
Eduardo Pazuello passou a liderar o Minist�rio da Sa�de ap�s as sa�das de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, antecessores que foram contra a press�o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para recomendar medicamentos sem comprova��o cient�fica para todo o tipo de paciente com COVID-19. Logo nos primeiros dias como interino na pasta, Pazuello, em maio do ano passado, liberou o protocolo que autorizava o uso da cloroquina para casos leves de coronav�rus.
Antes do protocolo liberado por Pazuello, o uso da cloroquina, por exemplo, era autorizado apenas para pacientes com casos graves de COVID-19. O medicamento era fornecido apenas como complemento a outros m�todos utilizados no tratamento de pessoas com coronav�rus, como assist�ncia ventilat�ria, que nada mais � que o uso dos respiradores.
Com o novo protocolo, casos leves de coronav�rus passaram a poder ser enfrentados com a cloroquina, mediante assinatura de um termo de consentimento por parte do paciente. O documento, no entanto, ressaltou que n�o havia garantia de resultados positivos e que n�o existia estudos que comprovassem a efic�cia do medicamento.
O documento, intitulado como "orienta��es do Minist�rio da Sa�de para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagn�stico da COVID-19" passou por algumas altera��es de maio para c�, como a troca do t�tulo de “tratamento” para “manuseio”, mudan�a na recomenda��o da forma de cloroquina e em qual quantidade ela poderia ser administrada, entre outros.
Crise em Manaus por falta de “tratamento precoce”
J� em 14 de janeiro deste ano, Pazuello, ao lado de Bolsonaro numa transmiss�o ao vivo que o presidente organizou na internet, admitiu que havia um colapso na sa�de de Manaus, uma vez que a cidade sofria com a falta de oxig�nio. Entre as causas para o aumento da procura a unidades de sa�de e de demanda pelo g�s, de acordo com o ministro, estava a “falta de aten��o da capital ao tratamento precoce”, com medicamentos sem comprova��o cient�fica, como a hidroxicloroquina.
“Manaus n�o teve a efetiva a��o no tratamento precoce durante o diagn�stico cl�nico no atendimento b�sico. Isso impacta a gravidade da doen�a. Por outro lado, a infraestrutura hospitalar de atendimento especializado � bastante reduzida em Manaus em termos de percentual, � um dos menores percentuais do pa�s. Se voc� juntar esses dois fatores e colocar o clima, voc� vai ter uma grande procura por estrutura e por tratamento especializado”, disse Pazuello.
Postagem “enganosa” do Minist�rio da Sa�de
Em 12 de janeiro, o Minist�rio da Sa�de publicou uma arte na qual orientava a popula��o a procurar um centro m�dico de forma imediata ao sentir os sintomas da COVID-19, procedimento chamado de “atendimento precoce”. No entanto, a mensagem acompanhada da imagem j� dava outro tipo de “conselho” aos pacientes: solicitar o “tratamento precoce”.
“Para combater a COVID-19, a orienta��o � n�o esperar. Quanto mais cedo come�ar o tratamento, maiores as chances de recupera��o. Ent�o, fique atento! Ao apresentar sintomas da Covid-19, #N�oEspere, procure uma Unidade de Sa�de e solicite o tratamento precoce”, publicou.
O Twitter classificou a publica��o do Minist�rio da Sa�de como “informa��o enganosa e potencialmente prejudicial relacionada � COVID-19”. Apesar do alerta, a postagem continuou vis�vel ao p�blico.
Para combater a Covid-19, a orienta��o � n�o esperar. Quanto mais cedo come�ar o tratamento, maiores as chances de recupera��o. Ent�o, fique atento! Ao apresentar sintomas da Covid-19, #N�oEspere, procure uma Unidade de Sa�de e solicite o tratamento precoce. pic.twitter.com/vU3SvfSuve
%u2014 Minist�rio da Sa�de (@minsaude) January 13, 2021
“O Minist�rio da Sa�de n�o faz protocolo para uso de medicamentos. N�o faz. O Minist�rio da Sa�de quando orienta, n�s orientamos o atendimento imediato ou atendimento precoce. � atendimento. � o m�dico que faz o diagn�stico e ele, sim, prescreve os medicamentos e define o tratamento”, destacou.
