
Durante a pandemia da COVID-19, a ado��o do lockdown como medida para conter a transmiss�o do v�rus � temida por muitos, principalmente pelos efeitos econ�micos. No entanto, quando o n�mero de infectados avan�a em grande velocidade e outras alternativas n�o se mostram eficazes, o fechamento total pode ser visto pelos governantes como a �ltima sa�da para socorrer a popula��o dos impactos do novo coronav�rus.
Foi isso o que ocorreu na cidade de Araraquara, no interior de S�o Paulo. Ap�s a taxa de ocupa��o de leitos destinados a pacientes com COVID-19 atingir 100% em unidades de sa�de por 15 dias seguidos, o prefeito Edinho Silva (PT) decretou, em 21 de fevereiro, lockdown na cidade.
A expectativa era de melhoras no quadro de sa�de da cidade, e o resultado veio. Menos de um m�s depois, o prefeito Edinho Silva disse, em entrevista � TV Globo, que n�o h� mais filas para interna��es de pacientes com a COVID-19 nas unidades de sa�de da cidade e que a expectativa agora � na redu��o no n�mero de �bitos.
"M�dia m�vel de casos caiu 53%, as interna��es ca�ram 30%, pacientes em quarentena caiu 65% e na principal informa��o, a testagem, os exames coletados remetidos aos laborat�rios, tivemos uma queda de 62%", disse.
Segundo Edinho Silva, gra�as aos efeitos das medidas do lockdown, o m�s de abril ser� mais otimista em Araraquara. “Claro, Araraquara � refer�ncia regional, mesmo a queda de leitos vai nos dar uma margem maior para poder ajudar a regi�o, que est� numa situa��o muito dif�cil", declarou.
As causas do colapso em Araraquara
Segundo o chefe do Executivo municipal, o que causou o colapso no sistema de sa�de e, consequentemente, no aumento dr�stico no n�mero de mortes na cidade foi a confirma��o de casos da cepa P.1, variante do v�rus inicialmente identificada em Manaus.
Em Belo Horizonte, a situa��o come�a a ter semelhan�as com o momento vivido na cidade paulista. Mesmo com maiores restri��es de atividades n�o essenciais, nesta quarta-feira (17/3), a ocupa��o dos leitos de UTI para pacientes com COVID-19 em hospitais da rede privada ultrapassou a marca dos 100% na capital mineira. Na rede p�blica, o quadro tamb�m � grave, com uma taxa de uso de 91,1%.
Assustado com o qu�o grave a COVID-19 tomou propor��o em Araraquara, Edinho Silva reuniu m�dicos, especialistas e pesquisadores de universidades paulistas para avaliar o que poderia ser feito para frear a transmiss�o do v�rus entre a popula��o. Em conjunto, a decis�o foi concordante: o lockdown.
O munic�pio permaneceu at� o dia 2 mar�o em fechamento total. Passado o per�odo mais rigoroso, a prefeitura decretou fase vermelha – est�gio mais restritivo, para reabertura de apenas servi�os essenciais.
“S� h� uma medida quando n�o se tem vacina��o em massa. A �nica forma de fazer com que uma pandemia diminua o ritmo � praticar medidas dr�sticas de distanciamento social”, disse o prefeito em entrevista � TV Globo.
O termo, que significa “fechamento total”, � designado normalmente para casos extremos, atingindo atividades essenciais (supermercados, padarias e farm�cias) e n�o-essenciais. Em entrevista para reportagem do Estado de Minas, o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estev�o Urbano, informou que em alguns locais as pessoas precisam at� mesmo explicar para onde v�o quando saem de casa. Se n�o tiver explica��o, � punida.
Em Araraquara, moradores da cidade que descumprissem a medida poderiam ser multados em R$ 150. Para empresas, o valor poderia chegar at� R$ 6 mil.
Durante o per�odo de lockdown na cidade paulista, o prefeito disse que apenas farm�cias e unidades de sa�de foram autorizadas a permanecerem abertas. “Os supermercados da cidade s� voltaram a funcionar no s�timo dia para evitar o desabastecimento da popula��o. O transporte coletivo tamb�m foi suspenso, s� voltou ap�s 10 dias”, disse.
Medida com pouca ades�o no Brasil
Araraquara foi uma dos poucos munic�pios do Brasil que aderiram ao lockdown. Entres eles est�o cidades do litoral norte do Rio Grande do Sul – composto por Canoas, Arroio do Sal, Balne�rio Pinhal, Cap�o da Canoa, Imb� e outros 16 munic�pios menores –, Santo Andr�, S�o Bernardo do Campo, S�o Caetano do Sul, Diadema, Mau�, Ribeir�o Pires e Rio Grande da Serra (todas vinculadas ao ABC Paulista).
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
- Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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