
Conhecida ap�s encenar uma "crucifica��o" na �ltima Parada do Orgulho LGBT de S�o Paulo, a modelo transexual Viviany Beleboni, de 29 anos, vai novamente fazer uma performance na edi��o do evento deste ano, que ocorre no pr�ximo domingo, 29. Ela descartou o uso da cruz, mas adiantou ao jornal O Estado de S. Paulo que vai usar um s�mbolo religioso, sem detalhar a fantasia. Antes de subir no trio da 20ª edi��o da Parada, ela participar� da grava��o do seriado da Netflix, Sense8, dirigido por uma trans.
No ano passado, a modelo se apresentou em um trio el�trico crucificada e causou pol�mica. Desta vez, o objetivo da performance ser� semelhante: cr�tica ao fundamentalismo religioso e ao "retrocesso" dos pol�ticos conservadores. A 20ª edi��o da Parada ter� como principal bandeira a aprova��o da Lei de Identidade de G�nero para travestis e transexuais. Ser�o 17 trios voltados para o tema.
"O meu protesto este ano � contra o retrocesso pol�tico dos fundamentalistas que barram as nossas leis. Meu figurino e meu ato art�stico estar�o representando a Lei de identidade de G�nero J�, que n�o passa justamente por causa dessa bancada evang�lica. Vou falar de religi�o quantas vezes forem necess�rias", afirmou.
Viviany disse que n�o vai se intimidar mesmo diante de amea�as de morte das quais estaria sendo v�tima. "Me ameacem de morte a tiro, como me amea�aram esta semana ou n�o, eu vou estar l�. Porque cachorro que late n�o morde. Enquanto estiver viva, vou falar de religi�o porque eles (pol�ticos) distorcem para criar �dio contra a comunidade LGBT."
Calend�rio oficial
A Parada deste ano, que entrou para o calend�rio oficial da cidade, ter� seu menor repasse de verbas da Prefeitura: um valor efetivo de R$ 1,2 milh�o, embora o teto seja de quase R$ 1,5 milh�o. No evento, ser�o 2 mil ambulantes cadastrados, o mesmo total da Virada Cultural, segundo L�bia Miranda, diretora-geral da 4X Entertainment, empresa que assumiu a capta��o de recursos com empresas privadas e p�blicas. L�bia afirmou ainda que ser� contratada seguran�a privada para refor�ar o apoio dos homens da Pol�cia Militar.
O presidente da Associa��o da Parada do Orgulho GLBT (Apogblt), Fernando Quaresma, disse que superou a marca de R$ 2,5 milh�es de arrecada��o de patroc�nio - a meta era de R$ 5 milh�es - e ter� pela primeira vez grandes marcas privadas como parceiros oficiais: Skol, Bob's e Kibon. Fabio Baracho, porta-voz da Skol presente na coletiva, disse que esta � a primeira edi��o da Parada com patroc�nio da marca de cerveja.
Segundo Quaresma, nos pr�ximos dias ser� lan�ada ainda a campanha #chegadetransfobia, incentivando que apoiadores da luta trans postem uma fotografia no perfil das redes sociais com a bandeira da milit�ncia. "Com a aprova��o da lei de identidade de g�nero, basta que a pessoa v� ao cart�rio e fa�a o pedido para uso do nome social. � muito mais l�gico e facilita a vida", afirmou.
Diferentemente de edi��es anteriores, o show de encerramento da Parada n�o ser� na Pra�a da Rep�blica, mas no Vale do Anhangaba�. O secret�rio municipal de Direitos Humanos, Felipe de Paula, informou que a mudan�a de local � por motivos de seguran�a, j� que o Vale permite maior dispers�o do que a Pra�a.
De acordo com o coordenador de pol�ticas LGBT da Prefeitura, Alessandro Melchior, o show de encerramento ter� in�cio �s 16 horas com DJs. Subir�o ao palco gogoboys e mais de 20 drag queens da capital, como Silvetty Montille, Salete Campari e Kaka Di Polly.
O evento termina com uma apresenta��o de Nalaya, cantora de Ibiza, na Espanha, voltada para o p�blico LGBT. Pela primeira vez, a Parada vai ser transmitida virtualmente, com cinco c�meras espalhadas no percurso dos trios, e pode ser acompanhada pelo canal da Prefeitura no YouTube.