
Casos como esse est�o sendo investigados pelo Centro de Pesquisas do Genoma Humano e C�lulas-Tronco da USP. Pesquisadores acreditam que a diferen�a na resposta � infec��o est� relacionada ao genoma, o conjunto de genes de um ser vivo. Na vis�o dos cientistas, a gen�tica pode explicar por que algumas pessoas desenvolvem formas graves da covid-19 enquanto outras permanecem assintom�ticas.
Na fam�lia Ferri, por exemplo, foram contaminados, al�m do seu Ant�nio, Talita, sua nora, que tamb�m precisou de interna��o, e o filho Antonio Junior, que testou positivo, mas permaneceu sem sintomas. Dona Carmen, dona Luiza e a filha Adriana n�o tiveram a doen�a.
Para compreender melhor situa��es assim, os especialistas da USP decidiram investigar casos extremos. De um lado est�o os pacientes grav�ssimos que morreram, o que ocorre com frequ�ncia maior em idosos com comorbidades (problemas card�acos e respirat�rios, hipertens�o, obesidade e diabete). S�o pacientes que devem ter os genes de risco da doen�a. O foco da pesquisa s�o jovens sem comorbidades. Para obter as amostras de aut�psia, a pesquisa conta com o apoio do grupo do m�dico e professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP.
Na outra ponta da pesquisa est�o as pessoas resistentes - aquelas que tiveram contato pr�ximo com doentes, mas que n�o foram infectadas - e, principalmente, os nonagen�rios e centen�rios que tiveram formas muito leves ou ficaram assintom�ticos, os chamados superidosos. Esse grupo deve ter os genes protetores para a doen�a.
Genes protetores
A estrat�gia da pesquisa � comparar os genomas dos pacientes dos dois grupos por meio de amostras de sangue. "Queremos identificar as variantes gen�ticas de risco e aquelas protetoras. Como temos grande interesse em descobrir os genes protetores, vamos focar nos superidosos", explica a geneticista Mayana Zatz, do Centro de Pesquisas do Genoma Humano, da Universidade de S�o Paulo.
O estudo dos genes, com foco na longevidade, tem sido objeto de pesquisas no Centro de Genoma h� muito tempo. O grupo realizou, por exemplo, o sequenciamento do genoma de 1.200 idosos saud�veis. � o maior banco de dados da Am�rica Latina. Diante da pandemia, o estudo foi ampliado. O grupo aguarda aprova��o para uma parceria com a rede Prevent Senior, operadora de sa�de especializada em idosos, para estudar mais casos de covid-19 entre pacientes com mais de 95 anos.
"As pessoas me perguntam como um centen�rio conseguiu sobreviver ao coronav�rus. E eu respondo que � exatamente por ser um centen�rio. Em algumas fam�lias temos casos de pessoas que suportam in�meras situa��es adversas do ambiente", explica Mayana Zatz.
Conhecer as variantes gen�ticas envolvidas no combate � covid-19 vai permitir, por exemplo, identificar os indiv�duos com genes de risco que, portanto, devem ser priorizados nas campanhas de vacina��o, quando dispon�veis, e em outras medidas de prote��o. Por outro lado, as pessoas com genes de prote��o podem retomar as atividades sem grande risco neste momento de flexibiliza��o da economia. Agora, os pesquisadores buscam novos volunt�rios com perfil resistente e tamb�m apoiadores e parceiros para o projeto, pioneiro no Pa�s.
A fam�lia Ferri passou a ser analisada por curiosidade cient�fica dos pr�prios familiares. Adriana Ferri, neta de dona Carmen, foi aluna do curso de Mestrado da professora Mayana Zatz. Intrigada com a experi�ncia de sua fam�lia, ela decidiu procurar o centro em busca de explica��es. "Vamos torcer para que possa surgir algo positivo e que isso possa ajudar outras pessoas", diz Adriana.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
-
Gr�ficos e mapas atualizados: entenda a situa��o agora
- O que � o pico da pandemia e por que ele deve ser adiado
- Veja onde est�o concentrados os casos em BH
-
Coronav�rus: o que fazer com roupas, acess�rios e sapatos ao voltar para casa
-
Animais de estima��o no ambiente dom�stico precisam de aten��o especial
-
Coronav�rus x gripe espanhola em BH: erros (e solu��es) s�o os mesmos de 100 anos atr�s