Servidores de hospital no DF registram em v�deo falta de oxig�nio na UTI

Profissionais que atuam no front na �rea de sa�de enfrentam uma situa��o desoladora. No domingo (14/3), um funcion�rio do Hospital Regional do Gama (HRG), no Distrito Federal, denunciou o cen�rio ca�tico da unidade, onde faltavam vagas, pontos de oxig�nio, bombas de infus�o e ventiladores mec�nicos — itens essenciais para o tratamento de pacientes em estado grave. O relato dava conta de que havia pontos de oxig�nio compartilhados por at� tr�s pessoas.

O desabafo do profissional somou-se a outros, de servidores do Hospital Regional de Planaltina (HRPl). Eles relatam que, na quinta-feira (18/3), em raz�o da quantidade de pacientes internados com covid-19, o suprimento de oxig�nio que sai dos tubos da unidade de sa�de foi cortado. Para evitar mortes de quem estava internado, as equipes tiveram de usar o estoque de cilindros das ambul�ncias do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu).

A regi�o de Planaltina, que tem mais de 200 mil habitantes, n�o tem leitos fixos de UTI. No entanto, uma estrutura foi improvisada no centro cir�rgico do HRPl para receber pacientes que apresentam graves problemas respirat�rios em raz�o da doen�a. Ainda assim, o avan�o da segunda onda da pandemia pressionou um sistema de sa�de que j� era prec�rio.

Pacientes se acumulam em leitos de UTI, nos corredores do hospital e, a todo tempo, chegam mais doentes em busca de atendimento. Segundo os servidores, o perfil dos pacientes � cada vez mais jovem. A queda no fornecimento de oxig�nio piorou a situa��o, que, por pouco, n�o gerou uma trag�dia ainda pior.

“O desespero maior � da equipe. Estamos trabalhando sabendo que fazemos acima do normal, algo muito al�m do que ach�vamos que dar�amos conta. Quando o pessoal come�ou a perceber que a press�o do oxig�nio estava caindo, houve ang�stia. N�o chega a ser um desespero, mas uma ansiedade para resolver (o problema) sem causar danos ao paciente, que depende do oxig�nio”, disse uma das servidoras que presenciaram a cena e preferiu n�o se identificar.

Ela acrescentou que o cen�rio no �nico hospital de Planaltina � desolador. “Quem est� trabalhando com pacientes com covid-19 trabalha sob press�o. A capacidade est� estourada. As pessoas n�o est�o conseguindo atendimento. � preciso entender que elas devem ficar em casa, usar m�scaras, lavar as m�os, usar o �lcool em gel. Assim, em 15, 20 ou 30 dias vamos reduzir a hospitaliza��o”, ressaltou.

A reportagem apurou que a demanda est� t�o elevada, que dois postos de sa�de da cidade ficar�o abertos no s�bado para atender pacientes. Procurada pelo Correio, a dire��o do HRPl, por meio da SES-DF, informou que houve uma “queda moment�nea na press�o dos tubos de oxig�nio” e que a situa��o foi resolvida.

“A dire��o salienta que todas as provid�ncias foram tomadas, e a situa��o, normalizada, sem que tenha havido qualquer consequ�ncia grave para as pessoas em atendimento no hospital. Em uma a��o conjunta de diversos profissionais da Secretaria de Sa�de do DF, as duas empresas fornecedoras de oxig�nio foram convocadas para solucionar rapidamente o problema da unidade, al�m do Samu, que disponibilizou mais cilindros de oxig�nio”, informou a dire��o do hospital.