No p�tio da Ferwal Ltda., na regi�o da Pampulha, em Belo Horizonte, 600 toneladas de sucata ficaram acumuladas por causa da greve dos policiais militares do Esp�rito Santo. O estado vizinho � o destino do material, mas nesta semana o propriet�rio da empresa, D�nis Gontijo, tentou, em v�o, conseguir motoristas para transport�-lo. Ningu�m quis se arriscar a ver de perto a onda de viol�ncia que tomou conta dos capixabas e tirou a vida de mais de 100 pessoas desde s�bado passado.
Fornecedora de sucata para empresas no Esp�rito Santo, a Ferwal transporta, em m�dia, duas a quatro carretas por dia com destino � Regi�o Metropolitana de Vit�ria. Nesta semana, foram tr�s. “Quem j� est� l� at� encara. Quem est� aqui n�o quer ir de jeito nenhum”, disse D�nis, que tem como principais clientes sider�rgicas do Esp�rito Santo. Com o fim da greve, ele far� as contas do preju�zo, mas sabe que o n�mero n�o � pequeno.
De fato, as empresas de transporte ficaram � cata de motoristas. Mas nem sempre conseguiam. A Fertran Transportes, que costuma carregar sucata, que o diga. Sem profissionais para conduzir as carretas at� o Esp�rito Santo, o tr�fego da empresa caiu de 50 viagens semanais para 10. E mesmo assim porque a Fertran presta servi�o para outros destinos. “N�s temos um fluxo dilu�do pelo Sudeste”, explica o gerente comercial da empresa, Herbert Bertolini.
De acordo com ele, o relato de motoristas que estiveram no Esp�rito Santo no in�cio da semana assustaram os colegas. “Disseram que as ruas est�o desertas, tudo fechado e perigoso. Agora eles n�o querem ir para l� e n�o tem como obrigar. Tem motorista que est� acostumado a ir toda semana, mas est� com medo”, afirma Bertolini ontem, antes do fim da greve. Ele garante, no entanto, que nenhum dos motoristas que contratou e j� voltou do estado sofreu qualquer ato de viol�ncia, at� porque o tempo de perman�ncia no destino � pequeno.