
As invas�es e tentativas de invas�es de hospitais no feriado de Corpus Christi deixaram m�dicos, enfermeiros e outros funcion�rios das unidades de sa�de chocados. Por�m, n�o s�o novidades no Sistema �nico de Sa�de (SUS), no qual sempre h� falta de recursos humanos e materiais, provocando tens�o com pacientes e familiares.
A diferen�a � que agora partem de pessoas que t�m meios para ajudar a resolver, ou atenuar, o problema, como vereadores e deputados. “Essas invas�es muito mais me entristecem e revoltam do que me surpreendem. Esperava que o parlamentar ou agente p�blico usasse de suas prerrogativas, que s�o legais, para encontrar solu��es para esse quadro que estamos atravessando”, afirma o presidente da Associa��o M�dica Brasileira, o mineiro Lincoln Lopes Ferreira.
Segundo ele, a pandemia de COVID-19 recebeu tratamento errado desde sua origem, na China, com aspectos t�cnicos e sanit�rios sendo desprezados. Quando chegou ao Brasil, o campo foi f�rtil para prosseguir uma abordagem errada, que acaba prejudicando a todos.
“Com nossas pouco desenvolvidas rela��es sociais, a pandemia passou a receber por parte do grande p�blico quase um tratamento futebol�stico, as pessoas torcem para um lado, torcem para outro.”
De qualquer forma, ele alerta para os riscos que cada um que tenta desrespeitar a ci�ncia traz para si e para os outros. “Existem locais, como blocos cir�rgicos e UTIs (unidades de terapia intensiva) que exigem todo um treinamento para se frequentar. Quem n�o tem prepara��o deve ficar distante. Invadir locais assim n�o vai trazer qualquer tipo de solu��o”, argumenta.
Crime
Em seu artigo 331, o C�digo Penal brasileiro diz que desacatar “funcion�rio p�blico no exerc�cio da fun��o ou em raz�o dela” � crime, pass�vel de deten��o de seis meses a dois anos, ou multa. Lopes Ferreira ressalta que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que criminaliza agress�o espec�fica a profissionais da sa�de quando em servi�o. Isso, para evitar n�o s� o que vem ocorrendo agora, mas tamb�m as agress�es sofridas em outras ocasi�es por quem busca preservar a vida.
J� o diretor-financeiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Gilney Guerra, � ainda mais incisivo. Para ele, os profissionais da sa�da j� est�o sofrendo bastante para fazer o que podem para salvar vidas durante a pandemia e agora ainda t�m de se preocupar com a pr�pria integridade f�sica durante o trabalho.
“O que o presidente da Rep�blica fala vai contra tudo que as autoridades sanit�rias n�o s� do Brasil, mas do mundo, pregam. O local onde a pessoa estar� mais desprotegida � no hospital. O local certo de um cidad�o ficar neste momento � em casa, n�o indo a unidades de sa�de para fazer filmagens, muitas vezes de forma ilegal”, diz.
Para ele, o fato de haver leitos desocupados, como alegam bolsonaristas para dizer que a contamina��o por coronav�rus n�o � t�o grave, � positivo, pois “significa que houve planejamento para enfrentar a situa��o”, argumenta.
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