mas foram recebidos com muitos tiros e decidiram recuar. Eles sequer conseguiram chegar ao local indicado na den�ncia". Segundo Caldas, pelo menos oito policiais estavam na guarni��o que participou do confronto.