A Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) descartou, nesta ter�a-feira (29),o racionamento de �gua nas regi�es de S�o Paulo atendidas pelo Sistema Cantareira, mesmo ap�s recomenda��o feita nessa segunda-feira (28) pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) para que essa medida fosse implementada. A Sabesp informou que garante o abastecimento de toda regi�o at� a chegada da pr�xima esta��o chuvosa, em outubro. Considerando que as chuvas ocorram, a garantia se estende at� mar�o de 2015.
Segundo balan�o divulgado nesta ter�a-feira (29) pela Sabesp, 74% dos consumidores na grande S�o Paulo diminu�ram seu consumo em rela��o � meta. Desde 1º de fevereiro, a companhia oferece b�nus de desconto de 30% na conta de �gua, para quem reduzir o consumo em 20%. Nas leituras feitas entre o dia 1º e 25 de julho, 46% dos consumidores reduziram o gasto dentro da meta. “Isso resulta em uma economia de 2.400 litros a cada segundo na produ��o de �gua nestas quatro primeiras semanas de julho”, informa o levantamento.
Apesar dessa redu��o no consumo por parte da popula��o, o n�vel nos reservat�rios do Sistema Cantareira continua em queda e chegou nesta ter�a-feira (29) a 15,7% da sua capacidade de armazenamento. Todo o volume �til do sistema foi consumido e resta agora apenas o volume morto - reserva t�cnica. H� um ano, o Cantareira trabalhava com 53,7% da sua capacidade total.
O Cantareira, al�m de abastecer 9 milh�es de habitantes na Grande S�o Paulo, atende a 5 milh�es de pessoas nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundia�. Um estudo encomendado pelo Cons�rcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia� que representa essas cidades do interior, e elaborado pela Universidade de Campinas (Unicamp), mostrou que o volume do Cantareira pode secar totalmente em menos de 100 dias. O MPF se baseou nos resultados dessa pesquisa para fazer a recomenda��o de racionamento ao governo estadual.
Em entrevista � Ag�ncia Brasil no �ltimo dia 14, o professor Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Recursos H�dricos da Unicamp, respons�vel pela pesquisa usada pelo MPF, disse que acompanhou a situa��o dos reservat�rios do sistema e alerta para a possibilidade de atraso no in�cio do per�odo de chuvas este ano.
"N�o se pode garantir que [as chuvas] voltam em outubro. No ano passado, ela s� veio na segunda metade de dezembro. Foram s� 15 dias de chuvas normais ano passado. N�o sabemos se [neste ano] vai voltar com normalidade ou se vai atrasar", disse o especialista.
Zuffo defendeu uma redu��o na explora��o da �gua e a implementa��o do rod�zio como forma de garantir uma sobrevida do abastecimento. "Houve uma gest�o de alto risco, o problema foi falta de planejamento, falta de investimento. A �gua � um recurso vital para todos os seres vivos, para todos os fins. N�o poderiam ter adotado medidas com interesse meramente comercial do setor da �gua", declarou.