
Para os investigadores, o grupo ligado aos brigadistas de Alter do Ch�o, ao Instituto Aqu�fero Alter do Ch�o e ao Projeto Sa�de e Alegria, � suspeito de ter iniciado os inc�ndios na regi�o para depois arrecadar verbas para combat�-los.
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso ao inqu�rito, que aponta conversas interceptadas entre quatro brigadistas, mas n�o detalhava, � �poca das pris�es e das buscas contra as organiza��es, nenhuma per�cia, testemunha ou imagens conclusivas sobre o caso.
Al�m dos quatro brigadistas, Ronnis Repolho Blair, que foi treinado para a brigada, tamb�m foi indiciado.
A defesa dos brigadistas Jo�o Victor e Gustavo enviou peti��o � 1ª Vara Criminal de Santar�m (PA) alegando que houve ‘a�odamento’ na conclus�o da investiga��o. Os advogados pediram que os autos sejam devolvidos � Pol�cia para a realiza��o de novas dilig�ncias, que estariam relacionadas a cinco testemunhas que participaram das a��es e foram elencadas para esclarecimento dos fatos, mas ainda n�o foram ouvidas.
O advogado Fernando Cunha disse que a defesa foi surpreendida pelo indiciamento divulgado pela imprensa e que n�o h� per�cia t�cnica nos autos que verifique as circunst�ncias do inc�ndio. O defensor diz ainda que houve uma precipitada finaliza��o das investiga��es, o que revelaria ‘ilegalidade e direcionamento’.
O projeto Alian�a, que atua com quatro escrit�rios na defesa dos brigadistas e da ONG Sa�de & Alegria, afirma que o inqu�rito foi encerrado ‘de maneira atropelada, sem a realiza��o de per�cia t�cnica para apurar em que circunst�ncias efetivamente ocorreu o inc�ndio, como est� fazendo a Pol�cia Federal’.
"O indiciamento foi baseado em ila��es extra�das de depoimentos meramente especulativos sem nenhuma prova atacando aqueles que dedicaram as suas vidas a combater inc�ndios voluntariamente na regi�o amaz�nica", afirma a Alian�a.
O primeiro foco de inc�ndio em Alter do Ch�o teve in�cio no dia 14 de setembro em uma �rea conhecida como Capad�cia, localizada entre Ponta de Pedras e a vila da regi�o, �rea de prote��o ambiental (APA) e um dos principais destinos tur�sticos paraenses. O fogo avan�ou para a Rodovia Everaldo Martins, mas foi controlado no dia seguinte.
Poucas horas depois, um novo foco de fogo foi identificado, desta vez numa ilha pr�xima � Ponta de Pedras, tamb�m em Santar�m. Cerca de 100 militares, brigadistas e homens do Ex�rcito atuaram para combater as chamas. O governador paraense, Helder Barbalho, chegou a acionar o governo federal na oportunidade.
Tanto a Pol�cia Civil do Par� quanto a Pol�cia Federal abriram investiga��es para apurar as queimadas. O inqu�rito federal, no entanto, n�o identificou ind�cios de participa��o dos brigadistas no crime. Segundo o MPF, a corpora��o investiga a a��o de grileiros como uma das poss�veis causas para a queimada em Alter do Ch�o.
Com base em tal argumento o Minist�rio P�blico Federal pediu acesso � investiga��o estadual e a transfer�ncia dos autos para a Justi�a Federal, mas a solicita��o foi negada na �ltima sexta, 13, pelo juiz Alexandre Rizzi.
Na avalia��o da Procuradoria, as chamas ocorreram em �rea de preserva��o ambiental de compet�ncia da Uni�o e, portanto, o caso deveria ser tratado em �mbito Federal. Rizzi, no entanto, discordou da manifesta��o e questionou com ‘estranheza’ a tentativa do MPF de federalizar o caso.
COM A PALAVRA, O PROJETO ALIAN�A, QUE ATUA EM PARCERIA COM ESCRIT�RIOS DE ADVOCACIA NA DEFESA DEFESA DOS BRIGADISTAS, DA SA�DE E ALEGRIA E DA WWF
"A not�cia do indiciamento dos integrantes da Brigada de Alter do Ch�o surpreende a Defesa e representa uma enorme injusti�a. O indiciamento � fruto de ilegalidades e, infelizmente, indica direcionamento da investiga��o. Encerraram-se as investiga��es de maneira atropelada, sem a realiza��o de per�cia t�cnica para apurar em que circunst�ncias efetivamente ocorreu o inc�ndio, como est� fazendo a Pol�cia Federal. Ignorou-se tamb�m pedido para que fossem ouvidas testemunhas indicadas pelos advogados dos brigadistas � autoridade policial h� mais de duas semanas. Esta precipita��o atenta contra a apura��o correta dos fatos. O indiciamento foi baseado em ila��es extra�das de depoimentos meramente especulativos sem nenhuma prova atacando aqueles que dedicaram as suas vidas a combater inc�ndios voluntariamente na regi�o amaz�nica".