
O plano da Fiocruz � tamb�m produzir doses, mas o primeiro lote deve ficar pronto apenas em fevereiro.
A inten��o � buscar uma solu��o diplom�tica por meio do Itamaraty e do Minist�rio da Sa�de para permitir a chegada das doses, segundo dirigentes da Fiocruz que acompanham a discuss�o.
O laborat�rio deve pedir nesta semana o aval para uso emergencial da vacina � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). At� o dia 15, o plano � solicitar o registro definitivo. A Fiocruz e a ag�ncia tiveram reuni�o nesta segunda-feira, 4, para acertar detalhes sobre estes pedidos.
Segundo integrantes do governo federal, o veto indiano n�o deve atrasar a discuss�o sobre uso emergencial. Parte das autoridades que acompanha o debate afirma acreditar que a libera��o das doses deve ocorrer mesmo com o veto indiano, pois as unidades estariam j� reservadas para venda ao exterior.
�ndia n�o permitir� exporta��o
De acordo com declara��o feita no domingo, 3, pelo CEO do Instituto Serum da �ndia, que fabrica as doses da AstraZeneca, Adar Poonawalla, o pa�s n�o permitir� a exporta��o. "S� podemos dar (as vacinas) ao governo da �ndia no momento", disse Poonawalla, acrescentando que a decis�o tamb�m foi tomada para evitar o encarecimento do imunizante.
Como resultado, de acordo com ele, a exporta��o de vacinas para o cons�rcio Covax (iniciativa da Organiza��o Mundial de Sa�de para garantir acesso equitativo aos imunizantes contra a COVID-19) deve come�ar apenas em mar�o ou abril.
N�o ser� a primeira investida diplom�tica do Brasil para a libera��o de produtos contra a COVID-19 presos na �ndia. Em abril de 2020, o presidente Jair Bolsonaro conversou com o primeiro-ministro Narendra Modi e pediu o desbloqueio da exporta��o de insumos farmac�uticos para a produ��o da hidroxicloroquina. Bolsonaro � entusiasta do medicamento, que n�o tem efic�cia comprovada para tratamento da doen�a.
Fiocruz ainda vai receber insumos
A importa��o de 2 milh�es de doses prontas da AstraZeneca foi autorizada no dia 31 de dezembro pela Anvisa. Antes, a Fiocruz pretendia apenas receber o insumo farmac�utico neste m�s e completar a fabrica��o das doses no Brasil, que s� seriam liberadas em fevereiro, num primeiro lote de 30 milh�es de unidades.
Como se trata de importa��o excepcional, a Anvisa exige que as vacinas fiquem sob a guarda da Fiocruz at� que seja dado o registro ou aval de uso emergencial. Trata-se do mesmo processo autorizado ao Instituto Butantan, que afirma ter 10,8 milh�es de doses de unidades da Coronavac estocadas, � espera da autoriza��o para o uso.
A compra das doses prontas � a principal aposta do governo para come�ar a vacina��o em 20 de janeiro, ainda que em p�blico restrito. Al�m disso, a ideia � distribuir outras 210,4 milh�es de doses em 2021 com insumo farmac�utico que chegar� ao Pa�s.
Essas unidades serviriam para imunizar mais de 105 milh�es de pessoas. O governo investiu cerca de R$ 2 bilh�es para a compra de doses e transfer�ncia de tecnologia para a Fiocruz.
No plano nacional de imuniza��o, o governo prev� aplicar doses desta vacina em cerca de 50 milh�es de brasileiros de grupos priorit�rios ainda no primeiro semestre.
A falta de transpar�ncia na divulga��o dos dados da vacina de Oxford/AstraZeneca gerou cr�ticas na comunidade cient�fica. Um erro de dosagem levou a dois resultados de efic�cia do produto: 62% quando aplicada em um regime de duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. H� ainda d�vidas sobre os resultados para pessoas acima de 55 anos.
Respons�vel por coordenar o estudo cl�nico da vacina no Brasil, a m�dica Lily Yin Weckx disse ao Estad�o que a primeira dose da vacina j� mostra efic�cia de cerca de 70% contra a doen�a, mas em intervalo curto.
"A gente ainda pode ficar com a m�dia de efic�cia de 70%. O estudo continua, teremos um ano de segmento para ver a persist�ncia da prote��o, dos anticorpos, de seguran�a, etc. O que � importante � que temos uma vacina segura, eficaz e que pode fazer a diferen�a na pandemia. Esses n�mero de 60%, 70%, 80% � de prote��o contra a doen�a COVID. Mas se considerarmos doen�as graves e hospitaliza��o, a vacina foi capaz de evitar quase 100%. Entre as pessoas que foram vacinadas, nenhuma delas teve doen�a grave nem ficou hospitalizada por COVID. Todas as hospitaliza��es ocorreram no grupo controle", disse a m�dica.