
A pol�cia investiga a proced�ncia da naja que picou um estudante de 22 anos, no Guar� 2, em Bras�lia. Investiga��es apontam que Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl criava o r�ptil e o mantinha em casa. O rapaz est� internado em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. O Batalh�o da Pol�cia Militar Ambiental (BPMA) resgatou a cobra na noite de ontem, perto do shopping Pier 21.
V�deo mostra o momento da captura:
V�deo mostra o momento da captura:
A naja, esp�cie encontrada no sul da �sia, � extremamente nociva ao ser humano, possuindo um veneno de a��o neurol�gica, segundo informou o Zool�gico de Bras�lia. O jovem, que � estudante de medicina veterin�ria, foi picado na �ltima ter�a-feira, dentro de casa, em um condom�nio na QE 40 do Guar� 2, segundo a apura��o policial. Ap�s ser atingido, ele foi encaminhado ao hospital. O soro antiof�dico necess�rio para a anula��o do veneno veio do Instituto Butantan, em S�o Paulo, e chegou ao DF na noite de ter�a-feira.
O Correio apurou que, na madrugada de ontem, Pedro sofreu um choque anafil�tico, consequ�ncia de uma rea��o al�rgica grave, e a administra��o do soro precisou ser interrompida. S� ap�s um per�odo de mais de seis horas em observa��o, a equipe m�dica p�de continuar o procedimento. Pela manh�, o estudante apresentou melhora e precisou ser submetido a uma hemodi�lise, com o intuito de remover subst�ncias t�xicas do sangue. O rapaz, no entanto, permanece em coma.
Buscas e apreens�o
A 14ª Delegacia de Pol�cia (Gama) recebeu den�ncias an�nimas de que o animal estaria em uma ch�cara na cidade. A partir da�, agentes sa�ram �s ruas em busca da naja. “Descobrimos que a cobra estava com um amigo do jovem, que, inclusive, estava ao lado dele no momento em que foi picado. Entramos em contato com esse colega e est�vamos negociando para que ele entregasse o animal na delegacia. Contudo, em determinado momento, ele falou que devolveria o animal para a Pol�cia Militar”, frisou o delegado-chefe da 14ª DP, J�natas Silva.
Segundo o comandante do BPMA, major Elias Costa, familiares de Pedro Henrique forneceram informa��es que levaram ao contato do adolescente que estaria com o bicho. Ap�s buscas no Lago Norte, Setor de Mans�es do Lago Norte, Parano�, Lago Sul e at� na Ponte Alta do Gama, integrantes do batalh�o convenceram o garoto a revelar que ele havia deixado o animal nas proximidades do shopping Pier 21, “num local escuro e atr�s de um morro de areia”, como descreve o major. “A cobra, aparentemente, est� bem. O local onde est� condicionado � ideal para esse tipo de animal, caso algu�m queira lev�-lo para algum lugar. Muito embora seja uma esp�cie bem agressiva, n�s n�o o encontramos agressivo, est� bem tranquilo”, detalhou.
O Correio apurou que o animal foi apresentado na Pol�cia Federal. De acordo com o delegado J�natas Silva, o amigo de Pedro Henrique ser� ouvido pela pol�cia. “Caso fique constatado que ele praticou algum tipo de crime, poder� responder por tr�fico de animais, pelo fato de ter ocultado a cobra”, destacou.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) informou que o estudante n�o tem permiss�o para manter o animal em ambiente dom�stico, pois a legisla��o permite apenas esp�cies n�o venenosas para esse fim. O �rg�o destacou que o animal poderia ser criado apenas para fins comerciais, no caso de institui��es farmac�uticas ou com o intuito de conserva��o, ou seja, quando o animal n�o pode voltar � natureza. “Para isso, o respons�vel precisa ter autoriza��o emitida por �rg�o ambiental estadual e seguir regras para a cria��o, como mant�-la em local apropriado” destacou o instituto.
O Ibama informou que emitir� multa, que pode variar de R$ 500 a R$ 5 mil, ao propriet�rio da resid�ncia onde estava o animal. De acordo com o instituto, a cobra ser� encaminhada para o Zool�gico de Bras�lia.
F� de cobras
Nas redes sociais, Pedro Henrique demonstrava ser um admirador de cobras. Em um perfil no Facebook, o rapaz costuma compartilhar diversas publica��es com imagens do r�ptil. Em uma delas, uma crian�a aparece brincando com o animal. Contudo, n�o h�, ao menos em modo p�blico, qualquer registro que revele esp�cimes criadas pelo pr�prio estudante.
Pedro cursa medicina veterin�ria na Uniceplac desde 2016. A coordenadora do curso, Daniella Ribeiro Guimar�es Mendes, disse ao Correio que diversos alunos manifestam apre�o pelos mais diversos tipos de animais, mas s�o instru�dos sobre a necessidade do respeito ao habitat de cada esp�cie. “Para aulas, podemos ter bovinos, equinos e outros animais mais dom�sticos. Animais selvagens em cativeiro representam um perigo e pode ser um mal para o pr�prio animal. At� porque � imposs�vel algu�m sair andando e se deparar com uma esp�cie dessas por aqui”, pontuou.