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Estado de Minas

Em Manaus, desafio � desarticular redes de explora��o sexual


postado em 12/05/2014 12:13

Na capital amazonense, a correria para a Copa do Mundo n�o envolve s� obras de mobilidade e infraestrutura. No estado, marcado por graves den�ncias de explora��o sexual de crian�as e adolescentes, a preocupa��o � evitar que esse crime ganhe novas v�timas durante o Mundial de futebol.

O Conselho Tutelar da regi�o central e do porto da capital cobra mais vigil�ncia e atua��o integrada da rede de prote��o de crian�as e adolescentes.

Segundo a conselheira Daniele Soares, as meninas t�m sido v�timas de crimes sexuais cada vez mais cedo. “Aqui em Manaus a m�dia de idade das meninas que s�o exploradas chega a ser 11 anos. Um absurdo! Mas existem pessoas que fazem com que essas meninas sejam exploradas.”

No Porto de Manaus, o sil�ncio impera quando o assunto � explora��o sexual de crian�as e adolescentes. Comerciantes, transeuntes, viajantes, vendedores, ningu�m ousa falar sobre o assunto.

O conselheiro tutelar Clodoaldo Santos revela que barqueiros lucram mais com as embarca��es paradas em Manaus do que seguindo viagem. � que os barcos t�m servido de bares e at� de mot�is. Nas dilig�ncias feitas pelo conselho foram encontrados meninos e meninas sendo explorados. “Era um neg�cio mais lucrativo do que o barco andando. O consumo de bebida, a festa, tudo l� dentro.”

As meninas ind�genas tamb�m s�o alvo da explora��o sexual em Manaus, segundo a lideran�a Maria Alice da Silva Paulino, da etnia Karap�na. “Eles [os aliciadores] chegam de uma forma assim facilitando tudo. [Os �ndios] acabam entregando as filhas para esse tipo de trabalho, o turismo sexual.”

Um dos caminhos para enfrentar as redes de explora��o sexual e promover direitos � o esporte. Vem do futebol experi�ncias que est�o mudando a vida de meninos na periferia de Manaus.

“A gente se orgulha quando eles chegam dizendo: 'professor, eu passei'. Os pais nos procuram tamb�m dando parab�ns porque a gente est� fazendo um bom trabalho e ajudando os filhos deles tamb�m”, disse o professor Clodomildo Mendes.

Com jeito simples e apaixonado pelo que faz, ele d� aulas, todos os dias, de manh� e de tarde, em uma quadra de terra, no Bairro Compensa, na zona oeste da capital amazonense.

Um de seus 170 alunos � Jerlisson Lima, 15 anos, que come�ou na escolinha no mesmo per�odo em que tiveram in�cio as obras da Arena da Amaz�nia, est�dio que vai abrigar as partidas em Manaus. “Eu vou falar a verdade: s� vivia na rua. Comecei a jogar bola e sa�. Estudo de tarde e venho pro treino de manh� e de noite. Ocupo meu tempo todinho, jogando bola e estudando.”

Mas n�o � s� a Copa que tem incentivado o interesse das crian�as de Manaus pelo esporte. Para um grupo de ind�genas do Alto Rio Negro, as Olimp�adas de 2016, no Rio de Janeiro, s�o uma oportunidade de mudar de vida e chamar a aten��o para o potencial dos adolescentes e das crian�as ind�genas do Brasil.

O grupo de 12 atletas mudou para Manaus para competir em uma modalidade bem parecida com o arco e flecha: o tiro com arco. Anderson Santos da Costa, 15 anos, da etnia Cambeba, foi um dos selecionados para a arquearia ol�mpica. “Eu n�o sabia que esse neg�cio de tiro com arco ia mudar a minha vida. At� eu entrar para a sele��o brasileira”, destaca.

H� quase quatro meses, Nelson Silva de Moraes, de 14 anos, deixou sua aldeia, no Baixo Rio Negro, para se aventurar no treinamento. Ele usava um arco pequeno de madeira com cordas e, agora, domina um equipamento profissional. Seu maior sonho � “ser campe�o ol�mpico em 2016”.

O projeto que deu origem a esta reportagem foi vencedor da Categoria R�dio do 7º Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, realizado pela Andi, Childhood Brasil e pelo Fundo das Na��es Unidos para a Inf�ncia (Unicef).


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