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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: ex-ministro Teich teme muitas mortes e torce por vacina

Pouco mais de duas semanas ap�s deixar o cargo, oncologista diz que "imunidade de rebanho" vai ocorrer "�s custas de muitas mortes"


postado em 31/05/2020 17:00 / atualizado em 31/05/2020 18:46

Nelson Teich foi ministro da saúde entre 17 de abril e 15 de maio e pediu demissão por divergências com o presidente Jair Bolsonaro(foto: Marcelo Casal Júnior/Agência Brasil)
Nelson Teich foi ministro da sa�de entre 17 de abril e 15 de maio e pediu demiss�o por diverg�ncias com o presidente Jair Bolsonaro (foto: Marcelo Casal J�nior/Ag�ncia Brasil)
Dezesseis dias depois de deixar o cargo de ministro da Sa�de, Nelson Teich publicou em redes sociais texto pedindo investimento em ci�ncia e alertando que a imuniza��o da popula��o brasileira contra o novo coronav�rus est� longe de ser fact�vel. "Os n�meros no Brasil at� 30 de maio de 2020 mostravam 498 mil casos confirmados e quase 29 mil mortos. (...) (Segundo) estudo que est� sendo coordenado pela Universidade de Pelotas, o n�mero de pessoas infectadas no Brasil pode ser sete vezes maior do que aquele apresentado nas atualiza��es di�rias do Minist�rio da Sa�de", comentou.

Segundo o m�dico, "essa proje��o � preocupante n�o por ser muito alta, mas sim por ser muito baixa. Se o n�mero de infectados for 10 vezes maior, chegamos a um n�mero de quase 5 milh�es que tiveram a doen�a. Isso representaria pouco mais do que 2% da popula��o brasileira", explicou.

"Estamos muito distantes desse n�mero e isso significa que, ou essa imunidade n�o vai acontecer naturalmente, ou se acontecer vai ser �s custas de muitas mortes”, escreveu Teich, para quem a "descoberta de um medicamento que seja muito eficaz e com poucos efeitos colaterais seria uma excelente solu��o, mas ainda n�o temos nada com esse perfil at� o momento". 

Por isso, defende que o Brasil participe das pesquisas para descoberta de drogas que anulem os efeitos do novo coronav�rus. "A participa��o do Brasil nos estudos cl�nicos das vacinas que est�o sendo desenvolvidas no mundo � importante n�o s� para auxiliar na avalia��o das mesmas, mas tamb�m para aumentar as possibilidades dos brasileiros de terem acesso � vacina assim que ela for liberada."



Sem citar diretamente o governo federal, ele fez cr�ticas que atinge o Pal�cio do Planalto: "Ter um plano � fundamental. Para conduzir a sociedade ao longo de uma realidade dif�cil e sem um tempo exato para acabar, tra�ar uma estrat�gia clara para trabalhar o distanciamento social � cr�tico, seja na dire��o de aumentar o distanciamento, seja em reduzir”.

Leia o texto na �ntegra:

"Nesse momento n�o sabemos quanto tempo vai levar at� que consigamos controlar e tratar a Covid-19. Isso significa dizer, que n�o sabemos quanto tempo vai levar para que a vida das pessoas volte a normalidade ou caminhe para uma nova realidade, que seja percebida como normal, ou seja, um mundo onde as rela��es pessoais, a confian�a e o bem estar, retornem para um patamar minimamente confort�vel e adequado.

Outro grande problema � que nosso conhecimento sobre a doen�a � muito pequeno e as incertezas s�o enormes. N�o sabemos, ao certo, quantas pessoas est�o ou foram infectadas, n�o sabemos se ocorrer�o muta��es no v�rus, que far�o com que aqueles que foram infectados e se recuperaram, possam ter novamente a doen�a, n�o sabemos qual o potencial de transmitir a infec��o nos diferentes momentos da doen�a, n�o sabemos se outras ondas da doen�a v�o acontecer no futuro, n�o sabemos quanto tempo vai levar at� encontrarmos uma vacina ou um tratamento eficiente, n�o sabemos as consequ�ncias da doen�a a longo prazo e tamb�m n�o sabemos como as pessoas e a sociedade v�o reagir, caso essa situa��o atual se prolongue por muito tempo. A incerteza � total e os pa�ses e l�deres precisam aprender a navegar em uma realidade que nunca existiu no �ltimo s�culo.

Os n�meros no Brasil at� ontem, 30 de maio de 2020, mostravam 498 mil casos confirmados e quase 29 mil mortos.

Jornais e sites de grande circula��o publicaram essa semana que, com base em dados preliminares de um estudo que est� sendo coordenado pela Universidade de Pelotas, o n�mero de pessoas infectadas no Brasil pode ser 7 vezes maior do que aquele apresentado nas atualiza��es di�rias do Minist�rio da Sa�de. Essa proje��o � preocupante n�o por ser muito alta, mas sim por ser muito baixa. 

Se o n�mero de infectados for 10 vezes maior, chegamos a um n�mero de quase 5 milh�es que tiveram a doen�a. Isso representaria pouco mais do que 2% da popula��o brasileira. Os n�meros projetados por pesquisadores para que a sociedade adquira imunidade ao novo coronav�rus, aponta que o percentual da popula��o infectada seja acima de 60%.  Estamos muito distantes desse n�mero e isso significa que, ou essa imunidade n�o vai acontecer naturalmente, ou se acontecer vai ser �s custas de muitas mortes. 
A descoberta de um medicamento que seja muito eficaz e com poucos efeitos colaterais seria uma excelente solu��o, mas ainda n�o temos nada com esse perfil at� o momento. 

O melhor cen�rio, seria a descoberta de uma vacina eficaz e um programa de vacina��o em massa, que levaria a popula��o a um n�vel de imunidade que resultasse no controle da Covid-19. A participa��o do Brasil nos estudos cl�nicos das vacinas que est�o sendo desenvolvidas no mundo � importante, n�o s� para auxiliar na avalia��o das mesmas, mas tamb�m para aumentar as possibilidades dos brasileiros de terem acesso � vacina assim que ela for liberada. Essa participa��o em estudos cl�nicos das vacinas tamb�m abre oportunidade para cria��o de projetos voltados para produ��o da vacina no Brasil, tanto para uso dom�stico quanto exporta��o para outros pa�ses.

Algumas conclus�es acontecem com base nesse cen�rio atual.
  • 1. Gestores v�o ter que aprender a navegar na incerteza. N�o adianta tentar adivinhar o que vai acontecer. O melhor futuro poss�vel vai depender das decis�es tomadas hoje e revistas a todo momento. 

  • 2. N�o investir em ci�ncia � um erro. A Covid-19 real�ou as fraquezas dos sistemas de sa�de. Pouco investimento em pesquisa e n�o valoriza��o dos pesquisadores � uma delas. 

  • 3. Ter um plano � fundamental. Para conduzir a sociedade ao longo de uma realidade dif�cil e sem um tempo exato para acabar, tra�ar uma estrat�gia clara para trabalhar o distanciamento social � cr�tico, seja na dire��o de aumentar o distanciamento, seja em reduzir.

  • 4. A participa��o da sociedade �  muito importante. As pessoas precisam entender que quando participam de programas de vacina��o, n�o est�o protegendo apenas elas mesmas, mas um pa�s inteiro."

O que � o coronav�rus?

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 � transmitida?

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia


Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

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